segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Surrealizar por aí...

Depois de um fim de semana sem posts, volto a este espaço de uma forma revoltada, porque este texto alusivo à reacção da Comissção de Trabalhadores da PT me incomodou sobremaneira.

Senão veja-se excertos:

«Para a CT, só com a garantia de que o Governo pode "supervisionar e intervir, através de prerrogativas especiais", é possível "contrariar decisões que não defendam os interesses de Portugal, a empresa, os clientes, o emprego e os trabalhadores".»

Ora bem, os interesses da empresa é maximizar o valor para o accionista, os interesses dos clientes é ter um serviço de qualidade eficiente a barato. Os interesses dos trabalhadores deveria ser que a empresa fosse competitiva, que oferecesse serviços de qualidade para que os seus postos de trabalho nao estivessem em perigo. Quanto aos interesses de Portugal, penso que ficam muito melhor servido se o Estado deixar de ter qualquer tipo de influência nas decisões internas da PT.

Mas há mais:

«A CT entende que a OPA "provoca a paralisação da gestão da empresa", porque o órgão da administração fica com limitação de poderes e "só pode tomar decisões de gestão corrente".»

Ou seja, para a Comissão de Trabalhadores nunca se deveria fazer OPAs! Mas eu percebo o medo, porque a CT sabe que com a saida do Estado a PT deixa de ser uma casa da misericordia, qual centro de emprego, e passa a reger-se por uma politica da meritocracia, a que muitos nao estão habituados. Compreende-se.

«Por outro lado, expressa os seus receios de que esta operação venha, "em caso de sucesso, retalhar a empresa, desmembrá-la e vender activos estratégicos para a economia nacional a quem der mais, possibilitando a transferência de importantes centros de decisão para o exterior".»

Ora bem! A CT já dá palpites sobre activos estratégicos para a economia nacional! E eu que pensava que isso era competencia do governo democratica e legitimadamente eleito pelo povo portugues...

Entre outras deliciosas tomadas de posição.

Como é tão facil detectar as verdadeiras forças de bloqueio de uma economia...

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