quinta-feira, maio 18, 2006

PSI20 deprimido, PCP e BE calados

Já há varias sessões que o PSI20 encerra negativo. Mas também não menos certo que durante a febre das OPAs muitas foram as sessões onde o fecho foi altamente positivo.

Ora bem, nada de estranho aqui, é um mercado a funcionar, embora pouco profundo em termos de liquidez e volume, mas dentro destes constrangimentos, até se poderá apelidar de eficiente, embora não va entrar pela definição técnica.

Disto se poderá entao tirar pelo menos duas conclusões:

1.
O mercado funcionou, reagindo às incertezas criadas pelas ameaças de takeovers. Foi mesmo uma sobrerreacção, normalíssima nestes casos. Facto: as propostas de Oferta Publica de Aquisição estão de facto dentro dos limites, podendo os investidores realmente decidir se querem vender com mais valia em relação ao preço de mercado ou "apostar" (não gosto deste termo quando contextualizado com mercados de capitais) nos lucros futuros dessas mesmas empresas.

2.
Os sempre críticos dos mercados de capitais, nomeadamente os partidos de extrema esquerda em Portugal, agora que o PSI20 parece encolher-se, já não vêm reclamar aos sete ventos a injustiça do "lucro facil" e do "jogo da bolsa". Já muitas vezes afirmei e volto a faze-lo, a bolsa é tudo menos um jogo, e se esses senhores querem mesmo defender os interesses dos trabalhadores e os seus postos de trabalho, poderiam começar por defender o mercado onde as empresas podem recolher capital para investirem e se desenvolverem. Mas claro, agora que as perdas parecem acumular depois de um periodo turbulento, essas vozes calaram-se. Mas até aí se denota a sua ignorância, pois para o investidor especulativo, tanto faz se o indice sobe ou desce, desde que tenha "apostado" no movimento certo. Os instrumentos e produtos financeiros sao mais que muitos e permitem arrecadar (ou perder) elevadíssimas rentabilidades. Mas todos esses produtos são absolutamente necessários. Só um exemplo: se as industrias portuguesas fizessem hedging com futuros de energia, por exemplo, eliminariam o seu risco face a variações do preço nos mercados internacionais. E é também para isto que servem os produtos derivados.

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