quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Defesas para Takeover

A teoria financeira prevê alguns tipos de defesa para situações de takeovers:

- reestruturação defensiva
. venda de activos valorizados
. emissão de novas acções para accionistas "amigáveis"
- poison pills: warrants dadas a actuais accionistas com direitos de compra sobre titulos a baixo preço em caso de tender offer.
- poison puts: permite a detentores de dívida de vender obrigações a par ao emitente
- paraquedas dourados, para proteger gestores actuais. Ou seja, incluir indemnizações gigantescas nas clausulas de rescisão dos actuais managers.
(Bart Lambrecht)


Ora, o problema é que na PT, não se sabe quem manda. O accionista de referência so detêm cerca de 10% do capital e o Estado tem poder de veto. Também por esta razão a PT se enquadrava numa apetecível M&A. Pode-se mesmo dizer que o Estado pela sua teimosia em manter poder de decisão na PT vai deixa-la ser comprada "em saldos". Mas atenção, o Estado não ficou a perder: era uma empresa publica, privatizou-a. Ganhou. Ficou com golden shares, pelo que tornou impossível a um investidor controlar a empresa. Ganhou. Vendou (privatizou-a) distribuindo-a por varios interessados. Ganhou. E agora deixa que um outro investidor bom jogador tenha reparado na conjuntura e aproveitado todos estes factos, fazendo esta OPA; o Estado consegue assim deixar cair a sua influencia na PT como a comissão europeia exige sob um belo embrulho de funcionamento do mercado, nao sofrendo tantas críticas políticas. Ganhou.

Felizmente ha mais players, e esperançadamente o mercado vai mesmo fucionar. Se a PT é mesmo apetecível, entao surgirão mais interessados. Mas que fique bem claro: querer manter a PT em mãos portuguesas é uma ilusão. Pura ilusão. O capital não tem nacionalidade, tem retorno. É tudo o que interessa. E nenhum investidor racional vai simplesmente cortar as linhas de comunicação nacionais por razões estrategico-militares.

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