Aberta a guerra pelo poder em Lisboa, muitas são as questões passiveis de uma abordagem e analise.
Desde logo, a vontade da esquerda em coligar-se sem ter um projecto em comum, assim como a falta de qualidade disponivel no PSD e a dificuldade de escolha do CDS-PP para um cargo cuja importancia é inequivoca, mas cujo timing em que empossará o novo presidente surge com importancia acrescida.
Há ainda a questão dos independentes à esquerda e à direita, com Helena Roseta a conseguir já hoje numa sondagem o terceiro lugar (!!) e Carmona Rodrigues a não querer (e bem) não avançar.
Primeiro as coligações à esquerda. São sobejamente conhecidas as ligações esporádicas para a CML à esquerda. Sempre foi conveniente à esquerda unir-se em Lisboa, na maior parte da vezes para a derrota não parecer tão pesada (nos tempos do saudoso Abcassis), e no caso de Sampaio para ganhar o poder por qualquer meio. Não há claramente um projecto comum em Lisboa à esquerda: o PS tem um candidato forte de quem nunca se ouviu uma palavra sobre Lisboa ou sobre o trabalho autarquico em geral; o Bloco tem Sá Fernandes que é bastante bom a vasculhar falhas legais e a criar entraves (em certos casos bem) ao desenvolvimento da dificil tarefa de um autarca não tropeçar na lei. O PCP bem...tem Ruben de Carvalho, que costuma fazer bons debates na SIC Noticias.
Mas a Direita não está muito melhor, com a n-esima escolha de Fernando Negrão, cujo percurso político não será talvez com o melhor trackrecord para assumir um cargo desta natureza, nem tão pouco terá o perfil e peso político para vencer. Parece que o PSD apenas quer que as eleições passem rapido para poder lavar a cara dos últimos dois anos de Carmona. Quanto ao CDS, a confirmar-se Nobre Guedes, será certamente um nome de peso e perfil indicados para o cargo, pelo que poderá dizer-se que o CDS não virou a cara à luta que se anteve muito dificil para a Direita.
Ha ainda Helena Roseta que parece ter desde já uma importante almofada de votos que poderá certamente capitalizar em campanha. Poderá mesmo ser um forte entrave a que o PS ganhe com maioria a Camara.
Mas ha outras questões para alem destas obvias que vale a pena ter em atenção. Por exemplo, o mandatário de António Costa é Jose Miguel Judice, antigo dirigente do PSD. Curioso, no minimo.
E mais importante, quem tomar o lugar na presidencia da CML tem a seu cargo importantes decisões para Portugal, tais como viabilizar (ou não) a OTA e facilitar (ou não) no caso do TGV. Por isso é vital para o PS ganhar a camara, por isso empenhou um dos seus melhores activos politicos nesta luta.
Por isso também, diria eu, que será mau para o País se António Costa ganhasse com maioria absoluta. Mas também não se poderá dizer que o PSD tenha feito muito para impedir que tal aconteça....