segunda-feira, fevereiro 02, 2004

DisFunção Publica

No seguimento do meu ultimo post, exige-se uma exposição mais profunda ao fenómeno da Função Publica em Portugal. Fenómeno pq nao é normal que 10% da população total de um país (que se diz uma economia aberta, de mercado) se centre na função. Fenómeno pq nao é possivel que haja tanta necessidade de funcionários publicos tal como o numero poderia indicar. Fenómeno pq 1 milhão de portugueses "serve" 10 milhões (sim, eles ainda conseguem tempo para trocar serviços entre si) e tal nao significa serviços de qualidade. Finalmente, Fenómeno pq tem uma noção estranha de trabalho e de emprego: trabalho é o tempo compreendido entre a hora mt-depois-da-hora-de-entrada e o pequeno almoço as 10h ou 11h; da hora do pequeno almoço à hora de almoço; da hora de almoço até à hora do lanche; e...nao, n ha tempo entre a hora do lanche e a hora de saida...arrumar tudo nao é facil... Por outro lado, a noção emprego enquadra-se no espectro do fenómeno na medida em que se trata de algo fora do normal, um fenómeno portanto. Uma particularidade, uma aberraçao. É estranho, mas um funcionário publico nao pode ser despedido. Talvez, se houver algo muito grave, TALVEZ haja um processo disciplinar que lhe retire alguma promoção (este outro ponto, a ver adiante), quiçá suspensão.

Despedir pura e simplesmente pelo facto do funcionario ser mau, improdutivo, nem pensar! Que anormalidade! Que pensamento tao descabido, tao capitalista! Tao economicista! So porque trabalho mal, nao tenho direito a ter o meu emprego cheio de regalias na função publica? So porque sou improdutivo (sim, ler a "Maria" nao é produtivo) tenho quer ser despedido? Que ridiculo! So porque nao se nota grande diferença entre dias de greve e os outros, vou arriscar a minha rica reforma? Estupidez! Vamos é fazer greve tantas vezes qto for possivel para reinvindicar ainda mais direitos, mais salarios e trabalharmos menos tempo!

E assim temos uma fatia enorme da despesa orçamental. Sim, pq 1 milhao de eleitores sao muitos eleitores. A falta de coragem politica nos ultimos anos para tocar neste ponto foram gritantes. Hoje, ha apenas um tenues beliscar daquilo que é dogmaticamente considerado intocavel. Pois bem, nao é intocavel, urge exterminar a horda de sindicalistas improdutivos e que minam toda a (ainda) existente produtividade. É fundamental de uma vez por todas deixar bem claro que nao é possivel alimentar postos de trabalho perfeitamente superfluos.

A politica de contençao orçamental nao é má, os meios para conseguir a conteñção é q sao claramente discutiveis. Apenas estamos a combater o defice conjuntural, agora o defice estrutural (leia-se excesso de funcionalismo publico) continua la. E vai continuar. 20 anos passarão ate que se consiga colocar a função publica a niveis de custos de pessoal aceitaveis em termos orçamentais. Resta saber quantos anos serão necessários para termos a qualidade minima exigida...

Falta referir um pormenor. Um mero pormenor, mas que custa milhoes ao Estado por cada ano que passa...Pois é, os funcionários publicos sao sempre promovidos, mais ano menos ano. E pior, o ridiculo chega ao ponto do actual governo necessitar de colocar uma quota de excelentes maxima, senao - pasme-se - continuariamos a ter todos os anos, 1 milhao de EXCELENTES funcionarios publicos. Mas...será que teremos 5% em cada departamento, como diz o governo? Tanto ?!
é depois dos excelentes, temos os muito bons...e por ai fora...e todos sao promovidos. É fantastico. Afinal a nossa Função Publica é soberba! SOmos Bons! Muito BONS! EXCELENTES! no papel...

deixo vos uma frase tao portuguesa....
"ISTO È UMA VERGONHA!"

e é! Acabe-se com esta vergonha! Alias, funcionarios publicos, TENHAM VERGONHA! O minimo que se pode exigir, é que se calem! Tem segurança no emprego, tem mais regalias que todos os outros (sim, a ADSE parece a Sta Casa da Misericordia) e mt menos trabalho...e tem a pouca vergonha de ainda reclamar!? Numa altura de baixa do ciclo económico onde grande parte dos trabalhadores vivem com a corda ao pescoço a rezar para que a fabrica nao feche? HAJA DECENCIA!

Uma palavra para os sindicatos: TRABALHEM!

1 comentário:

Anónimo disse...

A tua estupidez deixa-me pasmado! Parabéns por seres mais uma pessoa que critica, critica e critica...mas fazer alguma coisa Tá QUIETO (expressão bem portuguesa). Se soubesses a realidade de muitos departamentos da função publica estavas era caladinho...pois calado deves ser um poeta!