sexta-feira, dezembro 12, 2008

Equador !!!





O Equador decidiu deixar de pagar a prestação da sua divida externa hoje, que será devida na proxima semana. Esta falha no pagamento do cupão das obrigações emitidas consiste portanto no segundo default deste país nesta década. 

A dívida externa do Equador é cerca de 21% do seu PIB. Ainda assim, os seus governantes preferiram nao pagar as dívidas a alterar planos de educaçao e saúde. (será isto o verdadeiro keyenesianismo !?).

Para além deste brilhante (??) e poeirento vídeo do Sash, deixo-vos ainda o ranking da dívida externa dos países que a Wikipédia disponibiliza. Para reflectir. 



Quem disse que as taxas de juro nao podiam ser negativas?

Podem começar a reescrever os vossos textbooks. As taxas de juro podem ser negativas. Ou seja, é possivel que um investidor pague a alguem para emprestar dinheiro a essa pessoa, por mais incoerente e irracional que pareça.

Esta semana, as 3-month US T-Bills negociaram a um yield inferior a zero, o que significa que os investidores, tendo em conta as restantes condições do mercado, preferem literalmente PAGAR ao Tesouro americano para ficar com o seu dinheiro emprestado (leia outra vez, nao me enganei, o Tesouro americano recebe para emprestar dinheiro) do que investir noutro lado. Na pratica, poder-se-a entender isto como um escalonamento de expectativas de investimento: a 3 meses, os investidores parece preferirem perder dinheiro emprestando ao Governo americano, do que tomar o risco (e certamente o valor esperado calculado é inferior) de investir em qualquer outro activo...

Sintomático. E estranho.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Cadbury

CR7

Ok, o miudo parece arrogante, mas de um ponto vista profissional, vale a pena analisar o que é realmente Cristiano Ronaldo.

Para além de talento natural para o futebol, CR7 tem uma enorme vontade de ser sempre melhor, e ultrapassar os seus limites. Isso soa arrogante apenas a quem - como em Portugal é hábito - se contenta pela mediocridade. Por isso CR7 é diferente, porque tem uma mentalidade vencedora, sabe que se trabalhar, maximiza o seu desempenho, e é remunerado e premiado por isso. É ambicioso e decidido. E é altamente produtivo. Tudo o que costuma faltar aos portugueses. Quanto aos seus vícios...bem, se o desempenho não é afectado, o que é que interessa? Mas por cá preferimos olhar para os defeitos e comentar o acessório e não seguir o exemplo daquilo que devia ser a atitude de todos para fazer de Portugal um País ainda melhor.

Obama aumenta espaço de manobra

Barack Obama é um político muito audaz. A prová-lo esta mais esta iniciativa durante o fim-de-semana de reforço do cenário pessimista da crise assim como do tamanho do investimento público.

Expectativas baixas, entrega elevada.

Com a mensagem de que a crise vai piorar antes de haver melhorias, o presidente-eleito tem agora poder para fazer o maior pacote de investimentos públicos desde o New Deal, planeando construir pontes, estradas, hospitais, e edificios publicos, todos com novos criterios de consumo de energia e novas tecnologias. Este plano julga-se estar entre 700 a 1000 mil milhões de USD. 

Sondagem CM Aveiro

É sempre positivo para as democracias que haja uma consulta através de amostragem dos eleitores. Com este ponto prévio, devo dizer que tendo alguma formação em estatística, dou alguma importância e significância (que não significado) às sondagens, embora tenha algumas reservas quanto ao rigor das respostas.

É inquivoco que Elio Maia se perfila como o natural candidato de uma coligação formada para resolver o problema financeiro da CMA. Também é evidente que a actual Concelhia do CDS-PP se foi gradualmente afastando do espírito da Coligação, embora esta posição não é de todo consensual, com as figuras proeminentes do projecto inicial a manterem a sua postura de compromisso por Aveiro no espírito de Coligação. Nos tempos díficeis, como são indubitavelmente os que se adivinham, não é altura para preponderancia de grandes egos ou de partidarismos, quando o grande desafio é navegar Aveiro pela tormenta da crise financeira internacional e da crise orçamental herdada. Aveiro não pode dar-se ao luxo de falhar novamente, nem de promover carreiras políticas motivadas pela ambição pessoal, e não o serviço pela Cidade.

Outro ponto interessante é o regresso (sem nunca de facto ter partido) de Alberto Souto. Uma curiosa batalha parece emergir no PS. De um lado um líder socialista que não encontra candidato, do outro, um ex-presidente, ex-candidato derrotado, que nunca aceitou humildemente a derrota pelo voto popular, nem nunca admitiu o desastre financeiro criado nas obras megalomanas, permanceu o periodo do actual mandato sempre numa penumbra iluminada e recatada, assombrando sempre que possível as decisões do actual executivo. E eis que agora surge ávido por uma recandidatura que ninguem (até os socialistas mais conotados com o anterior executivo...) parece querer.

Aveiro merece e precisa de credibilidade e estabilidade.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Mulheres na Política: a política da mulher?

A quotas estão aí. Haverá maior discriminação do que a imposição de um número obrigatório de mulheres em listas eleitorais? É uma aberrante concretização do conceito de ultra intromissão do Estado em tudo o que quer controlar via legislativa. 

E o mérito? Onde está ?

Mal está uma sociedade onde é necessário obrigar organizações a um rácio pre-definido de distribuição por género. Por que não uma quota por idade ? Ou por preferencia sexual ? Ou por grau académico ? Enfim...ridículo.

Atentados terroristas na India

Provoca repulsa o terrorismo. A luta contra o terrorismo é talvez o maior desafio dos políticos modernos. Já se percebeu que a via da força demora muito tempo, dinheiro e vidas humanas para resolver o problema do extremismo. Será a via do diálogo com terroristas radicais a solução? Infelizmente, não sou tão optimista quanto os neo-naives eleitores americanos... Espero que sim...

quarta-feira, novembro 26, 2008

Happy Thanksgiving!

Amor à Pátria e à Educação

Anoto e registo os novos sentimentos do nosso Primeiro-Ministro. O que vale é que é socialista, senão corria o risco de ser conotado com outras correntes e ideologias "menos democráticas"...

Ainda bem que sabemos gerir a crise com argumentos tão válidos e racionais.

O (des)Governo

É impressão minha ou o nosso PM consegue discursar todos os dias em eventos diferentes? E curiosamente, nunca sobre o evento em questão... Pergunto-me quanto tempo restará para governar o País nos intervalos das viagens e dos discursos... E ja agora, pergunto-me se a tal crise, que tantos advogam como a responsavel para tudo o que é negativo nas políticas implementadas (e insucesso das mesmas) deve ser gerida a partir dos pulpitos improvisados pelo staff de marketing do Governo...


terça-feira, novembro 25, 2008

Mesmo que com algum atraso

Cúmulo do mau timing

João Rendeiro apresenta livro: "Testemunho de um banqueiro - A história de quem venceu nos mercados".

Citigroup - the rise and fall

O Citigroup era desde ha muito considerado o maior gigante bancário do mundo. Um colosso financeiro, mais parecido com os famosos conglomerados japoneses, do que com um coerente projecto financeiro, chegou a um beco sem saída e o enorme risco sistémico empurrou o Governo Americano a intervir.

A queda superior a 60% em 3 dias e o perigo eminente de corrida aos depósitos levou a que os EUA injectassem 20 bln (totalizando 45bln USD) no capital do banco via acções preferenciais com cupao de 8%, assim como medidas de controlo da remuneração dos administradores e da política de dividendo (reduzido para 0,01 USD). Por outro lado, garantiu também as potenciais perdas nos activos de maior risco e assumiu parte dessas perdas.

Não é contudo uma nacionalização. As acções preferenciais permitem a saída do Estado do capital do Citi, via Call Options integradas nas tais acções preferenciais Tier I, que permitem ao banco chamar de volta as acções a par ao fim de alguns anos. Não obstante, este gigante saiu fragilizado do processo. Mas traçou claramente o plano de actuação do Governo americano, que não deixar o risco sistémico proliferar.

PS de Aveiro - estilhaçado

Com o sucessivo adiar da apresentação do candidato socialista (oficial) para a CM de Aveiro, o ex-presidente Alberto Souto apressa-se a tomar a dianteira (peso político?) e a assumir-se como alternativa, mesmo que tal se concretize no boletim de voto, como independente.

Não é de todo de espantar esta situação. Uma herança pesadíssima na CMA afasta os mais corajosos socialistas. E por outro lado, o "estranho"  processo eleitoral para a Distrital, onde questões processuais afastaram um dos candidatos alinhados com o Secretariado Nacional, tornam o cenário ainda menos propício a aventuras. 

A oposição não se entende. E isso também é mau para a democracia da cidade.

Tertúlias Académicas do ISCIA

Um convite irrecusável da Associação de Estudantes do ISCIA e do Migas, assim como a oportunidade de discutir livremente a problemática dos mercados financeiros e da já mais que falada "crise", levar-me-á na próxima sexta-feira 28 de Novembro as 21h30 ao ISCIA (Aveiro), onde terei o contra-peso do neo-keynesiano Raul Martins na discussão.

Convido, portanto, todos a participar.

VIX - a razao da ausência

De certo poucos sentiram a ausência de posts, mas a verdade é que a correlação negativa entre o VIX e o número de posts deste blog é cada vez maior. Com VIX a passar dos 80, posts aproximam-se violentamente de zero durante muito tempo. 

Agora, com (talvez) um bottom encontrado nos mercados, talvez possa voltar à frequência habitual. E há tanto para actualizar...

segunda-feira, setembro 29, 2008

O Plano era neo-liberal ou intervencionista?

Era para evitar risco sistémico. 

Mas republicanos votaram contra porque era intervencionista, e democratas votaram contra porque era pagar a ganancia de Wall St com dinheiro dos contribuintes.

