Os mercados mundiais estão em ebolição. As chamadas commodities, como cobre, petroleo e cereais atingiram níveis especulativos elevadíssimos, ate aqui justificados pela explosão de procura vinda da Ásia, especialmente da China (mas também India).
Por outro lado, aquilo que se assiste na Europa é uma onda desenfreada de M&A (fusões e aquisições) próprias de uma zona económica na sua plena força. Também nos USA essa onda ainda se vive, mas com dúvidas sobre o caminho do ciclo económico.
Não obstante, esta semana houve anuncios de taxas dos 3 mais importantes bancos centrais do mundo: UK, USA e Europa. O BoE subiu as taxas de referencia para 5,5%, devido a constante pressão inflaccionista que a Inglaterra vive de momento (a par de uma taxa de crescimento muito interessante), subida essa a qual não é certamente alheia a enorme bolha especulativa de preços de imóveis em Londres, cujo preço por metro quadrado (ou square feet por lá) atingiu níveis record e absolutamente proibitivos para o comum dos mortais com salários não-londrinos. Por outro lado, também a Reserva Federal americana e o ECB se pronunciaram sobre as suas taxas de referencia, com ambos a manter o preço do dinheiro. Não se julgue porém que a subida de juros por ca parou, porque Trichet já sinalizou mais uma subida pra Junho...
A questão da independencia do ECB esteve em destaque estas semanas, com Sarkozy a usar o facto do ECB não olhar para a constante valorização do Euro face ao dolar e restantes moedas mundiais para atacar o banco central europeu. De facto, o ECB tem como obrigação inscrita nos diversos tratados europeus a garantia da estabilidade de preços na zona euro. Logicamente, isto implica que a sua unica responsabilidade seja zelar pelo controlo da inflação. Contudo, e ao inves do que muitas vezes é acusado, esta "limitação" é apenas aparente, pois atraves do controlo da inflação se impede exageros do ciclo económico que a longo prazo certamente prejudicam mais o emprego e o crescimento que uma qualquer medida e forma de actuação mais solta e menos focada.
Por outro lado, com o problema do imobiliario em Espanha (onde a bolha especulativa é cada vez mais evidente) e no UK, os problemas que advem dos preços das commodities elevados e a aparente falha de valorização do risco dos mercados financeiros fazem com que os bancos centrais encarem com alguma reserva o optimismo que reina por entre os investidores, muitos deles sem experiencia.
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