sexta-feira, setembro 01, 2006

Quote of the Year Award...

"Alberto Souto garante existirem ainda outras incorrecções e chama a atenção para o facto do relatório ter somado dívidas de curto prazo com as dívidas a 20 anos, o que, sublinha o ex-presidente da autarquia aveirense, «induz em erro a opinião pública». "

in Diário de Aveiro, 1 de Setembro 2006

(ver notícia completa aqui)

14 comentários:

Anónimo disse...

Ele há dívidas e dívidas...
E nem todas devem ser para pagar, segundo a lógica do citado.
Srs. Jornalistas, estejam atentos, desmistifiquem e não baralhem a opinião pública!

Anónimo disse...

Há uma ligeira diferença entre dívida a CP e dívida a MLP, como o Carlos Martins deve saber,mas prefere ignorar: é que para pagar as de 20 anos contam as receitas a gerar nos próximos vinte anos...Claro que isso é irrelevante quando se trata de baralhar as pessoas. O Carlos Martins tem de optar entre ser economista ou baralhador.

Anónimo disse...

É curioso, porque será que o mais relevante da notícia (o "pequeno" erro de 50 milhões de euros), o Carlos Martins omitiu ?

Carlos Martins disse...

Vamos la então esclarecer as coisas.

Não coloquei nem a discordancia por parte do Dr Alberto Souto em relação ao valor que o JN lançou do relatório do IGF nem o valor total da dívida.

A intenção aqui era focar na diferença entre curto e longo prazo.

É obvio que ambas foram somadas para dar um valor total e comparar com o que foi transmitido na altura. Esta é uma diferença importante. Aliás, este é o ponto fulcral e não estas questões laterais que agora querem tentar apontar como principais.

Mas de facto, também se deve analisar a diferença entre curto e longo prazo.

Quando o relatório sair oficialmente, poderemos comparar com exactidão as diferenças entre o que IGF apurou e as que foram apresentadas.

Contudo, o caro anónimo tocou num ponto essencial:

"é que para pagar as de 20 anos contam as receitas a gerar nos próximos vinte anos"

Como é óbvio, concordo consigo. Só que discordamos nas vantagens e no acerto dessa medida.

O problema é mesmo esse que referiu: para pagar as dividas de longo prazo, é preciso arrecadar receitas correspondentes nos proximos vinte anos. E já que estamos a ser tão pormenorizados, não nos esqueçamos que as receitas totais actualmente nem sequer cobrem as dívidas de curto prazo. Este é que é um problema grave. Um problema estrutural.

E para além disto, convem ter em conta ainda outro aspecto. Eu nao teria problemas em aceitar uma dívida de longo prazo. Alias, também concordo que é preferível à de CP, SE e SÒ SE, não puser em causa as gerações vindouras, isto é, tenha sido gasta em investimento reprodutivo ou de utilidade a longo prazo. Por outras palavras, adequar a estrutura do Passivo à dos Activos.

E isto claro, nunca esquecendo um conceito básico de desenvolvimento sustentável: manter a liberdade de escolha das gerações vindouras, não hipotecando a sua capacidade de investimento. E foi precisamente isto que, a meu ver, não aconteceu.

Mas deixem-me, caros anónimos que fique bem claro uma coisa. Mais do que cruxificar o que já foi feito, prefiro pensar no que fazer para resolver este problema (espero que todos reconheçamos que há de facto um problema...)

Então proponho duas coisas:

1- Que se deixe de defender incondicionalmente as escolhas feitas anteriormente assim como chorar as suas consequencias. Admita-se claramente que há um problema. Com ou sem obra feita, mas de certeza com muita dívida e, permitam-me, pouco investimento reprodutivo. (e o Estádio não é a causa de tudo...)

2- Todos (e aqui claramente incluo a oposição) ao invés de declarar a incompetência do actual executivo proponham medidas para solucionar este problema. É que ate agora não vi a oposição lançar nenhuma solução...

PS: e meus caros anónimos, eu gosto imenso de vos receber aqui, mais do que isso, gosto de discutir convosco, por isso tentem evitar o tom agressivo.

Anónimo disse...

Assim já está melhor. Não tem razão, mas recoloca a questão em termos sérios. Algumas observações: se há um problema estrutural de receitas não é com baixas de impostos que se resolvem (a qualidade de vida paga-se...)Sabe bem que nas autarquias há inelasticidade legal de despesas e de receitas e que a recessão económica, por um lado, e a manutenção de serviços essenciais, por outro (limpeza e transportes.p.ex) acarretam redução de receitas eventuais (imobiliário, p.ex) e custos fixos ou crescentes. 2-O Estádio foi efectivamente a causa da situação: se deduzir os 60 milhões de euros aos 170 fica com uma dívida global que é aceitável para uma Câmara da dimensão de Aveiro. Mas não se esqueça de todos os demais investimentos, por exemplo 100% da rede de saneamento, todas as acessibilidades e todos os equipamentos culturais e económicos, etc, etc. Há dívida, mas os activos aumentaram enormemente.Consegue concretizar um investimento injustificado? 3- Não se hipotecou por isso o futuro. Você acredita mesmo nesse chavão ? Já reparou que com duas ou três vendas e bons projectos no próximo QCA ( e já agora com uma boa liderança municipal capaz de os desenvolver...)se neutraliza o impacto do Estádio e Aveiro será um Município que não deixou fugir o futuro ?

Anónimo disse...

Por falar em baralhador, parece-me que não é só o Carlos Martins que se pode ser acusado de tal...

Senão veja-se este último comentário: primeiro assume que o Estádio foi efectivamente a causa do desiquilíbrio, tal e qual o nosso ex- Presidente finalmente hoje vem assumir (e não custou apenas 60 milhões); depois abate 60 a 170 milhões e nunca ninguém falou de um passivo de 170M€. Fala-se, isso sim de 200M€ e o Estádio também conta! Ou acham que agora podemos voltar atrás e dizer que nos enganámos???