Afinal o grande problema nao era o Neo-Liberalismo, foi mesmo a politica. Politica baixo nível. Rasteira. Alias, onde está sempre o problema: no Estado. O Estado que quis ter política social para incentivar quem nao podia a comprar casas; O Estado que nunca falou em ganancia quando entravam milhares de milhoes de impostos; O Estado que só regula quando interessa, o que interessa. A ganancia é uma emoção humana inevitável, que permitiu o crescimento espetacular do Mundo nos ultimos séculos. O Estado deveria regular. Quando faz mais que isso, faz asneira. Corrigir o problema é apenas corrigir os problemas que deixou criar.

Os contribuintes pagam a crise (II)

E ja agora, quem nao quis ter casa propria nos ultimos 20 anos ? 

Afinal todos fizemos a bolha. Agora aguentem-se.

Os contribuintes pagam a crise

Entao, pagam os mais ricos.

Ou será que o sistema progressivo de tributaçao so serve de desculpa para solidariedade social quando interessa?

E ja agora, quem tem contruido mais para os impostos do Estado ? Impostos sobre lucros, que levam impostos sobre mais valias em cima foram parar aonde ?


sábado, setembro 20, 2008

terça-feira, setembro 16, 2008

It's the economy, stupid !

Curiosas as reacções dos candidatos à Casa Branca à crise financeira.

O Republicano McCain defende que a AIG deve poder falir, e que Wall Street é um Casino gigante (esta ultima parte é uma frase celebre de Nick Leeson ). Curioso é que fez parte de um Governo que já salvou a Fannie Mae, a Freddie Mac, e o banco Bear Stearns... E depois, se a AIG falir, o que acontece ao "Casino" ? E à economia? E ja agora, o Presidente convem ser responsável, nao basta saber mais que George W. Bush.

Já o Democrata (e supostamente menos pro-capitalista) Barack Obama defende a intervenção do Estado na AIG. Mas curiosamente foi contra a intervenção do Estado na Lehman Bros. Ainda nao está no poder e já escolhe que agentes devem fazer o que e quando. Neste caso, quais sobreviverão. Curioso também que nao conseguiu ter uma visão sobre as GSEs Fannie Mae e Freddie Mac, cuja falência seriam, essas sim, extraordináriamente graves para todo o sistema de hipotecas dos EUA, e afectariam directamente os americanos. Obama também não percebeu que todos estes bancos e seguradoras estão a falir porque o Estado quis proporcionar casas proprias aos americanos. Disse, contudo, algo muito acertado hoje: as rating agencies nao servem para nada e devem ser revistas. Claro, o que falhou em tudo isto foi a regulação, e é isso que é preciso mudar.

Nenhum dos candidatos parece estar propriamente a par do que está a passar nem da gravidade da crise... O que vale é que sempre percebem mais disso que George Bush, cuja única aparição publica esta semana foi para falar de ... bolsas de estudo.

Humor Negro, nao fosse verdade

O Senhorio da Lehman Brothers em Canary Wharf em Londres tinha a renda assegurada pela...AIG!

A AIG

Dado o post abaixo, que dizer do possível falhanço da AIG?

Para já, que os perigos de risco sistémico é incomparavelmente maior, isto porque a AIG sempre foi tida como uma empresa segura e sólida, pelo que principalmente as suas obrigações em regra surgem nos portfolios. A dívida era notada como AAA, ou seja, o nível de rating mais alto.

Se a AIG falir, as obrigações mais seguras podem eventualmente pagar algo como apenas metade do seu valor facial (ou até menos).

Quanto aos seguros, em regra estes são assegurados pelo regulador, pelo que este parece ser o menor dos problemas ligado à AIG...

A Liquidação da Lehman

É necessário esclarecer porquê os bancos podem eventualmente estar expostos à Lehman e a sua falência (discutiremos a AIG mais tarde) e acima de tudo, a que níveis.

Assim, há obviamente a exposição directa a acções, que obviamente vale zero (ou perto disso hoje, enquanto nao é decretada falencia oficialmente).

Pode também haver exposição à dívida titulada da Lehman, e aqui convem esclarecer melhor que tipo de dívída existe. Em caso de liquidação de uma empresa (como acontece na Lehman), os activos devem cobrir os passivos segundo uma certa ordem: primeiro deverão ser ressarcidos os detentores de dívida senior, depois os detentores de dívida subordinada (e aqui inclui-se as chamadas acções preferenciais, subordinadas a toda a restante dívida) e so no fim destes credores é que os accionistas podem receber o remanescente, se houver. No caso da Lehman, tanto os accionistas, como os detentores de dívida subordinada nao terão direito a absolutamente nada. E mesmo os detentores de dívida senior, apenas receberam (estima-se) 25 a 35% do par (notional do valor titulado na dívida).

Por último, surge a exposição à Lehman via contra-parte, isto é, acordos normalmente usados nos instrumentos derivados, onde ha habitualmente apenas troca de cash flows e nao troca de notional (por vezes, haverá tambem obrigatoriedade de colaterais, consoante o instrumento derivado). Este tipo de exposição normalmente nao entra na contabilização da liquidação, e sao desfeitos antes da falencia oficial. Provavelmente este tipo de exposição gerará perdas bem mais ligeiras que os outros tipos de exposição acima mencionados.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Ultimo Capitulo da Lehman: o XI

Ja ha muito se desenhava este cenario, embora fosse o mais catastrofico e menos desejavel para todos: a falência da Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimento dos EUA, com 158 anos de história, sobrevivendo a crises dos caminhos de ferro, à grande depressão, ao crash de 1987 e a crises financeiras como a S&L e a falência da LTM.

Contudo, foi o fim para a Lehman. Hoje os empregados viram os seus emails vedados, e muitos deles empacotaram os seus pertences. A desilusao era enorme. A grande maioria, nem o salário deste mês vai receber. Salas inteiras vazias, milhares de subito no desemprego. E um arranha-céus a 100 m de Times Square (comprado ha 7 anos por 600 milhoes USD e avaliado em mais de 1000 milhoes) com dezenas de andares.

O fim-de-semana foi longo. Barclays e Bank of America perfilavam se como possíveis compradores, tudo gerido e apadrinhado pelo Fed, que contudo nao queria e nao iria contribuir para aumentar o risco moral de salvar mais uma empresa privada. E assim aconteceu. So que nenhum dos bidders avançou para o deal. 

O Bank of America preferiu comprar (fusionou-se) com a Merrill Lynch (o terceiro maior banco de investimento americano e também ha muito tempo em situação muito dificil), e o Barclays nao chegou a acordo com o Fed para as condiçoes de compra, nomeadamente quanto à manutenção das perdas do portfolio de crédito da Lehman.

E assim, na madrugada de ontem, a Lehman Brothers - o banco criado por emigrantes judeus para transaccionar contratos de algodão ha 158 anos - fez "Chapter 11". 

Desta vez nao houve intervenção do Estado nem dos contribuintes. Acabou o moral hazard. Será ?

domingo, setembro 14, 2008

Sobre Rui Pereira...


...apenas uma pergunta:

Como é possível ainda ser Ministro da Republica Portuguesa !?

Aposto que a resposta tem a palavra "Maçonaria" incluída.

Gordon Brown em maus lençois


O sucessor de Blair como PM no Reino Unido está em maus lençois para manter a sua cadeira do poder.

Depois de rejeitar eleiçoes antecipadas no reino logo após a sucessão a Blair pelas sondagens darem larga vantagem aos Tories, e depois de falhar como Primeiro-Ministro os objectivos de crescimento económico traçados por ele próprio mas como Chancellor of the Exchequer, eis senão que agora é o proprio Partido que pede a sua substituição.

Com o aproximar das eleições e com os Tories de Cameron ainda em vantagem, são muitos os MPs de Brown que conspiram para pedir congresso para a sua substituição.

Vida difícil portanto para os Socialistas no Reino Unido, cuja aura de Blair (que soube sair em alta) mostra agora como foram inócuas as suas políticas, e da fragilidade do tipo de actuação que tantos gostam de comparar a Socrates por cá. 

Vai ser uma hard landing para a economia e para os britânicos. Mas enquanto Blair estava no poder, o marketing e a imagem tudo escondiam...

sábado, setembro 13, 2008

Credit Crunch continua: o pico da crise (??)


Eis que surgem os proximos alvos do mercado: a seguradora AIG e o banco Washington Mutual.

A AIG é uma das maiores seguradoras do mundo, no entanto acumulou um portfolio superior a 700bn USD de mortgages e agora prepara-se para sofrer a pressao do mercado para resolver o problema em balanço. Ou vende os activos toxicos, ou arranja novo capital para cobrir as margin calls relacionadas com as perdas desse portfolio.

Por outro lado, também o banco comercial Washington Mutual vive dias dificeis. Mais uma vez, as posiçoes relacionadas com o mercado hipotecario estão no centro do problema. A solução apontada passa obviamente por aumento de capital, mas também pela venda de activos, nomeadamente depositos e outros titulos que permitam encaixe rapido de liquidez.

E a todo o momento espera-se a soluçao para a Lehman Brothers, cuja venda é nesta altura incontornavel.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Lehman... sobrevive mais um dia...amanha logo se ve

A Lehman ainda nao foi hoje que deixou de existir tal como a conhecemos ha quase 150 anos. Apesar de mais um dia fortemente pressionada, tanto ao nivel do preço da acção, como acima de tudo ao nivel do board, sobreviveu mais um dia.

Certo é que depois de hoje, nada será igual para a Lehman. As alternativas sao muitas, mas poucas agradaveis.

Ou é dilacerada em varios negocios e vendida separadamente; ou arranja rapidamente comprador solido que permita robustez no balanço; ou continua sentada no monte de liquidez que detem actualmente, e tenta aguentar a onda, sendo que a cada dia que passa o seu franchising diminui drasticamente de valor.

Tambem me parece evidente que dificilmente a Lehman pode simplesmente "falir" ou entrar em Chapter 11. O risco sistémico associado é terrivelmente superior ao da falência da Bear Stearns (relembro que a Bear Stearns nao faliu, foi comprada pela JP Morgan com financiamento da Fed).

Por outro lado, isto só vem comprovar da eficiencia do mercado, que pune severamente quem comete erros graves, como a compra de activos de risco elevado mas mais avaliado.

