quinta-feira, maio 20, 2004

Ainda o Ouro Negro II

Agora ultrapassando a mesquinhez da politica nacional, passemos ao que realmente interessa e nos afecta a todos: a crise petrolifera do inicio do seculo XXI.

Ora, o petroleo nunca esteve tao caro, nem mesmo nas crises de 72 e 79. Os especialistas afimam q desta vez o problema centra-se na procura e nao na oferta como nos anos 70´. E correctamente. A pressao da aceleraçao da economia na procura de combustiveis sobre um bem escasso (e precioso) como o petroleo tem obviamente o efeito positivo sobre o preço. Ha contudo aqui varias questoes a equacionar:

primeiro. o q os países produtores de petroleo tem a ganhar com o crescimento da economica mundial?
muito. Sao paises subdesenvolvidos com grande concentraçao de riqueza. Acaba por ser um problema civilazional, pois os detentores do capital nesses paises pouco sofrem com a crise economica internacional (e para ser frio, os pobres estao em estado tal de pobreza que tb nao sentem muito a diferença). Portanto, é de fora q vem os sinais de que nao esta tudo bem. Menos investimento, menos prosperidade oferecida ás populaçoes. Em ultima analise, se a economia internacional cresce, ha mais probabilidades destes paises se desenvolverem (em vez de enriquecerem) pois ha maiore preocupaçao dos paises desenvolvidos em amenizar as diferenças entre povos.

segundo. alternativas?
está na altura de terminar a dependencia do petroleo. nao é nada de impossivel, alias, as invençoes ja estao feitas, é so necessario ultrapassar o lobbie dos grandes donos do petroleo. Aí entraremos numa nova era...

terceiro. perspectivas dos paises produtores de petroleo qd o petroleo nao for mais absolutamente necessário.
estes paises devem rever as suas politicas de investimento, pois apesar de possuirem um bem inestimavel para a humanidade hoje em dia, os preços incentivam á utilizaçao/criaçao de alternativas viáveis, pois cada vez menos os paises desenvolvidos estao na disposiçao de se encontrarem numa situaçao de dependencia face a terceiros neste aspecto.

quarto e ultimo. OPEP
a politica é correcta sob ponto de vista de maximizaçao dos lucros. nada se poderá fazer economicamente. mas politicamente, estes paises precisam manter as suas ditaduras, ou proteger se e nesse campo, entram as grandes potencias, que querem as suas economicas a crescer c petroleo a preços baixos... é o equilibrio civilizacional podre que temos hoje em dia...ao menos é em mercado livre...

Ainda o Ouro Negro

Nao é meu timbre insistir nem vangloriar me sobre posts anteriores, o facto é q este blog ja ha algum tempo (mesmo antes da comissao da concorrencia reunir) havia soltado alguns dados fundamentais no que concerne ao mercado dos combustiveis em Portugal.

A verdade é q ha cada vez menos duvidas q estamos perante uma situaçao de aproveitamento de poder dominante no mercado das grandes petroliferas, com a natural influencia no preço. Isto é conluio puro, tacito. Todavia, proibido. Ha formas de provar q isto acontece, espero q a autoridade da concorrencia actue em conformidade, para bem de todos.

Aproveitaria este tema ainda para falar sobre as declaraçoes do senhor lider da bancada parlamentar do PS na assembleia da republica. Ora, agora critica o facto de os impostos em Portugal sobre os produtos petroliferos serem substancialmente mais elevados que em Espanha. É um facto inegavel. Mas ate pode ir a hipocrisia de um politico... Primeiro de tudo, ficamos a saber q é politica do partido socialista um menor peso do Estado na economia, por vida da diminuiçao da carga fiscal. Incrivel quando cada vez menos o PS se sente á vontade com a economia de mercado livre... Segundo, ficamos tambem a saber que os socialistas se distanciaram dos verdes e de toda a politica ambientalista (cuja legitimidade é aparentemente açambarcada pela esquerda nacional) ao criticar um imposto q visa claramente incidir o consumo de combustiveis em Portugal, constituindo um "pagamento" pela poluiçao provocada pela combustao. Terceiro e mais obvio argumento, os socialistas perderam por completo a vergonha ao criticar um imposto que claramente ajudou e de que maneira a solucionar (ou tentar) o problema da situaçao altamente deficitaria em q deixaram as finanças publicas. Dr Jose Seguro, com oposiçao assim, muito mal vai o pais se o governo nao se mantiver no poder por mais 20 anos...