EdP e Iberdrola: cooperação, concorrência ou conspiração?
A polémica instalou-se: a Iberdrola poderá em breve ter poder de influenciar as decisões estratégicas da EdP.
Antes de tecer qualquer tipo de comentário, convem referir um ou dois pontos:
- os accionistas privados da EdP decidiram e aprovaram um novo plano estratégico, sugerindo a nomeação de António Mexia para liderar a empresa;
- o Estado ainda nao se pronunciou, mas lembremo-nos que foi Pina Moura quem nomeou Mexia para a GalpEnergia;
- Pina Moura é neste momento presidente da Iberdrola Portugal;
- Mexia foi Ministro da Economia de Santana Lopes;
Devo dizer que à luz do meu Neo-Liberalismo, não é facil comentar. Por um lado, vemos que em Espanha, a entrada de capitais portugueses é barrada na maior parte dos casos. Por outro, o capital não tem nacionalidade.
E se calhar é essa a resposta. De que interessa de onde vem o capital? Qual será a melhor opção para os accionistas? Porque, relembro, o grande objectivo de uma empresa é maximizar o valor para os accionistas. Nesse caso, ganham todos os accionistas, incluindo o Estado.
Só ha uma ressalva. Havendo entao uma - não direi fusão, mas - conjugação de esforços entre EdP e Iberdrola, como fica o tao falado mercado ibérico? De facto, à luz da lei da concorrência não me parece linear que a entrada da Iberdrola na EdP seja totalmente legitima. E isto tambem é Neo-Liberalismo: o Estado com a sua função reguladora deve zelar pelo bom funcionamento do mercado. Mas não deve influenciar decisões nem de privados nem de empresas que joguem num mercado aberto.
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