E se pensarmos em Portugal...será que quem comete erros é punido pelo mercado ?

Rentrée do CDS-PP em Aveiro

Aí está o novo ano político. Depois de férias que se querem revitalizadoras, mas também cheias de reflexão, eis que o circo político está de volta.

O Bloco não pára, e portanto, nem voltou. O problema é que parece que nunca se vai embora, apesar de acrescentar zero à qualidade política.

O PCP vem sempre com a força do Avante, mas não gosta de ser fiscalizado nas contas; isso são coisas de capitalistas porcos.

O PS veio com a brilhante ideia da coisa pública. Ainda bem que vão estuda-la, porque até agora só souberam esbanja-la. Respublica, eis o próximo centro de emprego socialista. A fila ja está à porta da sede em Belém.

O PSD...bem...nem sei que diga... São tantos a querer marcar a abertura do ano político, que nem sei se começaram o ano político nas Universidades de Verão, na Sic Notícias ou no Comentário Semanal do Professor Marcelo...

E para nao ser acusado de só dizer mal dos outros, também o CDS-PP quis marcar a abertura do ano político com um acontecimento do ano passado. Ninguem deu por ela, mas o Dr Nobre Guedes parece ter abandonado a Vice-Presidencia do Partido e não avisou. Ninguem avisou. Mas também ninguem deu pela falta...

Mas como é preciso uma reentrada formal, este Sábado o CDS-PP fará a sua Rentrée oficial, desta vez em Aveiro. Porque o CDS-PP é parte de Aveiro e Aveiro é parte do CDS-PP. Independentemente de quem lidera.

Ai Teixeira...valha-nos os Santos...

O nosso Ministro das Finanças veio hoje afirmar que o Governo nao pode estar todos os dias a actualizar as previsoes de crescimento e de inflação portugueses.

Muito bem.

Eu diria que se acertassem (ou pelo menos poupassem no show off...) nao as teriam de fazer...

Nao deem mais ideias aos Socialistas...

Agora o Governo Norte-Americano planeia implementar um incentivo de 25bn USD / ano para ajudar as contructoras de automóveis americanas a mudarem a tecnologia usada nos carros, isto é, para produzirem carros menos poluentes. A ideia na Europa parece usual, tal é a frequencia com que os governos a usam a custo dos contribuintes, sem olhar a regras de concorrencia desleal, mas nos EUA é algo de raro.

Tudo nao parece passar de mais um incentivo estatal encapotado, que servirá para cobrir as perdas do sector (lideradas pela GM e Ford) que acumularam so este ano cerca de 26 bn USD de losses fruto da conjugação de dois factores fundamentais para a industria automóvel: o crédit crunch (que também afectou os auto loans, não se restringiu às mortgages) e a subida do preço do crude oil... É obvio que o mercado nao se queixa quando ve entrar free cash no sistema, mas nao deixa de ser mais uma medida populista daquele que deve ser provavelmente o pior Governo da História dos EUA.

E Novembro que nunca mais chega... (e nem sequer acho que a solução passe por Obama...basta deixar de ser Bush...)

terça-feira, setembro 09, 2008

Estados Socialistas da América

Chamam-lhe o fim do Neo-Liberalismo. Chamam-lhe a implosão de uma ideologia. Riem-se com a tragédia de milhões de americanos, e com o fim da política social dos EUA como hoje a conhecemos. Talvez... Talvez não.

Precisamente o contrário. Esta é a prova cabal das contrariedades da política intervencionista do Estado. Antes e depois do bailout da Fannie Mae e Freddie Mac. 

O antes. 

Depois da Grande Depressão, os EUA decidiram criar a Fannie Mae. E depois a Freddie Mac, criada em 1970, em tempo de fraco crescimento económico. Intervenção do Estado que permitiu injectar liquidez no mercado e acelerar o processo de recuperação económica. Resultado: faliu em ruptura e incapacidade de se manter em economia livre; pagam os contribuintes. Neste caso, pagam os actuais contribuintes pelo bem dos contribuintes passados. Nao passou de impostos diferidos no tempo.

Mais. Depois das crises petroliferas dos anos 70 e da recessão do fim dos anos 80, o Governo Norte-Americano decide potenciar o ambito de acção das chamadas GSE (government sponsored enterprises) - leia-se, organizações cujo financiamento é pago pelos contribuintes -, para permitir que todos os americanos possam possuir casa propria. Mesmo que nao tenham condições económicas para o fazer. (Soa a socialismo, não?). Estas organizações, dado o apoio implicito de governo americano, permitem-se assegurar e mesmo securitizar mortgages e empacota-las em novos activos vendidos com uma margem, lucro para as Fannie e Freddie. Tradução: contribuintes pagam para ter uma entidade que tome os depositos de todos (mesmo os que nao deviam poder pedir emprestimos) e torne esses emprestimos um risco de todos. 

Contudo, estas GSEs nao eram empresas publicas. Os accionistas eram privados. Podiam investir (se quisessem) neste modelo de securitização, baseado no Estado. Mas o Governo so garantia a dívida. 

Como já tinha aqui dito em posts anteriores, nao era garantido que os investidores (chamem-lhe especuldores, ou o que quiserem) se salvassem em caso de bailout. E assim aconteceu. Ou seja, os "odiosos" especuladores perderam o seu investimento, e os contribuintes vão continuar a pagar para que todos tenham casa propria. Mesmo que nao queiram.

O Depois.

O Tesouro americano decidiu tomar firme (ou pelo menos ter a opção de tomar firme) as duas GSEs este domingo. Na prática, o Governo vai entrar como credor das GSEs em Preferred Stock (com seniority a todas as outras Preferred Stocks), o que apenas significa que garante (como já garantia) a dívida senior das GSEs e que toda a divida subordinada às Preferred Stock onde o Tesouro se coloca, provavelmente valerá muito pouco (ou mesmo zero).  [ convem aqui referir que preferred stock é um hibrido entre equity e dívida. funciona como uma acção, mas o pagamento de dividendos aproxima-se ao cupão de uma obrigação de dívida. Em caso de liquidação de uma empresa, apenas terá direito a reembolso de capital após a totalidade dos detentores de dívida senior serem reembolsados. Da mesma forma, os detentores de equity (acções) so receberão apos todos os detentores de divida senior e preferred stock serem reembolsados]

Traduzindo: os contribuintes garantem injectar 200 billion (200 mil milhoes) de USD se as GSE nao conseguirem sobrevivier. Vao pagar para alguns contribuintes nao perderem a sua casa.

Ora, tudo isto me parece tudo menos liberalismo económico. Não estou a alegar que os EUA nao sao um Estado liberal. Estou antes a alegar que, devido a pressões várias (há eleiçoes em Novembro...), o Governo americano abdica dos seus ideiais. E como a Historia sempre veio a confirmar, comete erros quando o faz.

Os contribuintes nao deviam ter que pagar para que quem nao podia ter créditos, os continue a ter, so para nao perder a casa que nunca devia ter tido. Os contribuintes nao deviam ter que pagar para salvar empresas publicas, feitas com bases erradas. Os contribuintes nao devem ter que pagar para ter show off pre-eleitoral (va lá que nao se lembraram de formar uma "Fundação Republicana para pensar na coisa pública...).

As GSE deviam ter falido. Com todas as consequencias que isso poderia acarretar. O mercado sempre sobreviveria. Provavelmente melhor do que sobrevive depois disto, porque esta intervenção abre brechas, o chamado risco moral: se se salva uma, ou duas, porque nao todas?


Lehman Bros.: e agora?


No contexto da dificuldade do sector bancário e financeiro dos EUA, surge mais uma possível vítima no horizonte.

Foram já vários os dias no último ano em que esteve na agenda do dia o possível chapter 11 da Lehman, mas hoje essa possibilidade foi ainda mais forte, depois de uma queda de mais de 40% na valorização na sessão de hoje.

Depois do colapso da Bear Stearns e da Northern Rock (entre muitos outros menos conhecidos e de menor dimensão), a notícia de hoje que dava a conhecer o fim das negociações do banco de investimento americano com um fundo koreano para a venda do departamento de investment management (ou qualquer outra forma de entrada no capital da Lehman), as acções entraram em queda livre.

A Lehman Brothers é um dos bancos de investimento mais proeminentes de Wall St, e inclui(a)-se nos 5 maiores dos EUA.

Muitos foram os rumores no último ano que a sua capacidade de financiamento e acima de tudo a sua liquidez estariam seriamente afectadas pelas perdas no portfolio de crédito hipotecário e consequente incapacidade de reforçar capital, e repor os rácios. Todavia, sempre as notícias de falta de liquidez foram rejeitadas.

Ainda hoje, é possível que a Lehman Bros. detenha liquidez suficiente para enfrentar o mercado, mas será suficiente para sobreviver à pressão dos agentes que todos os dias apostam na sua falência ?

sexta-feira, setembro 05, 2008

segunda-feira, setembro 01, 2008

US Elections: os VPs

Agora que as eleiçoes norte-americanas entram na recta final, surgem finalmente os nomes para a Vice-Presidência. "100 milhões de americanos escolhem o Presidente, apenas um escolhe o Vice-Presidente".

Depois do verdadeiro circo mediático que consistiu a Convençao Democrática, com um festival digno de uma produçao de Ediberto Lima, onde perfilaram as estrelas do Partido: Michelle (a esposa), Hilary (a opositora), Bill (o marido infiel da opositora e former President), Biden (o Vice) e por fim Obama (o próprio), aguarda-se a Convençao Republicana.

Já é conhecida a nomeada para VP, assim como a reduçao do circo republicano ao minimo essencial (ja está confirmada a ausencia de George W. Bush... que conveniente!) devido a eventuais medidas de emergencia devido à passagem do Gustav. Nesta altura ja se sabe que muito provavelmente nao será tao grave quanto antecipado.

Um verdadeiro furacao está a retirar protagonismo aos candidatos. Convem em todo caso perceber melhor o que cada um dos candidatos e VPs apresentam. (to follow up)

terça-feira, agosto 26, 2008

A segurança do País: brandos costumes!?

