segunda-feira, maio 15, 2006

Cenário continua negro

Segundo o DE, citando a Reuters, o ICT (Índice de Custo do Trabalho) subiu 4.2.% em Portugal no primeiro trimestre deste ano.

Disto salientaria acima de tudo a subida do custo do trabalho na Industria Transformadora, por se tratar da produção de bens transaccionáveis, logo o sector que mais directamente influencia a nossa competitividade, já que infelizmente ainda não assumimos o grau de competitividade ao nível dos serviços no exterior. A subida no sector da Industria Transformadora foi de 7.2%!

Esta subida, aliada a um não acompanhamento da produtividade, espelha aquilo que tem sido o grande problema de Portugal nos ultimos tempo, um problema realmente estrutural: a falta de competividade.

É certo que não será pelos baixos custos que conseguiremos competir com as industrias texteis chinesas, por exemplo, mas não será certamente com uma subida dos custos do trabalho sem um reflexo na produtividade que iremos conseguir impormo-nos no cenário internacional. A aposta terá que ser feita na qualidade também dos recursos humanos. E o custo do trabalho, logicamente, deverá ser um reflexo do aumento da produtividade, e não um motor de arranque.

Esta visão, por mais economicista que possa parecer, é a única que de facto defende a continuidade dos postos de trabalho em Portugal. A única que garante a viabilidade da nossa economia no longo prazo. E se exigimos tantos sacrifícios, ao menos que sejam os sacrifícios correctos.

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