segunda-feira, maio 01, 2006

AM

O PCP deixou cair a mascara da sua visão pseudo-democrata do mundo na última Assembleia Municipal de Aveiro, ao apelar de "infantilidade ignorante" e de "imbecilidades" àqueles que protestaram contra faixas do PCP que espelham aquilo que sempre aconteceu em Portugal desde 1974: a partidirização e açambarcamento da revolução de Abril, como uma conquista dos comunistas. Como as eleições posteriores vieram a provar, o Povo não concordou. Parece que o PCP nunca conseguiu digerir que Portugal preferiu a Democracia e a Liberdade a mais uma ditadura, desta vez de esquerda, como nos quiseram impor antes de 1976. Mas o fim do Estado Novo é uma conquista do Povo Português e não do PCP. E não deve jamais servir de pretextos para propaganda exarcebada. Nem de pretextos para extrapolar hipocritamente conceitos da própria revolução.

3 comentários:

Franzini disse...

Felizmente que há quem não se refugie nesse conceito estabelecido de que a liberdade só faz sentido se for comunista ou no limite de esquerda.A paranoia dessa gente é comparada á célebre frase de Henry Ford aquando dos primordios da industria automóvel:
-you can choose any colour,as long as if it´s black.
Distinçoes á parte,para a ralé comunista a liberdade só tem uma cor,a vermelha,os de outras cores ou são fascistas ou traidores...ou renovadores.
Enfim...

Terra e Sal disse...

Caríssimo:
Desculpe lá, mas não gosto como trata o P.C.P.
Efectivamente o 25 de Abril não é uma conquista exclusiva dos comunistas.
Mas ao ser tão acintoso para com eles, devia antes recordar que ao contrário de outros, têm “pergaminhos” na luta pela liberdade.

E nesses pergaminhos constam todas as violentações:
desempregos forçados, torturas a si e aos seus, desterros, muito sangue e muitas mortes no seu "historial" que é nosso também.

Sofreram todas as humilhações e "castigos" que se pode infligir a um ser humano.
Isso é uma coisa que devemos ter sempre presente nos nossos espíritos, e convenhamos que lhe dá alguns "direitos"...

O elemento do PCP na Assembleia Municipal, António Regala, é de uma honestidade e equilíbrio exemplar, informe-se.
E sabe, ele é dos tais que tem o direito de protestar e pode fazê-lo de cabeça bem erguida.

Muito jovem, rapazote ainda, sabia o que queria e para onde ía, em termos políticos.
Teve consequências por isso, foi vítima de perseguições e não só, tem por isso em minha opinião, os tais "direitos" muito fortes sobre muitos que, esperaram o 25 de Abril sentados na poltrona.

E quando ele aconteceu, andaram de diarreia muitos dias e mal puderam foram de férias para o Brasil, você é muito novo e só conhece as "letras gordas" do 25 de Abril.

Depois, o António Regala, não sendo um “filhinho do papai” não partiu para um exílio doirado, aguentou cá, e bem, sempre firme, e nunca mudou o seu modo de estar e pensar.
Até por isso tem o meu respeito, e julgo que da grande maioria que o conhece.

Por tudo isto, imagine se alguns que você conhece, e eu também, tivessem este “cadastro”, acho que andavam como o Tarzan, sempre a berrar e a dar murros no peito pelos cantos da Assembleia Municipal, e não só...

Não sou comunista, mas trabalhei em projectos sociais com eles. Conheço-os bem.
São obstinados nas suas ideias, difíceis mesmo, mas são honestos e genericamente desinteressados de mordomias.

Cite-me outros partidos onde isso acontece.
Bem, em cada milhar sempre deve haver um “parolo” que gosta de andar iludido...

E quanto a revoluções, ao povo, e pardais ao ninho, não entro por aí…

A si ensinaram-lhe um Abril que não viveu, como a mim, e talvez não a si, me ensinaram que tínhamos uma padeira em Aljubarrota, que com uma pá, de uma só vez matou 7 espanhóis, imagine só!
Um Abraço Amigo Carlos Martins, estarei sempre que possa presente, para o "ajudar"...
Terra & Sal

Al Berto disse...

Viva Carlos Martins:

Em parte você tem razão.
Perde-a quando começa a ser demasiado duro na sua exposição.
Perde-a quando, com razão, denuncia a tentativa de apropriamento de Abril por parte do PCP mas usa um discurso que ficaria bem a um qualquer comunista. É tudo uma questão de estilo...transparece uma certa intolerância...penso que me entende.

A Democracia é de facto uma conquista do Povo Português e eu gosto de sempre ter pertencido a esse povo. Sabe é que até eu estive presente na célebre manifestação de apoio ao VI governo quando os comunistas mandaram atirar umas granadas de fumo para dispersar o pessoal. Você já deve ter ouvido qualquer coisa sobre esse triste episódio da nossa democracia.

Sejamos diferentes na maneira de abordar os assuntos políticos. A Democracia constroi-se de facto com serenidade e moderação no discurso político como afirma e sem exacerbamento de posições, essas são típicas dos extremismos.

Um abraço