segunda-feira, julho 14, 2008

Capitalismo para (des)entedidos em Estado Central

Reconheço que para nao especialistas, a economia e em especial as finanças possa dar a "Ilusão da Visão" para interpretações dispares. Temo no entanto que em muitos casos essa ilusória necessidade de "interpretar" segundo uma ideologia barra e esbarra na realidade pura e dura, cujo desconhecimento compreende-se. A economia real, o capital e os mercados financeiros são exactamente como o dinheiro: sem cor e sem ideologia.

A minha ideia de neo-liberalismo pode também em parte entrar neste enquadramento, e esbarrar também ela na realidade, mas nunca a tal ponto utópico.

Neste post que apesar de assinado por um não especialista, tem o mérito de abordar o tema, há inumeros erros da tal "interpretação".

1. Os bancos são empresas especiais, não pelo poder financeiro que supostamente lhes é atribuido pela esquerda política, mas sim pelo facto de serem o nucleo de qualquer economia (seja ela de Estado Central ou Liberal).

2. Os bancos e entidades financeiras por serem especiais, tem também obrigações especiais, incluindo uma muitas vezes esquecida nestas "interpretações" obrigação de deixar uma percentagem dos seus depósitos numa entidade supervisora (como nenhum outro sector tem), que em Portugal se dá pelo nome de Banco de Portugal. Seria bom ver por uma vez estes acerrimos defensores do proletariado avançarem com ideias economicamente inteligentes (em vez da hipocrita retória do costume), como obrigações semelhantes para outras empresas.

3. Talvez seja falta de conhecimento ou nao, mas para o mercado muitas das vezes as intenções funcionam quase tão bem como os actos propriamente ditos, quando vindo da autoridades. É o sinal que é dado que importa. No caso em particular da Fannie Mae e Freddie Mac, o Tesouro Norte-Americano ao assegurar a dívida destas empresas deu um sinal positivo que a tal dívida tem de facto baixo risco. Ainda (e provavelmente nunca terá que o fazer) não colocou um único centimo nessa dívida. O mesmo se aplica à equity destas empresas. O Estado se por acaso tiver que comprar acções de alguma destas empresas, fá-lo-á a um preço extraordináriamente baixo (quem sofre serão os "odiados" "jogadores"), pelo que os contribuintes farão ainda um excelente negócio (privatizaram caro e agora recompram barato...). A equity em caso de falência vale ZERO.

4. Convem também nao esquecer que foram estas duas empresas quem possibilitou o chamado American Dream, que inclui naturalmente inumeros imigrantes vindos de ditaduras comunistas por essa América Latina fora, a fugir da miséria a que foram votados. E o contribuinte até aqui também nada pagou por isso...

Dito isto, aceito sugestões para perceber quem é que realmente tomou o risco... Se o Estado ou os privados que perderam dinheiro.

E ja agora, expliquem-me como seria um mundo sem sistema financeiro. Sem classes? Ou com caos ?

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