quarta-feira, julho 12, 2006

Fim da linha para a GM da Azambuja

Curiosa e trágica esta decisão da GM, principalmente depois das justificações dadas em conferências de imprensa.

Curioso porque vai encerrar uma fábrica de montagem de automóveis não por ter má produtividade (aquilo que mais costuma influenciar as decisões no mercado da construção automóvel) mas antes problemas de logistica, apontando a questão geográfica como fundamental no aumento de custo ao nível dos fornecedores.

A decisão é trágica logicamente pela crise social que pode gerar, caso não haja novo investimento na região (isto desde logo assumindo a não flexibilidade na mobilidade do factor trabalho).

Ora, isto levanta um problema gravíssimo a Portugal. Talvez um problema novo. É que neste caso os motivos que levaram ao encerramento e à fuga do investimento foram completamente exógenos. Não foi haver melhor produtividade, salarios mais baixos, menos impostos. Não. Desta vez foi a crise de uma multinacional aliada à nossa situação geográfica. Talvez o complexo multimodal ajudasse. Talvez.

Mas exactamente por este caso ser tão especial é que não se devem tirar conclusões precipitadas. Continua a ser fundamental sermos competitivos em termos fiscais (sem nunca praticar incentivos fiscais discriminatórios...). Continua a ser fundamental sermos produtivos (neste caso, parece que até somos...). Falta de facto a atracção de mais investimento. Falta melhorar a legislação laboral. Falta baixar os niveis de imposto. Falta facilitar o acesso aos mercados de capitais. Falta credibilizar as contas publicas. Falta irradicar a corrupção a todos os níveis, mesmo aquela a que chamamos cunha. Falta muita coisa. Infelizmente neste caso, dificilmente isso ajudaria. Não é um exemplo a ter em conta, por ser excepção. Será, contudo, um caso onde o Estado Português deve fazer cumprir os seus direitos. Porque Estado liberal não é um Estado que não defende os interesses dos seus contribuintes. Aplausos para a atitude do Ministro. Resta ver as consequencias práticas...

2 comentários:

Anónimo disse...

baixem o irc, se os bancos pagam 13% de irc as empresas também merecem isso.

Anónimo disse...

Temos que nos organizar para fazer uma petição para baixar o IRC para 10%, caso nos mantenhamos dentro da União Europeia, ou acabar mesmo com o IRC, caso saiamos da União Europeia.

Enquanto o IRC não baixar para 10%, Portugal não vai conhecer melhores dias em termos económicos.
Indelismente, alguém anda a pagar a esta classe política para que esta se recuse a baixar o IRC.:-((