terça-feira, agosto 22, 2006

Directamente do meu Moleskine...


4 de Agosto de 2006

Cheguei ontem a Mylos, 3 de Agosto, pela manhã. A casa que arrendei era de estilo tipicamente mediterrâneo. Impecavelmente caiada, e pincelada em cores fortes - verde oceano nas portas e cupulas; nas escadas um delicioso e artistico toque de creme, deixando o bordo branco.

Fui surpreendido pela hospitalidade dos proprietários. Os donos da casa eram contudo um casal singular: ele grego, ela alemã, com um sotaque notória e vincadamente saxónico na - para mim - imperceptível lingua helénica, mas da qual, ao que me dizem, tinha um domínio perfeito.

Nas conversas que pude manter na sala da sua moradia - em inglês, claro - que tão amavelmente me havia convencido a entrar, detive-me a falar de Portugal, ja que haviam visitado o nosso País há 15 anos atrás...

A certa altura não me contive, e sob a afirmação educada que Portugal tinha sofrido grande desenvolvimento nos últimos tempos, ripostei convictamente: "desculpe a franqueza, mas foi à sua custa, à custa essencialmente dos alemães que tal acontece e foi possível..." Confiante.

A senhora encolheu os seus finos mas elegantes ombros. Hoje percebi.

Não importa que os alemães tenham gasto avultadas verbas em fundos de coesão. Nem tão pouco lhes importa a forma como os gastámos - esse é problema nosso, e é mesmo!

Percebi sim que esses fundos foram também uma forma de podermos enriquecer o suficiente para ter capacidade de pagar férias nas suas casas...

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