De facto é irritante ouvir o Dr Carvalho da Silva falar. Seja à porta de uma fábrica que fecha, seja no meio de uma manifestação, seja num programa de televisão. E não é uma opiniao pré-feita, é uma sensação sempre renovada cada vez que o ouço...
Segundo este senhor, a culpa da crise é do incentivo ao consumo, fruto dos centros comerciais e dos banqueiros... Parece sugerir acabar com os bancos e, em ultima análise, com a lei do mercado, porque é raíz de todos os problemas do País. É, de facto, assustador.
Por outro lado, é incrivel como parece imune às palavras sábias e bem fundadas técnicamente de um dos (senão o maior) economista português, que apesar de ter sido ministro das finanças de Cavaco Silva, não é propriamente conotado com nenhum partido político.
Porque é que nao se ouve de uma vez por todas aqueles que de facto sabem do que estão a dizer, em vez de se ouvir aqueles cuja voz fala mais alto, porque grita, fala mais alto, porque é demagógica... Populismo e a mesma cassete de sempre... Ai de quem tiver este senhor como líder do PCP...
Segundo o Prof. Braga de Macedo, um dos problemas reside na falta de poder do Min. das Finanças. É possível ser de facto o problema. Assim como a falta de possibilidade de descontar para fundos privados de pensões... Assim como a expectativa de mais impostos...
So tenho pena que o Dr Carvalho da Silva continue no seu discurso vazio de ideias e cheio de promessas vãs para os trabalhadores. Assim, os trabalhadores estão muito mal defendidos.
terça-feira, janeiro 31, 2006
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Um recorte...
Será útil ter uma direita liberal?
Acompanhei a campanha eleitoral para a Presidência da República desde o arranque das candidaturas. Fui vendo como o PS deixou cair as candidaturas com mais probabilidade de sucesso. E vi também o pavor do CDS em apresentar uma candidatura própria. De novo o receio de desapontar uma parte dos seus eleitores que queriam votar em Cavaco logo na primeira volta, como aliás fizeram.
Apesar da crise evidente, nenhum dos candidatos, nem o menos à esquerda, defendeu alterar a forma como nos organizamos colectivamente e as prioridades que defendemos.
Não houve quem trocasse votos da imobilidade por qualquer risco, mesmo pequeno, de assustar eleitores propondo-se patrocinar mudanças. Neste aspecto a campanha da esquerda foi muito eficaz, pois imobilizou qualquer desejo, mesmo que ténue, de Cavaco tentar quebrar alguma barreira. Apesar da crise estar identificada como sendo estrutural, com o que isso significa de riscos de desemprego e de ausência de perspectivas de emprego para os mais jovens, ninguém se arriscou a candidatar-se com uma proposta mais ousada. Teria sido possível?
Os especialistas das sondagens eleitorais dizem que Paulo Portas teria tido 7% ou 8% e forçado uma segunda volta, obrigando Cavaco a ter preocupações, e respostas, à sua direita. Aliás, mesmo sem candidatura própria, parece que 40% do eleitorado firme do CDS, 2% de um total de 5%, terão votado Alegre. Se tivessem sido mais, teria havido segunda volta. Uma candidatura liberal teria influenciado quer o posicionamento de Cavaco quer a criação das expectativas face às quais se decidirá a sua reeleição e a sua actuação na Presidência. E teria permitido a expressão das correntes de opinião necessárias à mudança no rumo da governação.
Assim, o que acontecerá nestes próximos três anos sem eleições? Fine-tuning do ruinoso sistema existente; crescimento insustentável dos impostos e pequenas alterações nas despesas cada vez mais concentradas em salários e pensões; e tributação de tudo o que já existe, matando por asfixia e taxa zero para atrair investimento directo estrangeiro, mesmo que transitório e de pouco valor acrescentado, e alguns investimentos nacionais de maior dimensão.
Do lado patronal, a incapacidade de estabelecer uma plataforma de acção e de reivindicação de condições minimamente favoráveis ao lançamento de novas actividades e à reconversão muito rápida das actividades crescentemente desactualizadas e do lado sindical, pese embora a diminuição acentuada da representatividade no sector produtivo, continuará a política cega de defesa do statu quo do sector público.
Caem assim grandes responsabilidades sobre o CDS e sobre o que exista de mais liberal e menos social-democrata dentro do PSD. Afinal, o problema de Portugal é sobretudo político e radica na incapacidade de as forças políticas existentes regenerarem o sistema e o País. C
Pedro Ferraz da Costa
Empresário
DN 2006-01-30
Acompanhei a campanha eleitoral para a Presidência da República desde o arranque das candidaturas. Fui vendo como o PS deixou cair as candidaturas com mais probabilidade de sucesso. E vi também o pavor do CDS em apresentar uma candidatura própria. De novo o receio de desapontar uma parte dos seus eleitores que queriam votar em Cavaco logo na primeira volta, como aliás fizeram.
Apesar da crise evidente, nenhum dos candidatos, nem o menos à esquerda, defendeu alterar a forma como nos organizamos colectivamente e as prioridades que defendemos.
Não houve quem trocasse votos da imobilidade por qualquer risco, mesmo pequeno, de assustar eleitores propondo-se patrocinar mudanças. Neste aspecto a campanha da esquerda foi muito eficaz, pois imobilizou qualquer desejo, mesmo que ténue, de Cavaco tentar quebrar alguma barreira. Apesar da crise estar identificada como sendo estrutural, com o que isso significa de riscos de desemprego e de ausência de perspectivas de emprego para os mais jovens, ninguém se arriscou a candidatar-se com uma proposta mais ousada. Teria sido possível?
Os especialistas das sondagens eleitorais dizem que Paulo Portas teria tido 7% ou 8% e forçado uma segunda volta, obrigando Cavaco a ter preocupações, e respostas, à sua direita. Aliás, mesmo sem candidatura própria, parece que 40% do eleitorado firme do CDS, 2% de um total de 5%, terão votado Alegre. Se tivessem sido mais, teria havido segunda volta. Uma candidatura liberal teria influenciado quer o posicionamento de Cavaco quer a criação das expectativas face às quais se decidirá a sua reeleição e a sua actuação na Presidência. E teria permitido a expressão das correntes de opinião necessárias à mudança no rumo da governação.