Uma agencia do BES foi alvo de um assalto ao estilo sul-americano e conclusao hollywoodesca. A escalada de violência em Portugal é notória, e a inércia - que não verbal - do Ministro da Admin. Interna inequivoca.

Não é contudo o Ministro o maior alvo de crítica. Ja se sabe que as polícias estão mal preparadas para prevenir o crime, que a falta de condiçoes para acolher tamanho numero de imigrantes e a revolta da segunda geraçao sao problemas graves que Portugal nunca esteve à altura.

E convem acrescentar que ao elevadíssimo nível de profissionalismo dos GOE, cuja actuação foi - essa sim - verdadeiramente preventiva, a acutilancia e rapidez da operação merece todos os aplausos. Alias, so com acçoes em que o Estado defende realmente a legalidade (e invoco aqui a defesa da vida dos refens) é que será possível conter a crescente onda de criminalidade.

O problema é, no entanto, o próprio Estado. Com uma actuação meritória neste caso, as primeiras reacções sao de interrogação face à actuação da polícia. Em caso posterior, em que também houve uso de armas de fogo (e acidentalmente uma criança levada para um assalto foi atingida) eis senão que se erguem imediatamente vozes sobre o uso excessivo de força. E deixa de ser questionada a violencia e acções contra a lei, e é discutida a forma (que ja de si é insuficiente) como combater as infracções. Enfraquece a legalidade do Estado e a propria confiança das forças policias. Ridiculo, portanto.

Ah, e Neo-Liberalismo contempla a manutenção da Segurança como um dos grandes (e poucos pilares) que deverão continuar na tutela do Estado. Pena é que aqueles que avogam a defesa da liberdade considerem a Segurança uma ameaça. A esquerda continua com os mesmo complexos de sempre. Sem segurança não ha legalidade nem liberdade.

CGD: convem nao deixar passar

Apesar de ja se ter passado ha algumas semanas, convem nao deixar passar - e digo convém, porque é do interesse de todos os contribuintes - as movimentaçoes do Governo na Caixa Geral de Depósitos.

Depois de receber dividendos de cerca de 350 Milhoes de Euros, a CGD precisou de um aumento de capital de 400 Milhoes. Curioso. Diria que o accionista único é o mesmo que poe e tira. Curiosamente o Estado. Curiosamente, aquele que mais benificia desta artimanha contabilistica.

Em termos liquidos, apesar de parecer zero, é bem pior. Porque é normal a CGD pagar dividendos ao Estado. Mas 400 milhoes de aumento de capital...nem por isso. Não há problema. Pagamos nós.

Back !

Eis que para a temor de muitos, estou de volta!

sexta-feira, agosto 01, 2008

Causa e consequencia

A actividade partidária e política deve reger-se por princípios éticos e morais, pela honestidade e integridade. Não se pode - sob pena de total incoerência - usar-se de dois pesos e duas medidas para avaliar as situações, mesmo que seja julgamento em caso próprio.

O líder da CPC de Aveiro do CDS-PP tem vindo a insurgir-se, desde a sua tomada de posse e com muitos recuos, contra as decisões e posições de vários elementos que constituem o Executivo Camarário que, aliás, apoiou nas últimas Eleições Autarquicas. Esta viragem política, apesar das muitas hesitações, culminou no pedido de demissão do Vereador das Finanças Pedro Ferreira, caso o empréstimo não fosse aprovado pelo Tribunal de Contas.

Ora, sempre defendi que a coerência e ética política devem imperar. A aprovação do TC constitui uma derrota política do líder da CPC de Aveiro do CDS-PP. Não é possivel em política exigir-se reacções a derrotas sem também as tomar em caso próprio. E não é possível recuar nas graves declarações por si proferidas.

Entendo que na actual conjuntura, e tendo em atenção que as relações institucionais de lealdade do actual líder da CPC de Aveiro do CDS-PP para com a coligação que apoiou para ser eleito vogal da Assembleia Municipal de Aveiro, assim como para com o próprio Executivo - do qual fazem parte dois distintos militantes do CDS-PP -, estão feridas de morte.

Concluo, portanto, como militante do CDS-PP de Aveiro, que o actual líder da CPC de Aveiro do CDS-PP deixou de reunir as condições políticas necessárias para o exercício do cargo para o qual foi eleito. Por manifesta falta de sentido de Estado e lealdade. E acima de tudo por manifesta inabilidade política.

Carlos Martins
Militante do CDS-PP de Aveiro

Emprestimo aprovado

O TC decidiu favoravelmente ao pedido de emprestimo da CM de Aveiro esta Sexta-Feira. Tal como vinha sendo adiantado aqui no Blog, a aprovaçao concretizou-se. Agora é que começa o real problema: aplicar de forma comedida, séria, competente e racional o folego financeiro que é permitido.

Não se deve, portanto, embandeirar em arco, e refuto qualquer celebraçao no momento. O momento é de tal forma grave que foi necessário um emprestimo de "last resort" ao Estado.

O Plano apresentado deve, portanto, para o bem e para o mal ser aplicado ao milimetro, sem desvios e sem incompetências.

Para já, o PS sai derrotado tres vezes:

1. Criou a divida e nada sugiriu para resolve-la;

2. Apoiou a primeira tentativa de aprovaçao ao TC, e foi rejeitado;

3. Foi contra a segunda tentativa de aprovaçao, e foi mesmo aprovado.

Cada tiro cada melro ! (ou será andorinha?)

terça-feira, julho 29, 2008

Iberia e British Airways preparam fusao. E agora TAP?

A espanhola Iberia e a britanica British Airways vai encetar conversaçoes para se fusionarem (sim, nao é "fundirem").

Para alem dos obvios ganhos de sinergias (inumeros avioes vai poder ficar parados), ha toda uma gestao de frotas, pilotos e trabalhadores, assim como de optimizaçao de recursos em dois dos maiores aeroportos da Europa (Barajas Madrid e Heathrow Londres).

Neste contexto, e nao esquecendo que a Iberia vinha ja ganhando inumera força na peninsula iberica fruto da agressiva politica de voos para a Europa, ganha agora mais poder naquele que vem sendo a sua grande aposta: os percursos sul-americanos, onde a TAP vinha tendo grandes esperanças.

Com o fim dos hedges para o preço do petroleo (desde ha um ano...) e a manter-se assim (nao é o que apostaria, mas é um cenário...), as dificuldades para a transportadora portuguesa so podem aumentar...

Qual é a validade de um iogurte ?

EMA: o buraco sem fundo

Sejamos realistas, o Estadio Municipal de Aveiro, EM foi uma empresa criada com o unico intuito de retirar passivo do balanço da CM Aveiro e poupar alguns trocos com o IVA.

A EMA nao tem qualquer poder de encaixe financeiro, nem soluçao possível. Nao é uma empresa no verdadeiro sentido da palavra, é um sorvedouro de fundos publicos, como tantos ha por aí.

Ja pouco importa quem criou o problema (ate porque nao o vai resolver), embora fosse importante que esses tivessem mais decoro e uma atitude mais responsavel.

Nao vou invocar o argumento facil (apesar de verdadeiro) que não aprovei em sede propria com o meu voto a sua construçao. Ser-me-ia de facto dificil naquela altura ver o Euro2004 partir para Viseu.

Mas a verdade é que muitos destes problemas eram possiveis de antever na altura e nao foram convenientemente acautelados. Toda a construçao e planeamento do estádio foi errada e teve o consentimento dos responsaveis de então. O estádio foi construído sem o minimo cuidado para ser rentavel. As infraestruturas sao debeis, pouco resistentes. Os materiais (mais do que de duvidoso gosto) pereciveis. As areas nao sao funcionais, e mesmo aquelas para as quais foi planeado um uso rentavel, nao foi acautelado questoes tao simples como...janelas, ou pilares. Enfim, todo um desastre arquitectónico. Uma verdadeira taveirada...

Agora resta pagar...e durante muito tempo.

Soluçoes?

1. Obvio que se houver algum desalmado suficientemente inconsciente para pagar a concessao de tal elefante colorido, entao força !

2. Nao desaprovaria a junçao de todas as empresas municipais de aveiro (com excepçao do TA, por nao se enquadrar a meu ver naquilo que deve ser a rede de empresas publicas municipais, dado o seu fim muito especifico e delicado). Esta sinergia poderia mesmo criar condiçoes para que houvesse investimento no Estádio por forma a poder tornar-se, se nao rentavel, no minimo menos oneroso.

3. A minha soluçao preferida embora utopica: englobar toda a divida da EMA e vender sob a forma de obrigaçoes municipais aos municipes a uma respectiva taxa de juro conveniente com o nivel de risco de default da CMA. Esta taxa a meu ver nunca poderia ser inferior a 15% ( 10% acima da taxa de juro sem risco). Obrigaria a tomar medidas e soluçoes. Implicava controlo da populaçao sobre toda a actividade. Impediria divisoes entre clube residente e cidade.

Merrill Lynch limpa balanço

Ontem ao fecho do mercado americano o banco Merrill Lynch (ML) anunciou um aumento de capital de 8,5 bn USD assim como a venda de 30,6 bn USD (par value) de CDOs (collaterized debt obligations) a 22 centimos de dollar do par, ou seja, praticamente reduzindo a zero a sua exposiçao a este tipo de activos que está actualmente no centro de toda a crise financeira.

A ML tinha anunciado resultados ha cerca de duas semanas e tinha estes activos avaliados no seu balanço a cerca de 35 centimos de dollar.

A enorme desvalorizaçao dos CDOs resulta de defaults nas hipotecas (assim como no aumento da probabilidade de default descontado pelo mercado para os proximos tempos). Com o preço das casas nos EUA ainda a baixar e a divida dos particulares nos maximos dos preços desses activos imobiliarios, restam poucas soluçoes senao entregar a casa, e aos bancos que detem direitos sobre essas dividas fazer a foreclosure e encaixar a (enorme) perda.

