Os tempos são tumultuosos no CDS-PP. Já são certas 4 candidaturas com as respectivas moções ao Congresso de Maio na Batalha. Batalha será certamente esse Congresso. Batalha de bastidores, bem se entenda.
Pela primeira vez vou a um Congresso do Partido. E vou lá com o orgulho de não ir com ideias pré-definidas nem candidatos onde votar cegamente. Irei ouvir as diversas propostas. Certo é que nem tudo foi bom com a Presidencia do Dr. Ribeiro e Castro. Mas também, por outro lado, nem tudo foi mau. "Bem pelo contrário", apetece dizer.
João Almeida, como líder da Juventude Popular decidiu pedir ao Conselho Nacional dessa organização partidária autónoma do CDS-PP a legitimidade para avançar com uma moção estratégia com candidato, não querendo aproveitar o regulamento interno do Partido que permite à JP avançar com uma moção sem candidato. Este pormenor parece-me crucial em todo o processo. É certo que aproveitar este ponto do regulamento seria menosprezar a moção, mas por outro lado é não menos verdade que não aproveitar esse ponto é querer vincar a posição (ou direi oposição), lançando um candidato que, para todos os efeitos, até pode ser eleito na loucura do Congresso.
O meu voto no Conselho Nacional da JP em relação a esta moção foi a abstenção. E passo a explicar porquê. Concordo perfeitamente que a JP deve manter a tradição de apresentar uma moção ao Congresso do CDS-PP, com ideias novas, de gente nova, de uma geração diferente, com ideias necessáriamente diferentes, fruto da perspectiva de vida. Concordo também, que não faria sentido apresentar uma moção sem que esta fosse verdadeiramente vista como tal. A culpa deste facto vai direitinha para a opção, a meu ver ridícula, do Conselho Nacional do CDS-PP em que obriga um candidato por moção. Agora as dúvidas. Duvido seriamente da inocência desta candidatura. Espero, até por garantias que o próprio João Almeida deu, que esta moção seja unicamente da JP, das pessoas da JP, para o bem e para o mal, e não (nunca) uma moção "cavalo de Troia" para muitos que acham ser cedo demais para se lançar para o assadouro. Por outro lado, apesar de tudo, a JP não é, nem deve ser uma oposição interna ao Presidente do Partido. Nem mesmo no Congresso. A JP até por uma questão de garantia da sua conquistada e merecida autonomia não se deve intrometer em lutas internas. Sou da opinião, portanto, que a moção deverá ser defendida no âmbito das ideias que pode eventualmente gerar, e jamais uma moção contra Ribeiro e Castro, mesmo que haja críticas que se lhe possam ser apontadas.
A JP conseguiu um elevado nível de mediatismo em todo este processo. É necessário que seja rentabilizado, isto é, que não seja visto, no final do dia, como o bombo da festa. É necessário que ajude a tornar o Partido melhor, mais atractivo, mais sexy (porque não?), mas apoiando o líder, seja ele qual for, tal como tem feito no passado.
Será com certeza um grande Congresso, como aliás, são todos os do CDS-PP.
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