sexta-feira, janeiro 27, 2006

Estado contribui com 22 milhões

autoeuropa Incentivos ao novo carro representam 11% do investimento Governo esgota tecto permitido


OEstado português deverá contribuir com cerca de 22 milhões de euros para o investimento, que deverá rondar os 200 milhões, necessário para que a Autoeuropa produza o novo modelo, a partir de 2008. O primeiro-ministro, José Sócrates, referiu, ontem, durante uma visita à unidade de Palmela, que os incentivos financeiros atribuídos à fábrica são os "consentidos" pela legislação cerca de 11% do total.

Na semana passada, a Vokswagen atribuiu a produção de um novo veículo à Autoeuropa. De acordo com o presidente da Administração da unidade, Emilio Sáenz, será agora necessário fazer alterações na fábrica, a nível de prensas e linhas robotizadas de montagem, entre outro equipamento.

Apesar de o novo desportivo ser um "balão de oxigénio", o Governo e a Administração da empresa têm até ao final do ano para convencer a Volkswagen a produzir em Portugal os sucessores dos actuais monovolumes da Autoeuropa, cujo fim de produção está previsto para dentro de dois anos.

A fábrica concorreu à produção dos modelos e tem uma equipa em Volsfburgo, a sede do grupo, a acompanhar o processo de selecção. Já o Ministério da Economia está envolvido em avançadas negociações com a marca. Emilio Sáenz referiu que o grupo alemão tomará uma decisão no final do ano.

Sócrates manifestou-se confiante na aposta nos monovolumes, que garantiria, como o JN avançou na semana passada, um "recorde de produção" após 2008, ano em que os dois novos veículos entrariam em produção. Emilio Sáenz, por seu turno, classificou o repto de bater o recorde, que está nas 140 mil viaturas, como "difícil".

Certo é que a vinda dos novos modelos, de grande produção, seria ouro sobre azul para a Autoeuropa. O novo modelo desportivo, um veículo de nicho cuja produção deverá estar nas 30 mil viaturas, vai ser fabricado na mesma linha de montagem que o Eos, o cabriolet que começou a ser produzido no final de 2005, e cujas estimativas de produção também não ultrapassam os 50 mil veículos.

Desta forma, com a vinda de dois novos automóveis, que substituiriam o Volkswagen Sharan e o Seat Alhambra, a capacidade da fábrica entraria num máximo histórico, já que seriam feitos na mesma linha de montagem.

in JN 2006-01-27

Mais uma vez, o Estado parece funcionar como um qualquer portfolio manager mas sem as expertises, investindo os dinheiros publicos em negócios que lhe convenham. Claro que a AutoEuropa contribui com 1% do GDP portugues, mas deverá o Estado financiar actividades económicas conforme mais lhe convém? Se a fábrica nao sobreviveria sem os 22 milhoes do Estado, então mais valia perceber o porque de tal acontecer. Seriam melhor aplicados os 22 milhoes a reformar áreas do Estado que estão moribundas, retirar o Estado da maior parte da economia e fazer o mercado actuar. De certo que a baixa de impostos faria mais e melhor pelas condiçoes de competitividade do que estes subsídios de sobrevivência. Mais uma vez a questão política sobrepoe-se à racional. E isto não é uma crítica a este governo em particular, tem sido todos assim...

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