segunda-feira, março 20, 2006

CDS-PP

Neste último fim-de-semana falou-se mais num Conselho Nacional do CDS-PP do que nos eventos do Pavilhão Atlantico. Quer de uma tal Assembleia Geral verde ou Congresso Estatutário laranja. É sintomático. Se o CDS-PP aparece nas sondagens como a 5ª força política nacional, ou seja, com peso inferior inclusivé ao Bloco de Esquerda, o que significa isto? Talvez que as sondagens valerão pouco na altura em que os votos forem contados. Talvez. Ou talvez que o peso nacional do CDS-PP seja muito superior ao que se pensa, e melhor que isso, que o pensamento e as ideias do CDS-PP são ouvidas por todos, não apoiantes incluídos, convergindo todos na ideia que é fundamental um CDS-PP forte e fazer o que melhor sabe: dar ideias, definir políticas, ter razão (não antes ou depois do tempo, como faço questão de criar a nota mental, com origem num comentário a um post anterior). Em suma, ser o suporte para um País com dois Partidos do bloco central que se preocupam muito com política, mas pouco com Políticas.

E a partir daqui muitos dirão que a luta interna latente no CDS-PP pouco tem a ver com ideias. Aparentemente sim. Em parte sim. Mas no CDS-PP não nem nunca houve hipocrisias: não se abdica de convicções por interesses de união partidária, vista de uma perspectiva externa. Não. Custe o que custar, a quem custar, o CDS-PP é o partido mais democrático internamente. Não se pede unânimidades em braços no ar em comités centrais, não se vota num líder porque é o que interessa mais ao Partido, não se escondem ideias, nem se escondem divergências.

E este é, penso, um debate essencial para o País. Pode ser uma batalha entre o conservadorismo tradicional e o liberalismo (ou neo-liberalismo, como preferirem). Tudo isto sob um vulto de um ex-líder que todos já perceberam que quer voltar. Um ex-líder que como ninguém soube reunir conservadorismo e liberalismo, a forma hibrida onde deve focar-se o partido no futuro. Não que isto queira dizer que o actual não esteja a preparar o futuro. Está e bem. O trabalho desenvolvido ao nível interno, quer de organização do partido quer de trabalhos de fundo no âmbito do aprofundamento de temas importantes, actuais e futuros, ao nível quer de estudos quer de conferências, é muito importante. Faltará talvez maior visibilidade pública a este trabalho.

Mas o futuro Congresso Nacional deverá ser decisivo. Quem não avançar agora correrá o risco de perder legitimidade para críticar. Quem não avançar agora dará mais uma legitimação ao actual líder. Mais uma depois do congresso em que foi eleito e das directas a que submeteu. Ribeiro e Castro jogou bem. Os adversários não estão preparados, e mesmo que estivessem, é demasiado cedo para dar o golpe final. Aqui reside a grande dúvida. Quem avançará e por quanto tempo. A verdade é que o CDS-PP não pode perder muito mais tempo a arrumar a casa. Os críticos da actual direcção tem agora uma oportunidade de ouro para se fazerem ouvir em sede própria. A acual direcção tem uma oportunidade de ouro para calar a crítica. Seja como for, será mais um congresso onde todos os portugueses têm os olhos postos. Militantes, apoiantes e espectadores.

Como partido de ideias e quadros que o CDS-PP é, não será dificil encontrar um caminho certo a seguir. Uma estratégia a definir. Urge, portanto, faze-lo. Seja com quem for. O País precisa do CDS-PP mais que nunca!

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