Talvez seja este o principio do fim da crise, mas acima de tudo, o inicio de uma nova realidade no mundo financeiro.

domingo, julho 27, 2008

Fantasminha Brincalhão...buh buh buh

Acha o video mau ? Tente ver este link...:

http://fantasmadaopera99.blogspot.com/

(estive na duvida entre o video de cima e este)

sexta-feira, julho 25, 2008

Liga Sagres na RTP: afinal sempre é pay per view

A RTP ganhou surpreendentemente o concurso de direitos televisivos em sinal aberto da I Liga de futebol. Nada de mais estranho portanto. E quanto mais pensamos nisso, mais estranho fica. Senao, vejamos:

1. A RTP é uma empresa pública. (inclua-se na definiçao, a má gestão, inerente a quase tudo o que é gerido pelo Estado).

2. O corolário de 1. é que é uma empresa falida, onde é necessário injectar capital (dos contribuintes, ora pois!) e fortemente subsidiada.

3. Sendo uma empresa pública, deve servir os interesses da sociedade. Eu gosto de futebol, mas isso nao significa que o futebol seja algo com impacto positivo na sociedade. Penso eu (de que).

4. Dir-me-ão, o futebol traz receitas publicitárias. Correcto. Mas o mundo está em recessão, a publicidade está a apertar o cinto, como toda a gente. Isto significa que o NPV deste projecto é menor, tanto maior for a oferta pelos direitos. Ora, sendo de grande interesse para qualquer televisão sem o enviesamento de ser detida pelo Estado, não lhes é permitido abdicar facilmente destes direitos. Ou seja, oferecem o maximo que podem para ainda ter lucro na operaçao. A RTP ofereceu mais que os canais privados.

5. A diferença entre o que a RTP oferece e o que a TVI oferece é o que a sociedade como um todo PERDE por não optimizar o mercado via privados. É uma externalidade...so que o futebol não é um bem publico... a RTP é que é... Por isso perde-se também o custo de oportunidade do montante pago (retirando a tal diferença) que poderia ser aplicado em programação de qualidade que servisse o interesse público, seja la o que isso for.

6. Nao vou falar sequer em ligaçoes ZON-PS-Joaquim Oliveira-etc.

quarta-feira, julho 23, 2008

Tecnologia em papel


Uma equipa de portugueses desenvolveu uma tecnologia que permite criar um transistor numa folha de papel. Permite aplicações inovadoras como identificaçao eletronica inserida em documentos. Como não percebo muito do assunto, indico o link:

http://www.physorg.com/news135927474.html

Entao e o Robin de collants ?!

Agora que o Crude Oil voltou a preços de Maio (muito antes de se falar na taxa Robin dos Bosques) que vai acontecer ?

a) A taxa é suspensa;

b) o consumidor vai pagar o risco das petroliferas poderem ter que pagar a taxa;

c) os preços nao baixam nas bombas, e fica tudo na mesma, no nacional-porreirismo-socialista;

Chavez outra vez por ca...

Quanto vale para uma democracia albergar e negociar com um ditador ? A preços de hoje, 126 USD / barril.

domingo, julho 20, 2008

Casamento para todos ? Claro

Se me perguntarem se tenho algo contra o "casamento" - leia-se contrato entre duas pessoas - de pessoas de sexo igual, a resposta é não. Cada um deve ser livre de optar pelo que muito bem entender.

Contudo, nesse caso, a igualdade deve também ser..."progressista" como advoga a JS. Ou seja, beneficios fiscais zero para todos os casais e incentivos à natalidade. Nada mais justo ou igualitário.

sexta-feira, julho 18, 2008

terça-feira, julho 15, 2008

Segurem-se ! Vem aí a decisão !

Estará iminente a decisão do TC quanto ao pedido de empréstimo da CM de Aveiro. Sinceramente, divertido é mesmo ver como os diversos "jogadores" se dispoem no tabuleiro, jogando com a incerteza (?) da decisão, mas também com a reacçao e consequencias da mesma, em uns e em outros.

Seja como for, depois da decisão haverá um body count, porque haverá casualties certamente. Inevitavelmente, diria. Seja quem incoerentemente "torcia" para que o emprestimo passasse, para numa reviravolta política inesquecível passou a achar a aceitaçao do emprestimo (depois do primeiro chumbo) uma "catastrofe" para a cidade; seja para quem pede Robespierre's na vereaçao; seja para os donos das respectivas cabeças; seja inclusivamente para quem gosta de emergir das cinzas, porque no queimado há menos para se queimar.

Divertimento puro, portanto.

P.S.: nao se esqueçam das tintas para o estádio, um mero miminho a quem quiser concessionar aquilo por tanto milhao...

segunda-feira, julho 14, 2008

Capitalismo para (des)entedidos em Estado Central

Reconheço que para nao especialistas, a economia e em especial as finanças possa dar a "Ilusão da Visão" para interpretações dispares. Temo no entanto que em muitos casos essa ilusória necessidade de "interpretar" segundo uma ideologia barra e esbarra na realidade pura e dura, cujo desconhecimento compreende-se. A economia real, o capital e os mercados financeiros são exactamente como o dinheiro: sem cor e sem ideologia.

A minha ideia de neo-liberalismo pode também em parte entrar neste enquadramento, e esbarrar também ela na realidade, mas nunca a tal ponto utópico.

Neste post que apesar de assinado por um não especialista, tem o mérito de abordar o tema, há inumeros erros da tal "interpretação".

1. Os bancos são empresas especiais, não pelo poder financeiro que supostamente lhes é atribuido pela esquerda política, mas sim pelo facto de serem o nucleo de qualquer economia (seja ela de Estado Central ou Liberal).

2. Os bancos e entidades financeiras por serem especiais, tem também obrigações especiais, incluindo uma muitas vezes esquecida nestas "interpretações" obrigação de deixar uma percentagem dos seus depósitos numa entidade supervisora (como nenhum outro sector tem), que em Portugal se dá pelo nome de Banco de Portugal. Seria bom ver por uma vez estes acerrimos defensores do proletariado avançarem com ideias economicamente inteligentes (em vez da hipocrita retória do costume), como obrigações semelhantes para outras empresas.

3. Talvez seja falta de conhecimento ou nao, mas para o mercado muitas das vezes as intenções funcionam quase tão bem como os actos propriamente ditos, quando vindo da autoridades. É o sinal que é dado que importa. No caso em particular da Fannie Mae e Freddie Mac, o Tesouro Norte-Americano ao assegurar a dívida destas empresas deu um sinal positivo que a tal dívida tem de facto baixo risco. Ainda (e provavelmente nunca terá que o fazer) não colocou um único centimo nessa dívida. O mesmo se aplica à equity destas empresas. O Estado se por acaso tiver que comprar acções de alguma destas empresas, fá-lo-á a um preço extraordináriamente baixo (quem sofre serão os "odiados" "jogadores"), pelo que os contribuintes farão ainda um excelente negócio (privatizaram caro e agora recompram barato...). A equity em caso de falência vale ZERO.

4. Convem também nao esquecer que foram estas duas empresas quem possibilitou o chamado American Dream, que inclui naturalmente inumeros imigrantes vindos de ditaduras comunistas por essa América Latina fora, a fugir da miséria a que foram votados. E o contribuinte até aqui também nada pagou por isso...

Dito isto, aceito sugestões para perceber quem é que realmente tomou o risco... Se o Estado ou os privados que perderam dinheiro.

E ja agora, expliquem-me como seria um mundo sem sistema financeiro. Sem classes? Ou com caos ?

O sistema bancário americano

domingo, julho 13, 2008

sábado, julho 12, 2008

Fannie Mae e Freddie Mac: o centro da crise

A crise hipotecária nos EUA atingiu esta semana o seu auge, certa de um ano depois de começar. Na semana em que a maior parte dos mercados mundiais entraram oficialmente em bear market (designaçao que lhes é dada depois de cairem mais de 20% desde o ultimo máximo), duas empresas estiveram em especial destaque, pelo seu comportamento em bolsa, mas especialmente pela sua importância na maior economia do mundo.

A Federal National Mortgage Association (mais conhecida pelo acrónimo Fannie Mae) e a Federal Home Loan Mortgage Corporation (com o acrónimo Freddie Mac) sao GSEs (Government Sponsored Enterprises) mas detidas por stockholders (investidores, como qualquer outra empresa cotada em bolsa). Tanto a Fannie Mae como a Freddie Mac tem como negócio financiar hipotecas (a outras entidades financeiras) ou garantir essas hipotecas, e como contrapartida (e daqui vem o seu lucro) vender MBS (mortgage backed securities), que nao sao mais do que pacotes de hipotecas que financiou ou garantiu, mas cuja reuniao em pacotes permite vender por um preço mais elevado do que se o fizesse individualmente, via efeito de diversificaçao de risco. Por outras palavras, empresta dinheiro a entidades financeiras que fazem emprestimos para comprar casa a clientes, e por outro lado, investidores de MBS emprestam-lhes dinheiro; via efeito de diversificaçao, a taxa que cobram é maior que a taxa que pagam, pelo que o seu negocio é na pratica securitizar hipotecas.

A criaçao destas entidades permitiu dar liquidez ao mercado de hipotecas nos EUA, e foi uma forma de universalizar o acesso a uma habitação própria aos americanos. Foi portanto uma politica social, iniciada em 1968 e intensificada e massificada a partir de 2000. Para aqueles que olham os EUA como o centro do capitalismo, esta foi uma forma via mercado de tornar possivel que muitos americanos pudessem ter uma casa propria.

Contudo, a espiral de preços das casas teve um forte revés há cerca de 2 / 3 anos atras. Em julho de 2007 estourou a crise do subprime, e muitas das entidades financeiras que detinham hipotecas ou instrumentos derivados de hipotecas subprime, viram o seu patrimonio desaparecer, e muitas foram inclusivamente à falencia.

Contudo, estas duas GSEs, não estao no negocio do subprime, as suas hipotecas sao na esmagadora maioria de qualidade superior (prime ou near-prime). No entanto, as hipotecas que detem correspondem a metade do valor total de hipotecas dos EUA, isto é, detém ou securitizam cerca de 5 trillion USD (5 biliões de USD) do total de 12 trillion USD.

