segunda-feira, novembro 13, 2006

Salário Minimo...para que te queremos?

O Salário Minimo Nacional (SMN) é tido como uma bandeira de Abril. Ora, nada de mais contraditório que um movimento de liberdade e libertação impor regras rígidas...

Mas falemos em concreto. Vários países da Europa desenvolvida não tem SMN e no entanto não se tem notícias de revolta social ou mesmo situação de absoluto desespero de desemprego ou nem sequer revolta por salário baixos. De referir que nestes países se inclui não só os Escandinavos, mas também curiosamente a Grécia...sim, esse país que até ha bem pouco tempo era menos desenvolvido que Portugal...

Enfim...

Em minha opinião um dos grande erros de Abril - do distante ano de 1974... - foi precisamente o aumento em quase 40% dos salários e respectivo SMN. Erro porque teve o efeito contrário ao que normalmente os ideologos de esquerda proclama, ou seja, criou inflação e em ultima análise, desemprego e perda de poder de compra real...

Com este aumento estupido - e sim, estou a medir bem as palavras - , que este GOverno quer impor, que nos poderá acontecer? Tudo! Parece que os ares do Congresso do PS afectaram e esquerdizaram a cabeça do nosso PM... AUmentar o SMN para 400 eur !?!? COmo se fosse o Estado a ditar essas regras... Se o mercado disser que o SMN devia ser 300 (o mercado nem sequer deve ter valor minimo estabelecido...) entao 400eur significa a ruina de muitas empresas, e logo muito maior nivel de desemprego... Claro está que esta forma de influenciar a economia é altamente errada, é intervencionista no pior sentido da palavra e pode ter consequencias ruinosas...

2 comentários:

TopGama disse...

É uma pena você não ter nascido rico.
Mas sempre teve quem ganhasse o suficiente para que pudesse estudar sem se preocupar, não é verdade? É que podia simplesmente ter de trabalhar para poder estudar ou até ajudar a manter a família. Não acha?
Há muita gente que só fala porque sempre teve a barriga bem cheia.
E olhe...ter um curso de economia não nos dá o direito de saber de tudo. Já o fiz há muito (e numa faculdade a sério).
Vá indo com calma pois nem tudo o que lhe parece, é!

Carlos Martins disse...

Vamos com calma. Primeiro saúdo-o pela sua visita e comentário. São sempre bem-vindos pontos de vistas, por mais diferentes que sejam.

Mas ponto prévio da discussão: não sou rico, não nasci rico (nem pouco mais ou menos) nem tão pouco "falo de barriga cheia". Acredite.

Segundo ponto prévio: não sei como sabe que sou licenciado em economia, mas não lhe admito qualquer desrespeito pela Universidade de Aveiro. Não obstante, o meu percurso académico vai para além dessa dita licenciatura e para além de não ser para aqui relevante, julgo não merecer contestação em termos de seriedade e qualidade.

Agora que estamos esclarecidos, passemos ao ponto realmente em discussão. Sabe, ao contrário do que julga, eu não defendo os interesses dos tais "ricos" ou capitalistas. Pelo contrário, defendo isso sim, que aqueles que não tem nem nunca tiveram a barriga cheia nem nasceram ricos possam ter a mesma liberdade de escolha, tudo em favor de algo que muito preservo: o mérito.

Quanto ao salário mínimo, eu compreendo a sua posição, pois o SMN teve uma importante acção: impor um limite aos salários. E isto faz sentido num país em que os empresários (ou a sua maioria) não entende a necessidade de premiar a produtividade assim como cultivar o espirito de grupo dos colaboradores atraves de salários competitivos. Ou seja, apostar na qualidade. Por ca sempre se apostou nos salários baixos, na fraca formação. Modelo errado. Por isto, o SMN faz sentido. É uma medida má para tentar atenuar um problema estrutural. Tudo bem.

Mas gosto de pensar um pouco para além do obvio que a realidade nos oferece por ca. Claramente que se houvesse uma maior mobilidade do trabalho assim como uma remuneração compativel com as qualificações e apostando na qualidade, o SMN não seria necessário. Claro que também seria necessário maiores níveis de educação. Claro que ainda há uma imensa classe de trabalhadores que não as tem e são fruto de anos de má politica de educação. Tudo bem, mas não me impeça de sonhar com esse futuro.

E mais concretamente em relação à medida deste Governo de aumento do SMN, acredite que mais uma vez quando falo, faço-o também pensando nesses que supostamente está a defender. Aumentar o SMN sem ter respectivo aumento de produtividade, só dá inflação. Como estamos em sistema de moeda unica europeia, como de certo saberá pela seriedade da sua universidade como diz, isto só provocará desemprego. É bastante simples, mais dinheiro na economia, sem respectivo aumento de riqueza não pode dar certo.

É obvio que preferia ter um SMN equivalente aos restantes países da UE, simplesmente não temos níveis de riqueza e produtividade adequados. Mas uma coisa saberá por certo aprendido numa universidade séria: os níveis de salário não são estipuláveis administrativamente sem consequencias na economia de mercado.

Cumprimentos