Assim, o que acontecerá nestes próximos três anos sem eleições? Fine-tuning do ruinoso sistema existente; crescimento insustentável dos impostos e pequenas alterações nas despesas cada vez mais concentradas em salários e pensões; e tributação de tudo o que já existe, matando por asfixia e taxa zero para atrair investimento directo estrangeiro, mesmo que transitório e de pouco valor acrescentado, e alguns investimentos nacionais de maior dimensão.
Do lado patronal, a incapacidade de estabelecer uma plataforma de acção e de reivindicação de condições minimamente favoráveis ao lançamento de novas actividades e à reconversão muito rápida das actividades crescentemente desactualizadas e do lado sindical, pese embora a diminuição acentuada da representatividade no sector produtivo, continuará a política cega de defesa do statu quo do sector público.
Caem assim grandes responsabilidades sobre o CDS e sobre o que exista de mais liberal e menos social-democrata dentro do PSD. Afinal, o problema de Portugal é sobretudo político e radica na incapacidade de as forças políticas existentes regenerarem o sistema e o País. C
Pedro Ferraz da Costa
Empresário
DN 2006-01-30
domingo, janeiro 29, 2006
/me away sleeping, recovering and thinking where to go what to do. next step: unknown
Em retiro espiritual depois do banho de bola em plena luz...
Também a resolver alguns problemas de azia...
ai...que sofrimento este...paixão encarnada (ao menos esta...)...a quanto obrigas...
Também a resolver alguns problemas de azia...
ai...que sofrimento este...paixão encarnada (ao menos esta...)...a quanto obrigas...
sábado, janeiro 28, 2006
Euromilhões
Já que ninguem acertou, o jackpot ficará à volta de 180 milhoes de euros...
Curioso é o valor ser sensivelmente a cifra que o actual vereador das finanças da CM de Aveiro reclama ser a dívida real da autarquia...
Se falharem as tentativas de reorganização da dívida, leia-se emprestimo nunca inferior a 25 milhoes, para pagar as mais urgentes, então sempre há a alternativa de apostar forte no Euromilhoes...
E ao menos não seria preciso grande arte e competência técnica para resolver o problema...
Curioso é o valor ser sensivelmente a cifra que o actual vereador das finanças da CM de Aveiro reclama ser a dívida real da autarquia...
Se falharem as tentativas de reorganização da dívida, leia-se emprestimo nunca inferior a 25 milhoes, para pagar as mais urgentes, então sempre há a alternativa de apostar forte no Euromilhoes...
E ao menos não seria preciso grande arte e competência técnica para resolver o problema...
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Estado contribui com 22 milhões
autoeuropa Incentivos ao novo carro representam 11% do investimento Governo esgota tecto permitido
OEstado português deverá contribuir com cerca de 22 milhões de euros para o investimento, que deverá rondar os 200 milhões, necessário para que a Autoeuropa produza o novo modelo, a partir de 2008. O primeiro-ministro, José Sócrates, referiu, ontem, durante uma visita à unidade de Palmela, que os incentivos financeiros atribuídos à fábrica são os "consentidos" pela legislação cerca de 11% do total.
Na semana passada, a Vokswagen atribuiu a produção de um novo veículo à Autoeuropa. De acordo com o presidente da Administração da unidade, Emilio Sáenz, será agora necessário fazer alterações na fábrica, a nível de prensas e linhas robotizadas de montagem, entre outro equipamento.
Apesar de o novo desportivo ser um "balão de oxigénio", o Governo e a Administração da empresa têm até ao final do ano para convencer a Volkswagen a produzir em Portugal os sucessores dos actuais monovolumes da Autoeuropa, cujo fim de produção está previsto para dentro de dois anos.
A fábrica concorreu à produção dos modelos e tem uma equipa em Volsfburgo, a sede do grupo, a acompanhar o processo de selecção. Já o Ministério da Economia está envolvido em avançadas negociações com a marca. Emilio Sáenz referiu que o grupo alemão tomará uma decisão no final do ano.
Sócrates manifestou-se confiante na aposta nos monovolumes, que garantiria, como o JN avançou na semana passada, um "recorde de produção" após 2008, ano em que os dois novos veículos entrariam em produção. Emilio Sáenz, por seu turno, classificou o repto de bater o recorde, que está nas 140 mil viaturas, como "difícil".
Certo é que a vinda dos novos modelos, de grande produção, seria ouro sobre azul para a Autoeuropa. O novo modelo desportivo, um veículo de nicho cuja produção deverá estar nas 30 mil viaturas, vai ser fabricado na mesma linha de montagem que o Eos, o cabriolet que começou a ser produzido no final de 2005, e cujas estimativas de produção também não ultrapassam os 50 mil veículos.
Desta forma, com a vinda de dois novos automóveis, que substituiriam o Volkswagen Sharan e o Seat Alhambra, a capacidade da fábrica entraria num máximo histórico, já que seriam feitos na mesma linha de montagem.
in JN 2006-01-27
Mais uma vez, o Estado parece funcionar como um qualquer portfolio manager mas sem as expertises, investindo os dinheiros publicos em negócios que lhe convenham. Claro que a AutoEuropa contribui com 1% do GDP portugues, mas deverá o Estado financiar actividades económicas conforme mais lhe convém? Se a fábrica nao sobreviveria sem os 22 milhoes do Estado, então mais valia perceber o porque de tal acontecer. Seriam melhor aplicados os 22 milhoes a reformar áreas do Estado que estão moribundas, retirar o Estado da maior parte da economia e fazer o mercado actuar. De certo que a baixa de impostos faria mais e melhor pelas condiçoes de competitividade do que estes subsídios de sobrevivência. Mais uma vez a questão política sobrepoe-se à racional. E isto não é uma crítica a este governo em particular, tem sido todos assim...
autoeuropa Incentivos ao novo carro representam 11% do investimento Governo esgota tecto permitido
OEstado português deverá contribuir com cerca de 22 milhões de euros para o investimento, que deverá rondar os 200 milhões, necessário para que a Autoeuropa produza o novo modelo, a partir de 2008. O primeiro-ministro, José Sócrates, referiu, ontem, durante uma visita à unidade de Palmela, que os incentivos financeiros atribuídos à fábrica são os "consentidos" pela legislação cerca de 11% do total.
