Segundo notícias hoje veiculadas, o Estado Português prepara-se para emitir 5 mil milhoes de euros em Obrigações do Tesouro. Trata-se, pois, de uma operação complexa, mas perfeitamente comum nas economias desenvolvidas (e não só).
Trata-se também de uma forma de "rentabilizar" o facto de Portugal estar inserido na Zona Euro, permitindo um rating mais reduzido. O risco é, convém salientar, a grande influencia no caso das obrigações. Risco de incumprimento (default risk) é o que comanda o yield durante a vida da obrigação e o valor do cupão a pagar, quer no caso de cupão fixo ou indexado (caso não seja um zero coupon bond onde nesse caso apenas o yield será influenciado). De notar outro ponto: se para o comum observador esta possa ser uma má altura para emitir obrigações, o facto é que analisando a curva de yield tanto de treasure bonds, gilts e outras, percebe-se como a taxa de juro a 20 ou mais anos parece ser mais favorável. Penso que a própria decisão de emitir a 30 anos, em vez de 15 ter-se-á também baseado neste facto.
De qualquer forma, saúdo esta decisão fortemente. É a forma mais transparente de colocar a divida publica. E tem outra grande vantagem: obriga o Estado Português (aliado a Bruxelas) a manter uma política correcta em termos económicos. Instabilidade, défice e inflacção são caminhos para aumento do rating, o que significa maior risco para os investidores, logo exigirão maior yield. O mercado não é susceptível a lobbies ou a desculpas de teor mais político que fundamentação económica.
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