terça-feira, outubro 17, 2006

Uma questão de avaliação

Avaliação, auto-avaliação, exames, testes, diagnósticos, provas globais. Enfim. A educação baseia-se na avaliação da performance. Uma cultura de mérito, julga-se. Os melhores, tem melhores notas, logo conseguem as melhores escolas, melhores universidades e, se tudo correr bem, os melhores empregos.

Todo o mundo da Educação gira à volta da avaliação. Todo ?! Não.

Há um grupo que resiste galhardamente a ser avaliado.

Curiosamente, esse grupo, são aqueles que avaliam e estruturam a forma de avaliar os aprendizes.

Porque é obvio, um professor tem que acabar a carreira no topo da carreira. Independentemente do que fizer, aos 60 e tal anos, será o melhor face aos seus pares mais novos.

Porque é óbvio, um professor é bom, mesmo que não valha nada. E os que são bons, são tão bons como os que não valem nada. Até porque têm a mesma idade.

Porque é óbvio, há poucos professores. Nem há concorrência. Mesmo que quisessemos, não podiamos escolher os melhores. Nem há uma fila interminável de professores no desemprego, quiça melhores que os empregados.
Mas claro, estes também se manifestam, porque um dia querem estar empregados e não deixar os outros entrar se forem melhores... Mesmo que hoje isto signifique que continuem desempregados.

Porque é óbvio, os professores avaliam os outros, mas não podem ser avaliados. Nem pelos seus pares, como acontece em qualquer outro meio. Ser avaliado pelos encarregados de educação?! Nem pensar, só querem atrapalhar... E avaliados pelos próprios alunos!? Claro que não, até lhes batem...!

Mas cumulo de todos os cumulos: fazer um exame !?!? Os intocáveis professores!? Estão a por em causa a sua inequivoca competência de uma forma grosseira! Só pode!

Numa palavra para esta classe: ridículo.

10 comentários:

David Martins disse...

Grande post.

Vejo aqui alguma competencia na area de RH ;)

Anónimo disse...

muito bem
notavel

Antonio Granjeia

Anónimo disse...

Muito bem sr. professor

José Manuel Dias disse...

Mt bem! O Governo anda bem quando quer introduzir verdadeiras avaliações na carreira dos professores, fomentando o mérito. Uma empresa não tem só directores...
Cumps

Carlos Martins disse...

Caro anónimo nº2,

Não sou professor de coisa nenhuma. Mas se fosse, teria exactamente a mesma opinião.

Migas (miguel araújo) disse...

Viva Carlos
Qualquer progressão ou reclassificação nas carreiras da função pública e administração local está sujeita a conceitos e parâmetros de avaliação.
Ou como dizes... qause todos. Há uns que nem querem ouvir falar nisso.
Um abraço

Carlos Martins disse...

Precisamente Migas.
Abraço

Terra e Sal disse...

Meu Caro Carlos Martins:
Não queria falar num caso objectivo mas sim subjectivo.
Penso que, hoje, nos dias que correm, um qualquer licenciado, seja professor, economista, médico, advogado ou outra qualquer profissão, não devia bastar-lhe tirar uma licenciatura e depois ficarem acomodados para o resto da vida...
Depois, não concordo que sejam outros, professores, educadores ou seja quem for a avalia-los, isso será sempre muito subjectivo...
É que ao contrário do “antigamente” os conhecimentos correm vertiginosamente pelo mundo, e a estabilidade de conhecimentos de cada um, é sempre discutível.
Qualquer licenciado na sua vida profissional e enquanto a exercesse seja ela qual for, devia passar períodos nas Universidades, e absorver a evolução que há nas suas respectivas áreas, não vale a pena estarmos aqui a dizer como seria isso possível mas que era desejável, era, penso.
Que me interessa consultar um médico que tirou o curso há 20 anos e que nunca mais pegou num livro com novidades no campo da medicina?
E reportei-me ao médico como do mesmo modo me reporto a um engenheiro, ou outros...
O caso dos professores, talvez pela sensibilidade das suas profissões, será ainda mais acentuada a necessidade.
E a maneira como querem fazer a coisa, não acho que seja assim muito válida, ou mesmo capaz.
É que estas coisas de julgar ou avaliar os outros “a olho” são sempre muito subjectivas...
Seria bom, isso sim, é que todos nós, independentemente da licenciatura ou grau académico de cada um e enquanto profissionais, num mundo que continua a evoluir a uma rapidez estonteante, temos de ter conhecimentos constantes para sermos mais "rentaveis" e para isso, nos dias de hoje, e enquanto trabalharmos, precisamos todos de uma constante “reciclagem” que tem de ser e vai ser, penso, infinita...

Cumprimentos.

Carlos Martins disse...

Caro Terra&Sal, parece que somos ambos noctivagos...

E estarei enganado, ou está a concordar inteiramente comigo!? Se assim for, permito-me a imodestia de me congratular por este meu feito! :D

AbraçO!

Didas disse...

Totally agree!