Tanto a Fannie Mae como a Freddie Mac esta semana desvalorizaram-se cerca de 70% em bolsa , com rumores que estariam em falencia técnica segundo os critérios contabilisticos em vigor nos EUA, onde os MBS (e todos os activos) teriam de ser avaliados ao fair price (ou seja, em caso de liquidação imediata, qual o seu valor no mercado). Sendo que o mercado de MBS está praticamente "morto", estes activos, apesar do valor intrinseco, tem um baixissimo valor de mercado, devido à escassez de procura.

Sendo GSEs, tanto a Fannie Mae como a Freddie Mac tem uma garantia implicita do Governo Norte-Americano, que assegura a sua divida tacitamente. Contudo, isto nao implica que reste algum valor para os accionistas...

Em caso de tomada firme pelo Governo Americano destas GSEs, a divida publica Norte-Americana praticamente duplica, pelo que será a maior injecçao de capitais publicos para obra social que ha memória...

Nada mau para o centro do capitalismo e imperialismo que tantos odeiam...

sexta-feira, julho 11, 2008

Surpresa...?

E não é que passa mesmo ?

Robin Hood II - O Heroi em Collants

A economia e a política tem destas coisas engraçadissimas. Não é que os ambientalistas e defensores de medidas ecológicas agora estão calados com este novo imposto sobre a Galp ?

Curioso, porque o aumento do custo dos combustíveis incentiva não só a poupança de energia (e menos poluição, consequentemente) como acima de tudo incentiva o uso e desenvolvimento de novas energias alternativas...

Claro que tributando a Galp para "ajudar os mais desfavorecidos", o Estado está indirectamente a tornar menos rentável o projecto que ainda ontem apresentou dos carros electricos.

Pior, está a tornar uma situação onde a preocupação com o preço com os combustíveis e com o ambiente, se torna uma perseguição a lucros legítimos.

Mas, no fim de contas, quem é que julgava que a esquerda era coerente ?

quinta-feira, julho 10, 2008

Robin Hood ao poder ! Traz um amigo também !

Um Estado que cobra impostos especiais a empresas especificas é um Estado no mínimo pró-Revolucionário ou pró-Soviético. Parabéns extrema-esquerda. Ganharam.

Agora preparem-se para que as melhores empresas saiam do País assim que puderem. Eu assim o faria. E fiquem com os vossos sindicatos e o desemprego.

Ridiculo.

Tenho vergonha do Estado em que vivo e acima de tudo dos pseudo-governantes intelectualmente menores e desonestos que temos.

(Pergunto-me se o Estado criaria baixa de impostos especiais à Galp se por acaso o Crude Oil passasse de repente para abaixo de 40 USD... Ou se por acaso algum arauto de esquerda viria reclamar pelos prejuizos "extraordináriamente baixos". )

Robin Hood, Sheriff de Nottingham e o King Richard

OK. O Robin Hood roubava as colectas de imposto ao Sheriff de Nottingham, mandado pelo King John, para redistribuir pelos pobres.

Pergunta: Os escaloes de IRS e a tributação chamada "progressiva" ja nao é supostamente uma forma de redistribuição de riqueza? Então e que dizer dos infindáveis subsídios que o Estado dá aos desbarato sem saber exactamente se cumprem o fim para o qual foram criados ?

Claro que o tirano King John tentava cobrar o máximo de imposto aos cidadãos, e o Sheriff de Nottingham era o cobrador coersivo.

Pergunta: O Estado já nao cobra demasiados impostos?

A situação do povo em geral na floresta de Sherwood era de facto precária. Ao fim ao cabo, por mais que trabalhassem e recolhessem de riqueza, sabiam que mais cedo ou mais tarde o Sheriff lhes retiraria o proveito do seu trabalho.

Pergunta: A cobrança desmedida de impostos incentiva à produtividade ?

Pergunta: Cobrar impostos a quem mais conseguia ganhar (uns menos pobres que outros, mas todos pobres, todavia, em Sherwood) resolvia as desigualdades sociais ou tornava todos igualmente paupérrimos ?

Como centro da revolta popular, Robin Hood decide roubar ao Sheriff e ao King John, para devolver o dinheiro aos pobres, nao se sabe ao certo em que proporções.

Pergunta: Já nao há quem fuja ao fisco ?

Pergunta: Entre tirar e voltar a redistribuir, porque nao deixar tudo como está?

Pergunta: Já nao pagamos demasiados impostos (não esqueçamos que neste "nos" incluo as empresas que nos pagam salarios)?

Depois da chegada do King Richard, tudo ficou diferente. Presume-se que os impostos tenham baixado, porque Robin Hood viveu feliz para sempre com a Lady Marion.

Pergunta: Mas será que foi pelos roubos do Robin Hood ou por uma política diferente ?

Pergunta: O King Richard perguntou quem era o mais rico ou quem é que produzia mais ferro ou mais vestidos de cetim para a Lady Marion e passou a cobrar lhes mais imposto por isso so porque eram bens com elevada procura ?

quarta-feira, julho 09, 2008

Empresas Municipais de Aveiro

Novo folego para a reorganização das empresas municipais em Aveiro foi agora dado pelo actual executivo. Há muito se espera a extinção de muitas destas gorduras, criadas em tempo fartura (virtual, é certo, era apenas ilusão contabilistica).

Resta esperar para ver qual as decisões a tomar, sendo que há obvias sinergias a obter na fusão de varias empresas municipais, e até forma de formar um package mais interessante para eventual venda. Não haja dúvida que o grande cancro reside no EMA, sendo a sua concessão por 60 milhoes de euros eufemisticamente utópica a meu ver, pelo que o caminho passa indubitavelmente pela constituição de um grupo empresarial municipal, capaz de gerar receitas e sinergias, assim como mais-valias para o municipio, sempre tendo em conta que o problema reside na genese (ou seja, na criaçao das empresas para camuflar divida) e nas eventuais tentativas de resoluçao do problema.

Nao obstante, a entrada de capital privado é assim mais facil e deve ser incentivado. Torna-se menos importante em que peso a CMA participa, mas convem ter algum poder de decisão, caso contrario mais vale vender a totalidade. Uma perda marginal de peso no capital que pode ser decisivo, é muito mais valioso que o preço simples da percentagem de capital, e isto deve ser introduzido em possiveis negociações, ou em alternativa, com a criação de obrigações contratuais que defendam os interesses dos municipes. Ou entao, a total privatização (a melhor opção sempre que possivel), apesar de constituir a aceitaçao da total incapacidade de gerir rentavelmente, a manutenção do erro é sempre pior.

E que nao haja duvidas, a MoveAveiro só terá futuro sendo privatizada. A gestão municipal é incompetente, a actividade sindical inaceitavel e prejudicial para a propria empresa e a politica de subsidio-dependencia apenas adia o inevital: a ruptura total.

terça-feira, julho 08, 2008

É "VOI" ou "BACA" !?

http://www.moveaveiro.pt/Votacoes/votacoes.htm

uma votação excitante a não perder no site da MoveAveiro !

domingo, julho 06, 2008

Bagunça na FPF

Nem sequer vou falar de futebol e corrupçao. As ligaçoes entre os dois sao demasiado obvias neste caso do CJ da FPF.

Vou apenas lembrar o quão sintomático esta situação é do estado deplorável da legislação portuguesa. Pode-se andar para a frente e para trás com recursos, e no fim (ultima instancia portanto) ainda há forma de nao ser tomada uma decisão. Ou nao é válida.

A verdade é que a inexplicável complexidade do sistema jurídico portugues e sua legislação e codificação dá emprego a demasiada gente, mas é talvez o maior responsável pelo atraso estrutural do País, seja a nível económico, ou social.

Legislação simples é sinónimo de transparencia e responsabilização de quem toma decisões jurídicas, e de credibilidade e fiabilidade para os agentes económicos. Legislação complexa permite contornar a propria lei, e favorece a corrupção. Curiosamente, os políticos adoram complicar a legislação ainda mais...

Duas notas finais para reflexão:

1. Se o Estado cobra impostos, cria subsidios e beneficios e agravamentos fiscais, não seria mais fácil tornar o processo mais simples, deixando ao contribuinte apenas um fluxo financeiro (o net do débito e crédito ao Estado)? Claro que já nem falo na abolição total de beneficios e agravamentos, já que a sua implementação nao tem justificado os meios...

2. Uma economia de mercado, liberal, precisa de um Estado regulador, e nao complicador. Portugal é uma economia de mercado em que a legislação nao permite o livre funcionamento do mercado. Em que ficamos ? voltamos ao PREC (ao menos era coerente...)?

sábado, julho 05, 2008

As FARC e o aliado PCP

Perfeitamente inexplicável a posição do PCP no Parlamento em relação à libertação da ex-candidata à presidencia da Colombia, Ingrid Betancourt.

Para além das práticas, propostas e ideologia pouco (ou nada democrática), e depois da recusa em considerar a Coreia do Norte uma ditadura (ja para não falar de Cuba), descobre-se agora que também as FARC não são, para o PCP, uma organização terrorista. Lamentável.

quinta-feira, julho 03, 2008

Pelo meio do hiato...uma visita ao templo

Como a lesma

Aveiro não mudou muito entretanto. Ainda (??) não ha emprestimo aprovado no TC. O plano foi reapresentado, mas não é muito diferente, embora o TC tenha ajudado com as cábulas do primeiro acordão.

Agora surgem notícias que muitos querem cabeças se o emprestimo não aparecer. So posso discordar. Para o bem e para o mal, a população confere mandato para resolver problemas. Resolver problemas, o melhor que se possa ou sabe, não levantar egos ou promover individualidades. Sejam da posição ou da oposição. Não sou adepto da política de terra queimada ou de constantes necessidades de legitimação, isso deixa-se para os partidos instáveis.

What goes up...must come down...

Impensável para muitos, o PSI20 destacou-se como uma das piores performances dos mercados mundiais este ano (so atrás da Turquia, China e Vietname, julgo).