Na semana passada, a Vokswagen atribuiu a produção de um novo veículo à Autoeuropa. De acordo com o presidente da Administração da unidade, Emilio Sáenz, será agora necessário fazer alterações na fábrica, a nível de prensas e linhas robotizadas de montagem, entre outro equipamento.
Apesar de o novo desportivo ser um "balão de oxigénio", o Governo e a Administração da empresa têm até ao final do ano para convencer a Volkswagen a produzir em Portugal os sucessores dos actuais monovolumes da Autoeuropa, cujo fim de produção está previsto para dentro de dois anos.
A fábrica concorreu à produção dos modelos e tem uma equipa em Volsfburgo, a sede do grupo, a acompanhar o processo de selecção. Já o Ministério da Economia está envolvido em avançadas negociações com a marca. Emilio Sáenz referiu que o grupo alemão tomará uma decisão no final do ano.
Sócrates manifestou-se confiante na aposta nos monovolumes, que garantiria, como o JN avançou na semana passada, um "recorde de produção" após 2008, ano em que os dois novos veículos entrariam em produção. Emilio Sáenz, por seu turno, classificou o repto de bater o recorde, que está nas 140 mil viaturas, como "difícil".
Certo é que a vinda dos novos modelos, de grande produção, seria ouro sobre azul para a Autoeuropa. O novo modelo desportivo, um veículo de nicho cuja produção deverá estar nas 30 mil viaturas, vai ser fabricado na mesma linha de montagem que o Eos, o cabriolet que começou a ser produzido no final de 2005, e cujas estimativas de produção também não ultrapassam os 50 mil veículos.
Desta forma, com a vinda de dois novos automóveis, que substituiriam o Volkswagen Sharan e o Seat Alhambra, a capacidade da fábrica entraria num máximo histórico, já que seriam feitos na mesma linha de montagem.
in JN 2006-01-27
Mais uma vez, o Estado parece funcionar como um qualquer portfolio manager mas sem as expertises, investindo os dinheiros publicos em negócios que lhe convenham. Claro que a AutoEuropa contribui com 1% do GDP portugues, mas deverá o Estado financiar actividades económicas conforme mais lhe convém? Se a fábrica nao sobreviveria sem os 22 milhoes do Estado, então mais valia perceber o porque de tal acontecer. Seriam melhor aplicados os 22 milhoes a reformar áreas do Estado que estão moribundas, retirar o Estado da maior parte da economia e fazer o mercado actuar. De certo que a baixa de impostos faria mais e melhor pelas condiçoes de competitividade do que estes subsídios de sobrevivência. Mais uma vez a questão política sobrepoe-se à racional. E isto não é uma crítica a este governo em particular, tem sido todos assim...
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Pensamento solto...livre...liberal..
Admito que todos os recentes aumentos têm cada vez mais levantado a questão da relevância dos impostos, mas eu já ha muito tempo que tenho algumas dúvidas.
Se o consumo, seja ele directo ou através de crédito - o endividamento privado não é um problema em termos globais, é um problema de cada consumidor que deve ser racional -, é benéfico e tem um efeito positivo na economia e na riqueza criada, nomeadamente incentivando o investimento, seja ele estrangeiro ou não.
Se os impostos são uma forma do Estado "manusear" a sociedade, carregando fiscalmente nos produtos ou serviços que de alguma forma prejudicam a economia, o ambiente, ou qualquer outro direito dos cidadãos; ou mesmo se por outro lado, é uma forma de redistribuir os rendimentos através de uma política extraordináriamente discutível.
Se há produtos e serviços que são sobrecarregados com vários e multiplos impostos ao mesmo tempo, contrariando toda a intenção dos legisladores e da sociedade, subvertendo a intenção de aumentar o bem-estar geral, defendendo os interesses dos cidadãos.
Se há impostos que são tão complexos e tão elevados que muitos preferem tentar fugir ao fisco, depois de ponderarem numa análise custo-benefício, que ficam melhor se fugirem, que vale a pena arriscar.
Se os impostos são a única política que resta ao Estado (politica orçamental ou fiscal, são praticamente a mesma) e o interesse manisfestado pelo Governo é incentivar a economia, relança-la, de forma a incentivar o crescimento, o investimento, o consumo, diminuir o desemprego, e aumento o bem-estar da população.
Se a falta de produção de bens de valor acrescentado é precisamente um dos problemas apontados da nossa economia.
Eu pergunto:
Para que serve o IVA?
Se o consumo, seja ele directo ou através de crédito - o endividamento privado não é um problema em termos globais, é um problema de cada consumidor que deve ser racional -, é benéfico e tem um efeito positivo na economia e na riqueza criada, nomeadamente incentivando o investimento, seja ele estrangeiro ou não.
Se os impostos são uma forma do Estado "manusear" a sociedade, carregando fiscalmente nos produtos ou serviços que de alguma forma prejudicam a economia, o ambiente, ou qualquer outro direito dos cidadãos; ou mesmo se por outro lado, é uma forma de redistribuir os rendimentos através de uma política extraordináriamente discutível.
Se há produtos e serviços que são sobrecarregados com vários e multiplos impostos ao mesmo tempo, contrariando toda a intenção dos legisladores e da sociedade, subvertendo a intenção de aumentar o bem-estar geral, defendendo os interesses dos cidadãos.
Se há impostos que são tão complexos e tão elevados que muitos preferem tentar fugir ao fisco, depois de ponderarem numa análise custo-benefício, que ficam melhor se fugirem, que vale a pena arriscar.
Se os impostos são a única política que resta ao Estado (politica orçamental ou fiscal, são praticamente a mesma) e o interesse manisfestado pelo Governo é incentivar a economia, relança-la, de forma a incentivar o crescimento, o investimento, o consumo, diminuir o desemprego, e aumento o bem-estar da população.
