quarta-feira, junho 28, 2006

Com a devida vénia ao excelente Blasfémias, acompanhada desta ilustração:

«fássismo nunca mais!» II

Parece que o governo anda a atribuir pensões de reforma aos combatentes anti-fascistas. Tendo em conta que algumas dessas pensões estão a ser atribuidas a comunistas que toda a vida lutaram pela instituição de uma ditadura comunista em Portugal, não vejo motivo nenhum para que, em nome da paridade, não se atribuam também pensões aos anti-comunistas que toda a vida lutaram pela manutenção da ditadura em Portugal. Ambos lutaram pela imposição de um tipo de ditadura e contra o tipo de ditadura oposto. Sendo assim, gostaria de propor uma pensão para esse grande anti-comunista que foi Rosa Casaco.

in Blasfémias 2006-06-28

5 comentários:

Nelson Peralta disse...

Aí está um prismo bem deturpado da questão.

A situação é bem objectiva e nada tem a ver directamente com a ideologia e luta de cada pessoa.

Se esteve preso e foi torturado pelo Estado deverá ou não ter direito a ser compensado? É essa a questão.

A mesma objectividade no ponto contrário: os anti-comunistas de que falas estiveram presos e foram torturados pelo Estado?

Carlos Martins disse...

Caro Nelson,

Primeiro, o texto é uma citação devidamente indicada.

Segundo, de deturpado vejo muito pouco. Não consigo de nenhuma forma compreender este tipo de discriminação por parte do Estado seja a quem for.

Talvez seja então a hora dos inumeros empresários ROUBADOS pelo Estado pela altura do PREC de pedirem também uma indemnização... e já agora do Estado devolver tudo o que resta. E já agora, porque não, aproveitar e devolver inumeras igrejas e capelas de que o Estado se apoderou indevidamente. E já que falamos de Igreja, e já que queremos definitivamente bani-la da esfera do Estado, então se acabe com as festas populares, com os feriados nacionais religiosos, mas que se devolva tudo o que foi tirado à Igreja!

Al Berto disse...

Viva Carlos Martins:

Não gosto muito de entrar em polémicas mas o assunto que levanta e da forma que levanta é bastante subjectivo.

Fala de bens da Igreja?
Mas que tipo de exploração comercial tem a Igreja para que, através do lucro, possa ter bens?

Desculpe mas sabe o que foi a inquisição e os seus procedimentos?
Sabe como é que a Igreja conseguiu os bens de que fala?

Caro Carlos Martins, o argumento populista é um argumento como qualquer outro mas tem um limite que é o do respeito pela inteligência do próximo.
Compreendo que todos temos de "fazer pela vida", mas vamos fazê-lo com ética e elevação.

...e aprendi a respeitá-lo, mas não com este tipo de argumentação.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Não sei que é o Sr. Nélson, mas conheço um militante de um partido de direita que esteve preso em Caxias pelo COPCON 8 meses, após o 25 de Abril de 74.

Será que o COPCON, o MES, o MFA, o Otelo e seus camaradas podem ser considerados Estado Português, Sr. Nélson?

Se sim, o meu Pai até pode ter direito a uma compensaçãzita, não acha?

Carlos Martins disse...

Eu volto a lembrar que este post é uma mera citação. Não obstante, a argumentação da Igreja não é senão o paralelismo pelo rídiculo, de um lado e de outro.

Cumprimentos