O grau de especulação e alavancagem de posições resulta nisto: um banho frio de realidade. Resta saber quando todos estarão limpos, ou se alguem se afoga pelo caminho...

Ferreira Leite: a dama enferrujada

O PSD escolheu novo líder. Não exactamente novo. Não exactamente líder. Uma pessoa que assume aquilo que há muito nao se ve por aqueles lados: alguem que coordene e faça uma espécie de união do conjunto de tendencias políticas (que nem chamaria ideologicas) que forma aquilo a que muitos chamam partido político.

Mas que não se enganem. Esta senhora é uma tecnocrata, formada pela teoria Keynesiana, embora polida por uns toques de liberalismo antiquado. Assim uma espécie de Sócrates, sem o marketing e imagem associada.

Crise dos bancos

New definition of balance sheet for banks:

"On the left side, nothing is right; and on the right side, nothing is left"

A figura do hiato do Neo-Liberalismo: JC Trichet !

O presidente do ECB, Jean-Claude Trichet foi a grande estrela das ultimas semanas nos mercados financeiros.

Por um lado, decidiu focar-se no único mandato do ECB, e combater as expectativas de inflação. Como tal, e com uma expressão nova (um tal de "heightened alertness" ), sinalizou a subida de taxas para a reunião de hoje, como de facto veio a suceder.

Numa altura em que a crise de confiança do sector da banca atingia o seu climax, as palavras de Trichet cairam de forma absolutamente bombastica. Senão, vejamos:

Os bancos, por definiçao, detém enormes portfolios de obrigações de taxa fixa, seja de empresas ou governos, cujo preço varia inversamente à taxa de juro. A sinalização da subida de taxas do ECB provocou um abrupto aumento das expectativas das taxas de juro de curto prazo, e imediatamente esses portofolios sofreram perdas consideraveis, precisamente numa altura em que a liquidez é um bem escasso.

Por outro lado, o preço das commodities, nomeadamente o petroleo, tem variado de forma inversa ao Dollar, pelo que as palavras de Trichet, para alem de fazer subir o Euro face ao Dollar, fizeram também disparar o preço do ouro negro, que curiosamente é um dos motivos do aumento da expectativa de inflação.

Por ultimo, o aumento das taxas provoca imediatamente uma subida das já sufocantes prestações das hipotecas, pelo que não so as pessoas veem o seu poder de compra afectado, como também os bancos veem o nivel de incumprimento aumentar.

Claro que a inflação é o único mandato do ECB, pelo que parece a acção ser correcta nesse sentido estrito...mas a que preço ?e

E porque o Blog é meu...

...escrevo e deixo de escrever conforme me apetece !

Não obstante, nao foi propriamente falta de vontade ou algum ataque de preguiça prolongado.

Basta dar uma olhada nas variações mensais do PSI20 ou do S&P para perceber o porque desta ausencia tão prolongada.

Obviamente que muito se passou neste hiato, mas também muito ficou igual...

Resta-me fazer o catch up...


Bem-vindos de volta !

sábado, abril 05, 2008

Pontes para o futuro ( II )

Era uma vez um Ministro. Uma ponte cai. O Ministro também.

Mas depois levanta-se. Vai se a ver é CEO de uma construtora civil. Vai se a ver e até constroi pontes !

Ele há coisas curiosas ... A vida é mesmo cheia de coincidencias!

Pontes para o futuro ( I )

Nós, contribuintes do Norte e Centro não poderiamos estar mais satisfeitos. Foram lançados inumeros novos troços de autoestradas.

Claro que essas autoestradas ja eram absolutamente necessarias ao desenvolvimento ha anos... Mas glorificado seja este Governo por ter a benevolencia e grandiosidade por esta esmola...

Claro que enquanto esperavamos ansiosamente por esta dádiva (nós que até contribuimos razoavelmente com impostos e produtividade...), nesses anos de prece foram construidos incontaveis kilometros de vias circundantes a Lisboa, e uma ponte sobre o Tejo. Ah! E agora outra !

Ninguem se meta com Lisboa ! (ou será ninguem se meta com o PS?) (ou será ninguem se meta com o lobby das construtoras?) (ou será ninguem se meta com a Mota Engil?) (fiquei mesmo confuso...)

AveiroExpo e Convites: Afinal a culpa é da CGTP

Caiu o Carmo e a Trindade por um alegado atraso nos convites a muitos políticos da praça Aveirense para a cerimónia de inauguraçao da Feira de Março (que muitos nem sequer tencionavam ir).

Chegou-se a sugerir intençoes mirabolantes de segregação entre partidos, onde segundo esses prontos críticos tal devia-se à "habilidade", "incompetência" e "esperteza" do Administrador e Director Executivo da AveiroExpo.


Numa democracia "normal" seria de esperar um pedido de desculpas. Nesta acho que nao.


De qualquer forma, o atraso deveu-se a uma greve (imagine-se!) nos CTT. Ora, esses prontos críticos enganaram-se no quadrante político a culpar. Pior que isso, já perceberam como esse dito direito laboral pode afectar determinantemente o normal funcionamento da democracia e da economia dita de mercado.


Tudo lamentável.

Delphi: deslocaliza-se para a falencia


Os políticos em Portugal são normalmente pouco esclarecidos. Optam pelo obvio, em nao raras vezes caindo no ridiculo do desconhecimento.

Quando fecha uma multinacional em Portugal, os argumentos sao sempre os mesmos. Presume-se que a empresa fecha pelo prazer de despedir pessoas ou pela ambição pura do lucro.

Não tendo em nada contra a ambiçao pelo lucro (aliás, é sempre nessa perspectiva que o emprego é criado...), isto nem sempre é o motivo de fecho de multinacionais.

A Delphi é a grande fornecedora de peças da GM, o gigante da industria automovel norte-americano. Na passada sexta-feira, circulava no mercado rumores de que poderia estar à beira de declarar "Chapter 11", ou seja, falencia.

Num cenário destes, pergunto ao Dr Filipe Menezes e ao Dr Francisco Louçã, não acha razoavel este encerramento ? Ou será que se deveria continuar a produçao em Portugal, com a empresa falida nos EUA ? Informem-se.

quarta-feira, abril 02, 2008

Duvida existencial ( II )

Qual terá sido a alínea que levou à rejeição do empréstimo ?

Escolha aqui a sua opção.

Dúvida existencial

Como contribuinte, gostaria de ver o dinheiro dos seus impostos emprestado à Camara Municipal de Aveiro ?

TC rejeita pedido de emprestimo à CMA

Foram tantos os avisos e os sinais, que surpresa seria se a decisão fosse outra, por muito que esta seja penosa e nefasta para o Município.

Tanto foi o tempo de espera e os tais avisos e sinais, que eu confio que uma alternativa esteja já desenhada... Não se pode esperar menos que isso da CMA...

terça-feira, abril 01, 2008

domingo, março 30, 2008

O novo PSD é um perigo


Menezes veio hoje a público defender que a ser eleito, em quatro anos alinharia os impostos de Portugal pelos de Espanha. Palavra por palavra, defendeu a harmonizaçao fiscal entre os dois países.

Numa altura de eleitoralismos (nomeadamente socialista, com a baixa de IVA), este é apenas mais um anuncio para cativar votos, à custa mais uma vez da sanidade da economia Nacional.

Depois da entrada na moeda única, Portugal perdeu uma das poucas politicas que detinha para intervir na economia (leia-se politicas legitimas de uma economia de mercado): a política cambial/monetária. Soberania perdida para o ECB.

Resta apenas a política fiscal/orçamental.

Ora, harmonizando a politica fiscal por Espanha, Portugal perde essa soberania imagine-se(!) para Espanha...

A política fiscal é uma arma fundamental para qualquer Governo, e até pode casuísticamente ser optimo alinha-la por Espanha, mas nada o garante...

Um tiro no pé (mais um...) de Menezes...

O Ministrozinho Manuel e a Goldman Sachs


Pelo que António Borges veio a publico divulgar, Manuelzinho, perdao, Manuel Pinho, Ministro da Economia veio ameaçar cortar as negociaçoes entre a Goldman Sachs e o Estado Português.

Sendo a Goldman um dos maior bancos de investimento do Mundo e por todos reconhecido como o mais lucrativo...ponho-me a pensar que essa ameaça deve realmente provocar uma hecatombe nas contas da Goldman...

Pobre Portugal, és tão pequeno, queres ser tão grande e tens atitudes tão mesquinhas...

quinta-feira, março 27, 2008

MoveAveiro: APV method

Capital Proprio MoveAveiro 2006: 850.000
Passivo MoveAveiro 2006: 2.450.000
Taxa Juro sem risco: 4%
Spread crédito: 2%
Beta mercado: 1,1
Taxa de retorno esperado de mercado: 6%
Resultados Operacionais MoveAveiro 2006: (1.250.000)
Corporate Tax: 30%

Valor da MoveAveiro: -13.730.000 Eur

Contudo, ceteris paribus mas RO 20% dos Cap Proprios:

Valor MoveAveiro: 2.695.000 Eur

Agora aumentando o passivo para 4.000.000 eur e os capitais proprios para zero (mantendo o RO de 2006):

Valor MoveAveiro: -13.383.300 Eur

Finalmente, mantendo a actual estrutura de capital, mas esperando Resultados Operacionais de 1.000.000 Eur anuais médios no futuro:

Valor MoveAveiro: 12.296.000 Eur

E com Passivo = 4.000.000 e Cap Proprios = 0, mas ROs = 1.000.000/ano:

Valor MoveAveiro: 12.866.000 Eur

todos os valores sao aproximados e/ou estimados para calculos de valor final.

quarta-feira, março 26, 2008

Eleitoralismo

O IVA baixa para 20%. Sócrates parece um heroi nacional. Não é.

Se o défice baixou, foi puramente à custa dos contribuintes. A prova é que já foi possivel baixar 1% dos 2% que este Governo aumento (após uma campanha eleitoral mentirosa).