Se a falta de produção de bens de valor acrescentado é precisamente um dos problemas apontados da nossa economia.
Eu pergunto:
Para que serve o IVA?
Durão e Sócrates
A comissão europeia resolveu lançar alguns avisos aos diversos paises da UE, como é habito. Felizmente Durão Barroso sabendo de como funciona a nossa política interna, ressalvou que não se tratava de todo de uma intromissão no governo, mas apenas um acto natural como comissário europeu.
Tudo certo.
Mas urge entao perceber onde é que a Comissão pretende que o Governo Portugues actue com maior veemencia e, por outro lado, como é que Durão se consegue abstair da sua convicção mao-social-democrata.
A Comissão apontou como aspectos positivos a prioridade dada à ciência e à tecnologia, consubstanciada no Plano Tecnológico, não sem tecer alguns reparos menores. Parece-me, no entanto perfeitamente consensual este Plano, e globalmente positivo. O problema será a sua aplicação... Veja-se o exemplo do caso MIT... Aliás, é sempre esse o problema: a aplicação prática em Portugal... e esse é o cerne da questão: a burocracia, a corrupção, o favorecimento, os expedientes, o clientelismo, o partidarismo, a complexidade da administração publica, a complexidade da legislação...
E depois surgem as críticas da Comissão:
- as finanças públicas, ainda sem medidas estruturais concretas para a resolução do problema;
- a falta de medidas que assegurem uma salutar concorrência, principalmente nos sectores das telecomunicações e energia (veja-se aqui a enorme culpa de um Estado que teimosamente insiste em actuar no mercado que deveria ser inteira e exclusivamente privado);
- e depois vem o problema do desemprego, da legislação completamente inadaptada à realidade, de um governo que nao zela pela promoção de emprego, mas antes pela manutenção de emprego (muitos deles precários) insistindo deste modo na rigidez laboral, responsável também pela deslocalização de industrias (não é factor decisivo, mas também tem alguma influência...);
Em resumo, todos sabemos quais são os verdadeiros problemas. O Dr. Durão Barroso do seu pedestal consegue ve-los agora melhor, já que quando ca estava faltou-lhe coragem.
Quanto a Sócrates, parece me que vai fazer o que sempre fez: ouvidos de mercador. O autismo do nosso PM é de uma frieza atroz. Mas Eng. Socrates, uma pessoa inteligente também deve saber ouvir as críticas, principalmente quando são construtivas como esta.
O problema é que, como sempre, falta coragem para medidas de fundo. E não vai ser um governo socialista a promover políticas neo-liberais que todos os especialistas afirmam ser a solução, quando nem um governo de direita o conseguiu fazer...
A bem da nação, espero que consiga...
Tudo certo.
Mas urge entao perceber onde é que a Comissão pretende que o Governo Portugues actue com maior veemencia e, por outro lado, como é que Durão se consegue abstair da sua convicção mao-social-democrata.
A Comissão apontou como aspectos positivos a prioridade dada à ciência e à tecnologia, consubstanciada no Plano Tecnológico, não sem tecer alguns reparos menores. Parece-me, no entanto perfeitamente consensual este Plano, e globalmente positivo. O problema será a sua aplicação... Veja-se o exemplo do caso MIT... Aliás, é sempre esse o problema: a aplicação prática em Portugal... e esse é o cerne da questão: a burocracia, a corrupção, o favorecimento, os expedientes, o clientelismo, o partidarismo, a complexidade da administração publica, a complexidade da legislação...
E depois surgem as críticas da Comissão:
- as finanças públicas, ainda sem medidas estruturais concretas para a resolução do problema;
- a falta de medidas que assegurem uma salutar concorrência, principalmente nos sectores das telecomunicações e energia (veja-se aqui a enorme culpa de um Estado que teimosamente insiste em actuar no mercado que deveria ser inteira e exclusivamente privado);
- e depois vem o problema do desemprego, da legislação completamente inadaptada à realidade, de um governo que nao zela pela promoção de emprego, mas antes pela manutenção de emprego (muitos deles precários) insistindo deste modo na rigidez laboral, responsável também pela deslocalização de industrias (não é factor decisivo, mas também tem alguma influência...);
Em resumo, todos sabemos quais são os verdadeiros problemas. O Dr. Durão Barroso do seu pedestal consegue ve-los agora melhor, já que quando ca estava faltou-lhe coragem.
Quanto a Sócrates, parece me que vai fazer o que sempre fez: ouvidos de mercador. O autismo do nosso PM é de uma frieza atroz. Mas Eng. Socrates, uma pessoa inteligente também deve saber ouvir as críticas, principalmente quando são construtivas como esta.
O problema é que, como sempre, falta coragem para medidas de fundo. E não vai ser um governo socialista a promover políticas neo-liberais que todos os especialistas afirmam ser a solução, quando nem um governo de direita o conseguiu fazer...
A bem da nação, espero que consiga...
quarta-feira, janeiro 25, 2006
IKEA em Aveiro ?
IKEA equaciona nova fábrica em Aveiro
A nova fábrica de mobiliário do grupo sueco IKEA pode vir a ser instalada em Aveiro, representando um investimento de 32 milhões de euros e 220 postos de trabalho, contudo é apenas uma das vinte localizações possíveis até Valença, enquanto a decisão final ainda não está tomada. Segundo o director geral da Ikea Ibérica, André de Wit, «há 20 localizações possíveis, entre Aveiro e Valença».
A opção da multinacional será tomada até Junho, apurou o Diário de Aveiro, depois do memorando de entendimento assinado este mês entre a empresa e a Agência Portuguesa para o Investimento, respeitante aos próximos investimentos do grupo sueco em Portugal.
Segundo uma nota da Agência Portuguesa para o Investimento (API), a unidade fabril Swedwood na zona norte de Portugal, «terá como objectivo a produção de mobiliário destinado ao mercado de exportação, nomeadamente o fornecimento da cadeia de lojas do grupo na Península Ibérica e Bacia Mediterrânica».
