terça-feira, maio 02, 2006

uma análise distante das nacionalizações sul-americanas

É um facto, as multinacionais ainda não se conseguiram entender que a globalização e a mudança de mentalidade do Sec. XXI exige outro tipo de atitude perante as populações. Aquilo que até aqui foi a procura da maximização do lucro pura e simples, hoje é algo mais complexo. Há mais constrangimentos a colocar na equação. Até ha duas formas de olhar para esta realidade:

1. (a complexa) supondo sempre a maximização do lucro (em termos puramente matemáticos), se antes não havia necessidade de equacionar factores como recursos naturais ou a população, agora esses factores tem de ser incluir dado que conseguem por si só influenciar a rentabilidade da empresa. quando antes poderiam ser grosseiramente desprezados. Assim, agora a maximização está "sujeito a" nivel de satisfação das populações locais, e/ou preservação dos recursos, preocupação com o meio envolvente. E isto porque, usando por exemplo o metodo de calculo de rentabilidade de um projecto por real options, estas contingencias surgem como uma variavel com uma componente aleatória, mas com uma tendencia de aumento da sua probabilidade quanto maior for a arrogancia da empresa/projecto. Para os amantes deste tipo de analise, seria uma brownian motian com tendencia ascendente. Assim, em ultima analise, a empresa/projecto para maximizar o seu lucro terá que ter em conta que - e passe-se a redundancia - se não tiver em conta estes outros factores, poderá de facto a não maximizar o seu lucro ou por outras palavras, a assumir um risco que pode por em causa todo o investimento, e que provavelmente não foi devidamente considerado.

2. (mais simples) a maximização do lucro não pode ser hoje entendida como a exploração ao máximo de tudo e todos, quando a envolvencia da empresa com os trabalhadores, local, meio ambiente e até mesmo País se tornam tão mais importante, tanto que a propria produtividade só sai beneficiada. Em última analise, quando a empresa for como um benefício para a sociedade, só sairá beneficiada no longo prazo.

nota: antes que os críticos me venham apelidar de ter entrado em contra senso, eu afirmo: isto também é neo-liberalismo. E a maximização do lucro continua lá.

1 comentário:

Jose Matos disse...

Não conhecia o blogue, mas aproveitei e fiz uma referência no meu: http://estarrejalight.blogspot.com/