quarta-feira, março 26, 2008

Eleitoralismo

O IVA baixa para 20%. Sócrates parece um heroi nacional. Não é.

Se o défice baixou, foi puramente à custa dos contribuintes. A prova é que já foi possivel baixar 1% dos 2% que este Governo aumento (após uma campanha eleitoral mentirosa).

Pior só mesmo o Bloco de Esquerda, que vem dizer que esta medida nao afecta os portugueses, apenas as empresas. Brilhante e hipocrita como sempre. Pergunto-me onde trabalharão os portugueses para o BE... E já agora se sem empresas viáveis é possivel uma economia saudavel, ou então se para o BE o ideal de economia é todos os trabalhadores serem funcionários públicos.

8 comentários:

Rui Guerra Macedo disse...

Caro Carlos,

Acho sinceramente que as medidas implementadas pelo actual governo foram necessárias e fundamentais para que Portugal pudesse reequilibrar as contas públicas. Foi necessária muita coragem política para tomar certas medidas, mas elas foram tomadas e aí está o fruto conseguiu-se descer o défice para 2.6%, o melhor valor dos últimos 30 anos.
Não sinto que o governo tenha que sentir qualquer prurido em baixar o IVA, agora que se conseguiu este resultado.
Então quando é que deveria descer? Ou não deveria? Se calhar devia esperar mais um ano ou talvez dois?
Os portugueses fizeram sacrifícios, o governo fez sacrifícios, os resultados estão à vista.

ZÉ FAGOTE disse...

Não tenho dúvidas que o primeiro-ministro conseguiu bons resultados para “restaurarmos” a Verdade e vivermos em função do que somos e do que produzimos.
Devagarinho vamos conseguindo alguma credibilidade cá e no estrangeiro…

Essa “credibilidade” lá fora é importantíssima porque nenhum país consegue sobreviver sozinho…
Há empréstimos constantes a contrair, prazos de pagamentos a fazer a curto ou médio prazo e a tempo e horas.

As taxas dos juros funcionam em função da credibilidade do “cliente”e assim, podem ser altas ou mais baixas…
Tudo funciona como nos nossos bancos, o cidadão comum sabe como é…

Quando lá chega um “desgraçado” sem eira nem beira a pedir um empréstimo, os míseros tostões que lhe são “emprestados” (se forem) são pagos ao preço do ouro, que o põe a “pão e água” durante anos e anos, porque não há garantias se vai cumprir com as obrigações que lhe são impostas.

Por outro lado, se lá for um outro cliente que ostente riqueza palpável a pedir dezenas, ou centenas de milhões, as coisas mudam de figura e funcionam totalmente ao contrário…
O Cliente até se dá ao luxo de marcar prazos aos bancos para apresentarem propostas, a ver quem pratica a taxa de juro mais baixa do mercado.

Sabemos que, tivemos e continuamos a ter medidas duras que são necessárias, é certo. Mas também sabemos que muita gente está com a vida “tolhida”para sempre sem culpa nenhuma…

A maioria, (embora ande tudo de calças nas mãos) nem se apercebe da “miséria que grassa por aí de centenas de milhares de pessoas que se privam dos mais elementares meios de sobrevivência, e de uma vida minimamente digna, por causa da "crise"…

Jovens “adultos” que continuam a ser sustentados pelos pais, humilhantemente…
Pais que têm de estar às “sopas” dos filhos, o que é humilhante…

Velhos que recebem reformas indignas que não chegam para as farmácias e que quando lá vão, não “aviam” todo o receituário prescrito, porque não têm dinheiro para o pagar…

Um governo de esquerda, mesmo nesta situação de “falência” do país, penso que não pode fechar os olhos e pôr tudo a “beber pela medida grande”…

Mas então será que não haverá culpados do descalabro em que vivemos?

Terá sido o trabalhador comum que, no activo ou reformado, aufere meia dúzia de tostões que tem de andar a contar todo o mês o culpado da "crise"?

Ou a culpa será dos jovens licenciados cujos pais se “empenharam” para lhes dar um curso superior aí numa qualquer universidade, que não é, ou não foi devidamente controlada, em que, qualquer aluno passa sempre, desde que pague a tempo e horas, as propinas milionárias e que depois, cá fora, no fim do curso não arranja emprego porque sabe tanto como quando o não tinha?

Onde estão os biliões que de boa vontade, de boa fé, e num gesto de solidariedade a EU “ofereceu” para modernizarmos o país, as escolas, os hospitais, a agricultura e as industrias transformadoras?

Quem os distribuiu preocupou-se em controlar a sua devida aplicação, e a poupar o que não era dele, mas sim do pais inteiro?

Teriam sido os pobres trabalhadores que deram e estabeleceram critérios e não fiscalizaram a sua aplicação, e se "abotoaram" com a massa?
Os responsáveis da fuga de biliões, estão presos ou há investigações a decorrer?

Quais são ou foram as penalizações para os recentes banqueiros que lesaram o banco em milhões e milhões de contos, e que, tendo sido escorraçados, vieram com os bolsos recheados de milhões de contos, deixando a Instituição em “pré-falência” e uma dezena de milhar de empregados sujeitos ao desemprego quando, para lhes encherem os bolsos trabalham 9 e 10 horas por dia, sem lhe pagarem uma hora extraordinária?