Para a escolha do nosso país na localização da nova unidade fabril, a API, como promotora do investimento da empresa em Portugal, refere a prestação de apoios à formação profissional e benefícios fiscais por um período de dez anos «em função da rentabilidade da fábrica», segundo o presidente Basílio Horta.
No memorando é manifestada a intenção de um investimento de 450 milhões de euros até 2010, o qual envolve áreas comerciais e industriais, numa primeira fase de expansão, ao longo dos próximos 4 anos, criando «mais de 1.650 postos de trabalho directos e qualificados, para além de um número relevante de empregos indirectos». O investimento global integra a instalação de uma unidade fabril, a construção de 3 novas lojas IKEA, para além da já existente IKEA de Alfragide; uma das quais, em Matosinhos que abrirá as portas em 2007. Até 2010 deverá construir dois centros comerciais, um deles ligado à loja de Matosinhos, e um segundo agregado a uma das futuras lojas IKEA de Lisboa.
Numa segunda fase, até 2015, a IKEA contempla a abertura de mais 2 lojas, o que supõe um investimento adicional de 100 ME e a criação de um mínimo de 1000 novos postos de trabalho. A IKEA está presente em Portugal desde 1974, com um escritório de compras, em Leça da Palmeira. Os produtos são comercializados em em 220 lojas em 33 países.
in Diario de Aveiro 2006-01-25
A nova fábrica de mobiliário do grupo sueco IKEA pode vir a ser instalada em Aveiro, representando um investimento de 32 milhões de euros e 220 postos de trabalho, contudo é apenas uma das vinte localizações possíveis até Valença, enquanto a decisão final ainda não está tomada. Segundo o director geral da Ikea Ibérica, André de Wit, «há 20 localizações possíveis, entre Aveiro e Valença».
A opção da multinacional será tomada até Junho, apurou o Diário de Aveiro, depois do memorando de entendimento assinado este mês entre a empresa e a Agência Portuguesa para o Investimento, respeitante aos próximos investimentos do grupo sueco em Portugal.
Segundo uma nota da Agência Portuguesa para o Investimento (API), a unidade fabril Swedwood na zona norte de Portugal, «terá como objectivo a produção de mobiliário destinado ao mercado de exportação, nomeadamente o fornecimento da cadeia de lojas do grupo na Península Ibérica e Bacia Mediterrânica».
Para a escolha do nosso país na localização da nova unidade fabril, a API, como promotora do investimento da empresa em Portugal, refere a prestação de apoios à formação profissional e benefícios fiscais por um período de dez anos «em função da rentabilidade da fábrica», segundo o presidente Basílio Horta.
No memorando é manifestada a intenção de um investimento de 450 milhões de euros até 2010, o qual envolve áreas comerciais e industriais, numa primeira fase de expansão, ao longo dos próximos 4 anos, criando «mais de 1.650 postos de trabalho directos e qualificados, para além de um número relevante de empregos indirectos». O investimento global integra a instalação de uma unidade fabril, a construção de 3 novas lojas IKEA, para além da já existente IKEA de Alfragide; uma das quais, em Matosinhos que abrirá as portas em 2007. Até 2010 deverá construir dois centros comerciais, um deles ligado à loja de Matosinhos, e um segundo agregado a uma das futuras lojas IKEA de Lisboa.
Numa segunda fase, até 2015, a IKEA contempla a abertura de mais 2 lojas, o que supõe um investimento adicional de 100 ME e a criação de um mínimo de 1000 novos postos de trabalho. A IKEA está presente em Portugal desde 1974, com um escritório de compras, em Leça da Palmeira. Os produtos são comercializados em em 220 lojas em 33 países.
in Diario de Aveiro 2006-01-25
BCP aumenta lucros
BCP atinge lucro recorde de 753,5 milhões em 2005
O Millennium bcp aumentou os lucros, no ano passado, em 24,2%, para 753,5 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre.
Durante a apresentação de resultados, ontem, o presidente Paulo Teixeira Pinto disse estar a reunir os elementos necessários para lançar uma operação de raiz na Roménia, depois de ter perdido a corrida à compra do BCR.
"Conhecemos já muito bem o mercado [romeno], mas há elementos que ainda não reunimos", daí não haver ainda uma solução definitiva, disse.
Turquia e Croácia estão, para já, fora dos planos de crescimento do Millennium, apesar de ter sido convidado a apresentar uma proposta de compra do croata Splitska Banka.
Teixeira Pinto reafirmou, ainda, o interesse em crescer nos mercados principais - Portugal, Polónia e Grécia - através da expansão do número de balcões, com forte aposta no crédito hipotecário.
Durante este ano, o BCP vai continuar a vender activos. Além do Banco de Investimento Imobiliário, em curso, inclui-se também a alienação de uma carteira de crédito e a securitização de créditos hipotecários , ambas no montante de próximo dos mil milhões de euros.
in JN 2006-01-25
A questão é que este aumento de lucros foi, de certo modo, extraordinário, dado que ter sido feita à custa de securitização de créditos; o que não é propriamente algo mau ou errado. É extraordinário, apenas isso.
A securitização de activos é a correcta forma de diminuir riscos inerentes aos créditos concedidos, e por outro lado, de lançar no mercado interbancário parcelas destes créditos.
Para além disto, também a estratégia de crescimento lá fora, e a reestruturação interna parece ter sido positiva e ajudado a este bom resultado financeiro.
De certo que agora não faltaram vozes a atacar os banqueiros por ter lucros mais elevados de sempre em altura de crise. O facto é que isto é pura gestão e pensamento estratégico. Ao que se acrescenta um natural aumento da procura por crédito em altura de crise económica.
O Millennium bcp aumentou os lucros, no ano passado, em 24,2%, para 753,5 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre.
Durante a apresentação de resultados, ontem, o presidente Paulo Teixeira Pinto disse estar a reunir os elementos necessários para lançar uma operação de raiz na Roménia, depois de ter perdido a corrida à compra do BCR.
"Conhecemos já muito bem o mercado [romeno], mas há elementos que ainda não reunimos", daí não haver ainda uma solução definitiva, disse.