Pior só mesmo o Bloco de Esquerda, que vem dizer que esta medida nao afecta os portugueses, apenas as empresas. Brilhante e hipocrita como sempre. Pergunto-me onde trabalharão os portugueses para o BE... E já agora se sem empresas viáveis é possivel uma economia saudavel, ou então se para o BE o ideal de economia é todos os trabalhadores serem funcionários públicos.

terça-feira, março 25, 2008

MoveAveiro, avaliação preliminar

Quanto vale a MoveAveiro ? É a pergunta que tentarei responder nos proximos dias.

Numa preliminar análise a frio e sem grandes calculos:

- Price / Book sector na Europa : 5x

- Capital Proprio MoveAveiro: 850.000 Eur

Valor Mercado: 4.250.000 Eur

(opinioes aceitam-se)

Telemoveis nas Escolas

É no minimo irónico que a discussão em volta da aluna da escola Carolina Michaelis se reduza ao uso ou não do telemóvel na sala de aula, quando exactamente pela sua presença nessa sala que foi possível assistir a todo este filme ...

segunda-feira, março 24, 2008

Credito malparado = subprime ? provavelmente nao...

A tentaçao jornalistica é imensa em comparar o alargar do montante em crédito malparado em Portugal com a crise de subprime dos EUA. Maugrado as semelhanças, o problema nao é sequer comparável.

Logo à partida porque o subprime é uma classe de credito à habitaçao logo à partida assinalado como de alto risco. E depois porque a atribuiçoes destes emprestimos nos EUA tem uma serie de especificidades que nao existem em Portugal, como ja aqui referi varias vezes. Nos EUA os devedores tem um periodo chamado de teaser rate, onde durante um ou dois anos a taxa de juro é particularmente baixa. Depois, é-lhes permitido na maior parte dos casos rolar o emprestimo, ou seja, receber mais dinheiro a meio do emprestimo, dando o imovel como garantia, recuando o montante total em divida para o valor maximo da casa. Claro que se depois deste roll over o preço da casa baixar... ha problemas.

Em Portugal há duas coisas que diferem: o preço das casas nao tem baixado significativamente e nao é permitido aumentar o endividamento recorrendo a uma avaliaçao do imovel a meio do credito à habitaçao.

Contudo, os bancos portugueses tambem securitizaram os seus emprestimos à habitaçao, à semelhança dos bancos americanos, formando uma pool de creditos que no seu conjunto a teoria financeira diria que reduzia o risco intrinseco via diversificaçao.

Ou seja, por outras palavras, os bancos portugueses nao estao minimamente com os montantes de credito à habitaçao malparado porque ja os venderam. E porque estão ate agora a conseguir com sucesso desfazer-se dos imoveis tomados como garantia em leiloes de casas...

O unico problema é se ao venderem os creditos de habitaçao portugueses os bancos compraram creditos à habitaçao americanos, vulgo Mortgage Backed Securities, onde se incluem activos subprime cujo valor nao é mais que 40% do par value...

Ah....e ja agora, os spreads aumentaram porque os riscos aumentaram: o risco do credito malparado (sim, este risco paga-se, naturalmente) e o risco de bancos contrairem emprestimos entre si também.

Burocracia, epilogo II "A Prima Nocte"


Sempre que remexo no assunto do Fisco exigir aos jovens casais a entrega de inumeros e ridiculamente escrupulosa lista de recibos e cheques e outros pormenores pidescos (mesmo a Pide nao me parece que tivesse que pedir a ninguem...), lembro da "Prima Nocte".

Segundo esta lei medieval, o Rei (ou os senhores feudais) tinha opçao de escolha sobre a primeira noite da noiva, podendo portanto passar momentos agradaveis com a noiva antes do proprio noivo o poder fazer.

O Fisco so quer "desvirgindar" a noiva dos afazeres das declaraçoes fiscais.

Uma medida meramente pedagogica, claro esta!

Burocracia, epilogo.

O fisco não consegue cobrar os impostos baseados na pre-historica teoria da adminstraçao central, onde o papel e o carimbo sao reis.

Vai daí que - qual democracia de Abril que aprofundou e "aperfeiçoou" - toca a punir aqueles que nao fizerem o trabalho do fisco.

A genialidade destes senhores é atroz. Só ainda nao perceberam que o problema é o excesso de lei, de zelo e de imaginaçao. E falta de competencia.

Siga com a boda sr Prior (e desta vez nao ha indirectas para a AM de Aveiro...), nao se esqueça de passar o recibo da esmola, para os noivos poderem viver felizes para sempre.

A burocracia atinge sempre mais perto do que se imagina: poderá ser verdade !?


believe. change. we can. can we?

quarta-feira, março 19, 2008

Mais MoveAveiro


Supreende-me ( ou provavelmente nao...) a forma como é abordado a temática da MoveAveiro pelos políticos aveirenses.

Os de extrema-esquerda são pragmáticamente conta a iniciativa privada, porque o lucro e a eficiencia são inimigos da opulencia de postos de trabalho obsoletos e nao produtivos. É um pragmatismo, logo nao se discute.

Já o PS tem um discurso "interessante".

Desde logo, não apresenta uma única solução para continua situaçao deficitária da empresa. Foi criada no seu tempo de governação, o que logo à partida faria supor que saberiam como tornar essa empresa municipal sustentável. Nao sabiam e nao sabem.

Mas acima de tudo, o discurso de que deve ser o Contribuinte em geral a pagar a má gestao e falta de sustentabilidade da empresa, so porque privatizar é pouco popular para os votos dos ruidosos trabalhadores da MoveAveiro...é absolutamente lamentável e demagogico. Sugerir que nao so se deve remunicipalizar como também continuar a subsidiar o erro é talvez o maior simbolismo daquilo que é e sempre foi o PS: despesismo exacerbado e gestao ruinosa à custa do contribuinte, sob o chapeu falsamente keynesiano que deve ser o Estado a suportar tudo.

Subsidiar a MoveAveiro improdutiva e ineficiente não me parece nada boa ideia como contribuinte. Admito contudo que é possível nao privatiza-la, mas para isso é preciso saber gerir, e os actuais gestores não me parecem minimamente capazes (ou nao terão vontade de ser impopulares).

Se privatizar a MoveAveiro é a melhor opçao para a CM de Aveiro, então é um humilde assumir de incapacidade de gestão, mal do qual também o executivo PS sofria.

Fala-se imenso das reduçoes dos trajectos menos rentáveis. Mas ninguem falou ainda da eficiencia dos recursos, nem tao pouco da mobilizaçao e sensibilização para o uso de transportes publicos. Acredito piamente que esta ultima se deve a graves incompetencia dos gestores.

Se a MoveAveiro for privatizada, então é perfeitamente natural que se pague por uma gestao de qualidade. A alternativa actual é manifestamente mais cara.

Se a MoveAveiro for privatizada, os trabalhadores devem capacitar-se que a produtividade é a grande qualidade de um trabalhador, e nao a exigencia ruidosa de mais direitos, numa clara atitude egoista perante a sociedade que se pretende de mérito. Os direitos merecem-se, nao se aquirem por "lutas" e manifestaçoes de indole comunista ou sindicalista, numa cultura de proletariado que se quer erradicar a bem de todo o País.

Se a MoveAveiro for privatizada, então que Aveiro ganhe com isso, poupando uma quantidade apreciavel de recursos que podem ser canalizados para outros projectos, melhorando a qualidade de vida dos Aveirenses. Como contribuinte agrada-me essa opçao, à falta de qualidade de gestao para melhor. Mas também isso é um bom acto de gestão.

Mais um corte de taxas nos EUA

Depois do corte de emergencia da taxa de redesconto para 3,25%, hoje na reuniao ordinaria decidiu o corte esperado de 75 bp nas taxas de referencia para os 2,25% (de 3,00%).

O mercado chegou a descontar um corte de 100 bp (que seria o maior de uma só vez desde 1984), mas com o desanuviar da pressão sobre o sector financeiro (os rumores de falta de liquidez do banco de investimento Lehman Bros. eram infundados, e os resultados para o Q1 sairam melhor que o esperado) o Fed nao se viu obrigado a um corte tão forte.

De qualquer forma, a situaçao do banco central americano é delicada: com a pressão inflacionista ainda existente e uma recessão à vista, começam talvez a faltar armas para intervir no mercado monetário e na economia. Cada vez mais o mercado está por sua conta para se encontrar um equilibrio em toda esta crise.

segunda-feira, março 17, 2008

St Patrick's Day


O PSD...


..."é giro e engraçado".


Alberto Joao Jardim.

Bear Stearns implodiu e foi salva... antes de reabrir o mercado


Momentos históricos nos mercados são assim. Imprevisiveis, excitantes e altamente dinamicos e voláteis.

Na ultima sexta feira a JP Morgan (terceiro maior banco americano, cujo fundador foi o maior responsável pelo salvamento dos mercados em 1929) apresentou um plano de refinanciamento da Bear Stearns, o quinto maior banco de investimento americano e um dos epicentros da crise do subprime. Nesse mesmo dia soube-se da extrema dificuldade de liquidez que a Bear Stearns apresentava. Hoje soube-se que chegou a haver resgates e levantamento de fundos de cerca de 17 mil milhoes de dollares em apenas dois dias.

O Fed interveio facilitando uma linha de 30 mil milhoes USD para a JP Morgan "ajudar" a Bear. So nesse dia a BS caiu mais de 50%. Mas ninguem estava preparado para o que vinha no fim de semana. Era de esperar que a JPM adquirisse a BS, embora ninguem soubesse quando nem por quanto, mas seria rapido.

Antes dos mercados asiáticos abrirem esta segunda feira, o Fed corta as taxas de redesconto entre bancos para 3,25% (vindo de 3,5%) e a JPM anuncia a compra da BS por apenas 240 milhoes de dollares, ou seja, 2 USD por acção. Isto signifcava uma queda de mais de 88% sobre o preço de fecho de sexta feira. Era o anuncio do fim de um banco de investimento com 85 anos de história, que tinha inclusivamente sobrevivido à Grande Depressão e ao crash de 1929.

A JPM fica com os negócios... e os activos em colapso da BS...