Finalmente:
Concordo que o país precisava de ser limpo e está a ser!
Todos têm de pegar numa vassoura, mas os velhinhos, os pobres e os jovens não me consta que tivessem feito a ”trampa” que agora têm de limpar...

É que, sempre cumpriram com as suas obrigações cívicas e fiscais, nunca roubaram nada a ninguém, e não distribuíram nem ficaram com um tostão vindo da UE.

Porque carga de água têm de estar agora a limpar a “merda” que os outros fizeram, tenham sido políticos, ou a gentinha do capital?

Primeiro devia por-se os badalhocos a limparem a sujeira que fizeram, e a reporem o que roubaram…

Depois:
Quando estourarem de cansaço, então sim, humildemente, peça-se uma ajudinha aos mais fracos para pôr tudo isto a brilhar...

Pedro Neves disse...

E como é que fazer para reduzir o defice sem ser «à custa dos contribuintes?»

Carlos Martins disse...

oh meu caro pedro neves...

ha dois lados no orçamento: a receita e a despesa.

a receita sao os impostos. a despesa sao o investimento e gastos publicos onde se inclui funçao publica e afins.

ninguem tem coragem de mexer naquilo que é realmente ineficiente em Portugal: a despesa publica.

Obviamente reduzindo a despesa publica nao é preciso aumentar impostos, alias, reduzindo para niveis eficientes, é possivel reduzi los fortemente.

Como contribuinte o meu caro Pedro Neves devia perguntar-se se gosta que o Estado gaste tanto e tao ineficientemente como gasta... eu como contribuinte nao gosto de pagar por uma administraçao publica cheia de "boys" e tecnicos administrativos a mais, com uma enorme burocracia para tudo e para nada...

Pergunte-se se acha mesmo que os impostos que paga sao bem aplicados...

Carlos Martins disse...

Carissimo Ze Fagote,

Estimo e partilho a sua precupaçao pelos mais pobres e desfavorecidos. Contudo tenho uma visao diferente da sua quanto a essa problematica.

Segundo parece dizer, a sociedade como um todo deve tornar-se o mais igualitária possível, pagando todos para que a pobreza seja diminuida ou mesmo eliminada.

Nada de mais utopico, portanto. E nunca se esqueça do ditado chines que diz que quando vir um esfomeado nao lhe dê peixe, ensine-o a pescar...

O que defende nao é mais do que o nivelar a riqueza por baixo, ou seja, o que queria é certamente que sejamos todos pobres, mas orgulhosamente iguais.

Lamento, mas nao concordo. Deve dar se condiçoes sim a quem nao tem possibilidades, mas nunca à custa dos que com o seu esforço e mérito construiram a sua riqueza.

Uma sociedade enriquece como um todo se o mérito e o esforço forem reconhecidos, e o que defende é retirar mais e mais riqueza dos que mais se esforçam e produzem.

Esta carga de impostos é absolutamente ridicula para um País com tão poucas regalias do chamado Welfare State, ou apoio social.

Deveria questionar-se isso sim se vale realmente a pena o nosso Estado recolher tantos dos nossos impostos, fruto do esforço de cada um para resultados tão fracos em termos sociais.

E ja agora pergunto-lhe: sendo a classe média claramente a mais prejudicada em termos de impostos, porque acha que o Estado mais incide em termos relativos sobre esse grosso da populaçao ? Certamente porque sem ela nao conseguiria cobrir as ridiculas despesas que mantem com funcionários publicos a mais e utopias (leia-se teorias ultrapassaadas de crescimento economico via aumento das despesas publicas). Sao a classe média quem mais paga a quem menos beneficia do Estado Providencia, que em Portugal é uma verdadeira comédia, nao fosse tao dramaticamente incompetente como tem sido gerida e implementado.

Carlos Martins disse...

Ja agora... 70% da reduçao do défice resulta de aumento da receita (ou seja, mais impostos), 30% do lado da despesa.

Destes 30%, 2/3 devem se a diminuiçao de investimento publico (a maior parte nao foi senao adiado)

ZÉ FAGOTE disse...

Para se contra argumentar não precisamos de deturpar o que os outros dizem, Caríssimo Carlos.
Não disse que tínhamos de acabar com os ricos nem roubar nada a ninguém para acabar com os pobres.
Deve ter-me interpretado mal, o que é natural.
Sempre fui um mau emissor, o defeito portanto é mesmo meu.
Por isso não vou contrariar a sua retórica, e seria bem fácil…
Mas hoje ando num “sino de cortiça” e os espoliados deste país que me perdoem por não os ajudar, mas sinto-me como os tais ricos de que não falei mas VC mencionou.
É que foi dia de matança cá em casa, e sinto-me rico.
Poderá dizer que não é caso para tanto, mas que quer;
é o pensamento de um pobre e o modo como ele pensa que é a riqueza.
O bicho era lindo, passe por lá para ver, vai gostar.
Estou feliz!
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Os Impostos, são aquilo que são.
As considerações sobre os mesmos também o são.
A medida de baixar de 21 para 20% não beneficia quem mais precisa... beneficiaria se a baixa fosse, nos produtos de 5 e 11%, que são os produtos essenciais.
Deste modo, nos colocamos, políticamente, em defesa de quem mais sofre com os Impostos. Só isso e nada mais que isso!