Turquia e Croácia estão, para já, fora dos planos de crescimento do Millennium, apesar de ter sido convidado a apresentar uma proposta de compra do croata Splitska Banka.
Teixeira Pinto reafirmou, ainda, o interesse em crescer nos mercados principais - Portugal, Polónia e Grécia - através da expansão do número de balcões, com forte aposta no crédito hipotecário.
Durante este ano, o BCP vai continuar a vender activos. Além do Banco de Investimento Imobiliário, em curso, inclui-se também a alienação de uma carteira de crédito e a securitização de créditos hipotecários , ambas no montante de próximo dos mil milhões de euros.
in JN 2006-01-25
A questão é que este aumento de lucros foi, de certo modo, extraordinário, dado que ter sido feita à custa de securitização de créditos; o que não é propriamente algo mau ou errado. É extraordinário, apenas isso.
A securitização de activos é a correcta forma de diminuir riscos inerentes aos créditos concedidos, e por outro lado, de lançar no mercado interbancário parcelas destes créditos.
Para além disto, também a estratégia de crescimento lá fora, e a reestruturação interna parece ter sido positiva e ajudado a este bom resultado financeiro.
De certo que agora não faltaram vozes a atacar os banqueiros por ter lucros mais elevados de sempre em altura de crise. O facto é que isto é pura gestão e pensamento estratégico. Ao que se acrescenta um natural aumento da procura por crédito em altura de crise económica.
Estratégia de Lisboa ainda mexe...
Estratégia de Lisboa poderá aumentar PIB em 10,9%
O Produto Interno Bruto (PIB) português poderá crescer, pelo menos, 10,9% até 2025, caso sejam cumpridos os objectivos da Estratégia de Lisboa, indica um estudo europeu ontem revelado em Bruxelas. Em 2004, o PIB português era de 141 mil milhões de euros, a preços de mercado.
O documento indica um crescimento do PIB nacional de 2,5% se forem cumpridos os objectivos relativos ao emprego (ter um nível de emprego equivalente a 70% da população activa), de 2,4% devido ao capital humano (investimento em formação) e de 1,4% devido, entre outros, à redução dos encargos administrativos suportados pela economia. Se o país investir em investigação e desenvolvimento, poderá aumentar a riqueza em mais 4,5%.
Do estudo, Bruxelas conclui que a vontade dos Estados-membros de levar à prática as reformas necessárias será "determinante".
O relançamento da agenda de Lisboa será o tema central do Conselho Europeu da Primavera, em Bruxelas, a 23 e 24 de Março.
O Produto Interno Bruto (PIB) português poderá crescer, pelo menos, 10,9% até 2025, caso sejam cumpridos os objectivos da Estratégia de Lisboa, indica um estudo europeu ontem revelado em Bruxelas. Em 2004, o PIB português era de 141 mil milhões de euros, a preços de mercado.
O documento indica um crescimento do PIB nacional de 2,5% se forem cumpridos os objectivos relativos ao emprego (ter um nível de emprego equivalente a 70% da população activa), de 2,4% devido ao capital humano (investimento em formação) e de 1,4% devido, entre outros, à redução dos encargos administrativos suportados pela economia. Se o país investir em investigação e desenvolvimento, poderá aumentar a riqueza em mais 4,5%.
Do estudo, Bruxelas conclui que a vontade dos Estados-membros de levar à prática as reformas necessárias será "determinante".
O relançamento da agenda de Lisboa será o tema central do Conselho Europeu da Primavera, em Bruxelas, a 23 e 24 de Março.
terça-feira, janeiro 24, 2006
Correcção nos Links
Parece que não é Elio Maia responsável directa ou indirectamente pelo blog http://eliomaia.blogspot.com pelo que faço já a correcção nos meus links...
Finalmente em Filme: The Da Vinci Code !!
"O Código Da Vinci", filme do norte-americano Ron Howard inspirado no best-seller homónimo de Dan Brown, abrirá a 59ª edição do Festival de Cannes no dia 17 de Maio de 2006, anunciaram os organizadores do evento .
Para os mais impacientes (como eu) deixo aqui um URL com trailers do filme a estrear em Maio a nível mundial...
http://www.ropeofsilicon.com/trailers.php?id=1091
Para pensar...
"Direito ao crédito deve estar na carta dos direitos humanos"
Colocar o "direito ao crédito" na carta fundamental dos direitos do Homem é o próximo desafio de Muhamad Yunus. Impossível? Talvez não. Para quem acredita há 30 anos que "é possível transformar utopias em realidade", nada é impossível. Afinal quando, em 1997, o "pai" do microcrédito conseguiu impor nos objectivos do milénio a meta de passar de 7,5 milhões de beneficiários do microcrédito para os 100 milhões até 2005, muitos poucos, para além dele próprio, acreditavam.
"Oito anos passados não só atingimos essa meta como julgo que a teremos mesmo ultrapassado, com um terço a sair da pobreza", disse, pleno de satisfação, o fundador bengali do Grameen Bank, falando para uma plateia de responsáveis governamentais e instituições de solidariedade nacionais, que despertam para a potencialidade do microcrédito.
Porquê lutar pelo direito ao crédito? "O meu argumento é o seguinte não adianta consagrar o direito à saúde, ao trabalho, à educação, tudo óptimas ideias, se todos sabemos que os Estados não têm dinheiro suficiente para fazer cumprir todos esses direitos. O que é importante, o direito fundamental, deve ser capacitar os indivíduos com os meios que lhes permitam ser autónomos, criando o seu próprio emprego".
E para quem não perceba, Yunus relembra que todos os homens nascem com a mesmas ferramentas, a mesma criatividade. "Os pobres são apenas pessoas bonsai. Tal como as árvores se forem colocadas em vasos pequenos sem espaço para crescer nunca ultrapassam um determinado tamanho". O microcrédito, diz, é o espaço para crescerem.
Alargar o microcrédito e reforçar a sua dimensão em África e na América Latina, mas também na Europa, é agora a prioridade deste movimento que conta com uma rede mundial de organizações não governamentais. É que dos 100 milhões de abrangidos até aqui, cerca de 90 milhões situa-se no continente asiático, em particular no Bangladesh e na Índia, onde em cada país, o programa tocou 17 milhões de pessoas pobres.