Depois a "inelasticidade" das despesas é algo de facto extraordinário, sobretudo se não forem devidamente analisadas e controladas e essa é uma das medidas da mais fundamental importância; será que existe alguma empresa ou organismo, por mais público que seja, em que as despesas sejam "inelásticas"?

A seguir o mesmo chavão para as receitas, para logo depois se falar em duas ou três vendas... Afinal as receitas são ou não "inelásticas"? Em Aveiro temo que sim, nomeadamente no que diz respeito à venda de património, dada a quantidade enorme de hipotecas que por aí existem.

Depois os outros investimentos: 0s 100% de saneamento correspondem a 30%, isto é, o anterior executivo andou 7,5 anos para fazer 30%, uma vez que herdou uma taxa de cobertura de aproximadamente 70%; quanto às acessibilidades, ainda gostava que me explicassem quais as comparticipações da Autarquia nas qu foram construídas (nem é preciso muito esforço...), assim como talvez fosse bom elucidar a opinião pública (e não promover a baralhação) acerca dos equipamentos culturais e económicos (?) construídos e não pagos e desses, quais os que exigiriam comparticipações da Autarquia acima dos 30% do custo total da obra. A resposta a esta questão também é muito fácil e, sobretudo, pública!

Quanto a QCA's e lideranças, tivemos de facto uma forte liderança durante o III QCA que deu no que deu. Projectos e ideias não faltaram; obras estruturantes? Alguns dirão que muitas, outros dirão que poucas, outros ainda que nhenhumas. Passivo: 200M€, IGF dixit, apesar de uma liderança forte, mobilizadora e motivante.

Não acredito que Aveiro tenha deixado fugir o futuro; Aveiro quis reganhar o futuro e para que isso acontecesse, as suas gentes quiseram mudar.
Que se aceite isso de uma vez por todas, sem rebuços e politiquices baratas; sem estratagemas e brinadeiras de meninos, sem rancores nem raivas que denotam espíritos pouco democráticos.

Sobra em coragem a uns o que falta a outros em cara para enfrentar a verdade. A bem de Aveiro.

Anónimo disse...

REgressou o comentário baralhador: 1- Se subtrair aos 220 milhões os 50 do Estádio que segundo afirma Alberto Souto ao JN estão duplicados, dá 170...Para economista não são contas difíceis...2- Não vale a pena denegrir a conclusão da rede de saneamento: bem devia saber que os 30% foram muito mais caros do que os 70%, dadas as distâncias nas zonas menos populacionais 3-Quanto às comparticipações que a autarquia conseguiu obter, quem nos dera a todos que o Élio conseguisse 50% do que o Souto fez com elas...É realmente pública e notória a diferença entre os dois executivos: um deixou dívida mas fez obra, outro aumenta a dívida e não faz nada!

Anónimo disse...

Rede de saneamento: Não está concluida, ainda existe muita gente na Vera-Cruz que ainda funciona a fossas.
Abraço

Carlos Martins disse...

Claro que aumenta a dívida. É o serviço da dívida! não seja o caro anónimo o baralhador (ou talvez o baralhado...)!

Anónimo disse...

Cada vez que a sua costela de político se entusiasma, a sua reputação como economista leva uma machadada: claro que não é o serviço da dívida que aumenta a dívida ! Ou melhor, só a aumenta se o Élio o não pagar...

Carlos Martins disse...

O meu caro anónimo até responde às suas próprias provocações... Não ha capacidade para fazer face ao serviço da dívida, logo é obvio que esta aumenta. E ja nem falo das clausulas indemnizatórias...

Nao se trata de um "Se" o "Élio" não pagar, trata-se de uma inevitabilidade; e não se trata do Élio, é o Executivo, a CMA, em suma, todos nós.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Não vale a pena desculpar o Élio: no tempo do Souto o serviço da dívida foi sempre pago. A desculpa da pesada herança só serve alguns meses.Só é inevitável não pagar se não houver capacidade de gestão. Mas temos de reconhecer: um strip-tease e um festival feitiçaria, são actos de grande gestão... Só é pena que a EMA do Sr. Prof.João Pedro Dias e da Dra Susana não consigam sequer apresentar contas... que dirá a IGF disso ?

Anónimo disse...

Como é que este anónimo saberá que a EMA "não consegue sequer apresentar contas"?

Para além de claramente já estar a fugir ao assunto que inicialmente aqui o trouxe, evidentemente por falta de argumentos lógicos e entendíveis, entra agora por um caminho que denuncia que sabe bastante acerca de assuntos que, até esta data e pelo que a opinião pública sabe, estarão em sede de relatório da IGF.

Acaso já o leu? Já teve acesso a ele? Se sim, será por isso que não se identifica? E se teve acesso a ele (o relatório), como foi que isso aconteceu? Dá-se bem com os meandros? Sopraram-lhe aos ouvidos os resultados de um relatório preliminar, repito, preliminar?
V. Exa., caro anónimo, está bem informado, muito bem informado, bem informado de mais para fazer política desta forma pequenina.

Faça-a nos sítios certos e com a grandeza que Aveiro merece, claro está, se for capaz!

De outro anónimo.

Anónimo disse...

Não imagine fantasmas; ninguém precisa de ter acesso ao relatório da IGF: qualquer munícipe atento sabe que as contas das empresas municipais deviam ter sido apresentadas nos prazos legais (Março de 2006)na Câmara Municipal e na Assembleia. Mas a sua preocupação até me deixou a pulga atrás da orelha. Estamos em Setembro...! Porque será que esta Câmara começa já a cometer ilegalidades ?