Enquanto nos países em vias de desenvolvimento este instrumento é sobretudo direccionado a pessoas muito pobres, com os montantes médios de empréstimo a não irem muito além dos 100 euros, na Europa e nos Estados Unidos, o microcrédito está a constituir-se como um meio de incentivar o empreeendedorismo de pessoas vítimas de reestruturações empresariais, que caíram no desemprego prolongado.
Afinal, em Portugal, cerca de 10% dos "clientes" têm formação superior. O mesmo se passa nos países da Europa central e de leste, onde este instrumento está a ser utilizado por pessoas com qualificação superior.
Porque acredita na força dos pequenos passos, Muhamad Yunus já definiu a meta de financiar mais 75 milhões de pessoas em todo o mundo daqui até 2015. É também com pequenos passos que - muito devido ao microcrédito -, no Bangladesh se tem reduzido a taxa de pobreza em 1% ao ano na última década. E como agora a redução está a ser mais rápida, Yunus acredita que "não estamos assim tão longe de atingir a meta de reduzir para metade a taxa de pobreza extrema até 2015". E a fé alimenta-se de exemplos o Grameen Bank começou a financiar pedintes com 9 euros para que em vez de pedirem vendessem alguma coisa. Hoje, há 65 mil pedintes no programa, que não se limitam a pedir. "É possível mudar o mundo", diz. Uns mudam, outros não.
in DN Online 2006-01-24
Colocar o "direito ao crédito" na carta fundamental dos direitos do Homem é o próximo desafio de Muhamad Yunus. Impossível? Talvez não. Para quem acredita há 30 anos que "é possível transformar utopias em realidade", nada é impossível. Afinal quando, em 1997, o "pai" do microcrédito conseguiu impor nos objectivos do milénio a meta de passar de 7,5 milhões de beneficiários do microcrédito para os 100 milhões até 2005, muitos poucos, para além dele próprio, acreditavam.
"Oito anos passados não só atingimos essa meta como julgo que a teremos mesmo ultrapassado, com um terço a sair da pobreza", disse, pleno de satisfação, o fundador bengali do Grameen Bank, falando para uma plateia de responsáveis governamentais e instituições de solidariedade nacionais, que despertam para a potencialidade do microcrédito.
Porquê lutar pelo direito ao crédito? "O meu argumento é o seguinte não adianta consagrar o direito à saúde, ao trabalho, à educação, tudo óptimas ideias, se todos sabemos que os Estados não têm dinheiro suficiente para fazer cumprir todos esses direitos. O que é importante, o direito fundamental, deve ser capacitar os indivíduos com os meios que lhes permitam ser autónomos, criando o seu próprio emprego".
E para quem não perceba, Yunus relembra que todos os homens nascem com a mesmas ferramentas, a mesma criatividade. "Os pobres são apenas pessoas bonsai. Tal como as árvores se forem colocadas em vasos pequenos sem espaço para crescer nunca ultrapassam um determinado tamanho". O microcrédito, diz, é o espaço para crescerem.
Alargar o microcrédito e reforçar a sua dimensão em África e na América Latina, mas também na Europa, é agora a prioridade deste movimento que conta com uma rede mundial de organizações não governamentais. É que dos 100 milhões de abrangidos até aqui, cerca de 90 milhões situa-se no continente asiático, em particular no Bangladesh e na Índia, onde em cada país, o programa tocou 17 milhões de pessoas pobres.
Enquanto nos países em vias de desenvolvimento este instrumento é sobretudo direccionado a pessoas muito pobres, com os montantes médios de empréstimo a não irem muito além dos 100 euros, na Europa e nos Estados Unidos, o microcrédito está a constituir-se como um meio de incentivar o empreeendedorismo de pessoas vítimas de reestruturações empresariais, que caíram no desemprego prolongado.
Afinal, em Portugal, cerca de 10% dos "clientes" têm formação superior. O mesmo se passa nos países da Europa central e de leste, onde este instrumento está a ser utilizado por pessoas com qualificação superior.
Porque acredita na força dos pequenos passos, Muhamad Yunus já definiu a meta de financiar mais 75 milhões de pessoas em todo o mundo daqui até 2015. É também com pequenos passos que - muito devido ao microcrédito -, no Bangladesh se tem reduzido a taxa de pobreza em 1% ao ano na última década. E como agora a redução está a ser mais rápida, Yunus acredita que "não estamos assim tão longe de atingir a meta de reduzir para metade a taxa de pobreza extrema até 2015". E a fé alimenta-se de exemplos o Grameen Bank começou a financiar pedintes com 9 euros para que em vez de pedirem vendessem alguma coisa. Hoje, há 65 mil pedintes no programa, que não se limitam a pedir. "É possível mudar o mundo", diz. Uns mudam, outros não.
in DN Online 2006-01-24
Microcrédito e capital de risco
É, de facto, de enaltecer a atitude do Governo face a este ponto. Incentivos fiscais é a política correcta para favorecer uma forma de investimento de pequena dimensão, da criação de pequenas empresas. Tudo porque aparentemente o recurso ao microcrédito criou 600 postos de trabalho o ano passado.
Mas não consigo deixar de pensar que estamos a ter uma visão minimalista do problema.
Passamos do "think poor, act rich", para o "think poor, act poor" quando deveriamos estar no "think rich, act poor".
Ou seja, é de louvar esta medida, mas o principal problema mantém-se: a barragem no recurso ao capital de risco.
Os bancos não têm uma visão oportunista da realidade, mantendo a sua atitude conservadora; ao Governo não compete intervir directamente nesta área, mas sim criar incentivos para o capital de risco seja mais utilizado, como por exemplo na nossa vizinha Espanha; ao investidor é necessário mais e melhor informação, onde ir, a quem se dirigir, onde basear o seu projecto de financiamento, como elaborar um projecto que tenha apoio dos fundos europeus.
Tudo está por fazer. E um País onde o investimento tem caído tanto não se pode dar ao luxo de não apoiar as boas ideias, apenas porque as boas ideias não têm capital para iniciar o projecto.
É preciso pensar grande, pensar arrojado!
Think rich, act poor!
Mas não consigo deixar de pensar que estamos a ter uma visão minimalista do problema.
Passamos do "think poor, act rich", para o "think poor, act poor" quando deveriamos estar no "think rich, act poor".
Ou seja, é de louvar esta medida, mas o principal problema mantém-se: a barragem no recurso ao capital de risco.
Os bancos não têm uma visão oportunista da realidade, mantendo a sua atitude conservadora; ao Governo não compete intervir directamente nesta área, mas sim criar incentivos para o capital de risco seja mais utilizado, como por exemplo na nossa vizinha Espanha; ao investidor é necessário mais e melhor informação, onde ir, a quem se dirigir, onde basear o seu projecto de financiamento, como elaborar um projecto que tenha apoio dos fundos europeus.
Tudo está por fazer. E um País onde o investimento tem caído tanto não se pode dar ao luxo de não apoiar as boas ideias, apenas porque as boas ideias não têm capital para iniciar o projecto.
É preciso pensar grande, pensar arrojado!
Think rich, act poor!
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Black Monday...
European stocks clawed back some of their early losses as the price of a barrel of crude oil eased, having breached $69 a barrel.
Wall Street’s worst one day fall in almost three years weighed.
Barril do petroleo bate os $69.
Dolar desvaloriza-se face ao Euro (valor mais baixo desde ha quatro meses) com $1.2276 .
Como é obvio, a desvalorização nao compensa a subida do petroleo; mas prejudica sobremaneira as exportações, precisamente o ponto fulcral do crescimento neste momento.
Isto não está a soar nada bem...
Wall Street’s worst one day fall in almost three years weighed.
Barril do petroleo bate os $69.
Dolar desvaloriza-se face ao Euro (valor mais baixo desde ha quatro meses) com $1.2276 .
Como é obvio, a desvalorização nao compensa a subida do petroleo; mas prejudica sobremaneira as exportações, precisamente o ponto fulcral do crescimento neste momento.
Isto não está a soar nada bem...
As incontornáveis eleições Presidenciais
Pelo elevado número de visitas a este espaço de discussão, pude verificar que ha curiosidade quanto à minha posição neste assunto. Só agora disponho de tempo para aqui escrever, mas enganem-se aqueles que julgam que estive a buzinar pelas ruas e avenidas Aveiro...
Cavaco Silva foi eleito Presidente da Républica. Mas Cavaco Silva não é um neoliberal, fique bem claro. É, sim, a única alternativa que não inviabiliza o crescimento. Mesmo tendo em conta que não irá governar de Belém.
Cavaco Silva também não será um D.Sebastião. Certamente que não. Não vai salvar o País da crise, porque não são os políticos que o salvarão. Serão os agentes económicos. Já será suficientemente bom se os políticos não dificultarem essa tarefa.
Mas Cavaco Silva é o primeiro Presidente da Direita Democrática em Portugal. Isto é, de momento, uma incognita. Que postura irá ter, é impossível descrever. O que sei é que Cavaco Silva é um mal menor. Talvez até um mal necessário. Tenho algumas dúvidas que Cavaco Silva tenha o perfil ideal para o cargo, mas tem as competências e as capacidades para o fazer.
É um mal menor até para o PS. No seu estilo, Alberto João Jardim descreveu bem o que se passou: o PS conseguiu de uma só cajadada "matar" os dois "coelhos" que vinham a fazer oposição interna. Até ao nível institucional penso que o PS tem tudo a ganhar: menos instabilidade, mais apoio, mais cooperação.
Mas Cavaco Silva teve uma vitória tangencial. Mesmo apesar de ter ganho à primeira volta. A verdade é que indubitavelmente Cavaco Silva não teria ganho sem os votos do Partido Popular. E este é um sapo que ele, eles e nós temos que engolir. Ele por tudo o que fez no passado; eles porque mais uma vez precisaram do apoio do PP; e nós porque apesar de tudo, não é o nosso candidato ideal. Mas foi, é e será - apesar de tudo -, também o nosso candidato.
Uma palavra para Manuel Alegre: Pátria! Admiro e respeito muito este candidato, por todo o esforço, toda a coragem e crença que mostrou ter. 20.7% é um excelente resultado. Por isso e por toda a campanha (mais ou menos bem conseguida) os meus parabéns pelo sinal de cidadania (espero que Manuel Alegre ainda não tenha feito o copyright da palavra...). Não era, contudo, um candidato que defendesse um espaço político em que acredito.
Agora Anibal Cavaco Silva é o Presidente da Républica Portuguesa. Para o bem e o para o mal cá estaremos para analisar. Mas nunca esquecendo quais eram as alternativas...
Parabéns Cavaco Silva, Parabéns PSD e JSD pelo esforço de campanha, Parabéns CDS-PP pelo acto patriótico, onde pos o interesse nacional acima dos interesses partidários e Parabéns à JP pela liberdade que sempre tiveram/tivemos na escolha da posição nestas eleições.
Cavaco Silva foi eleito Presidente da Républica. Mas Cavaco Silva não é um neoliberal, fique bem claro. É, sim, a única alternativa que não inviabiliza o crescimento. Mesmo tendo em conta que não irá governar de Belém.
Cavaco Silva também não será um D.Sebastião. Certamente que não. Não vai salvar o País da crise, porque não são os políticos que o salvarão. Serão os agentes económicos. Já será suficientemente bom se os políticos não dificultarem essa tarefa.
Mas Cavaco Silva é o primeiro Presidente da Direita Democrática em Portugal. Isto é, de momento, uma incognita. Que postura irá ter, é impossível descrever. O que sei é que Cavaco Silva é um mal menor. Talvez até um mal necessário. Tenho algumas dúvidas que Cavaco Silva tenha o perfil ideal para o cargo, mas tem as competências e as capacidades para o fazer.
É um mal menor até para o PS. No seu estilo, Alberto João Jardim descreveu bem o que se passou: o PS conseguiu de uma só cajadada "matar" os dois "coelhos" que vinham a fazer oposição interna. Até ao nível institucional penso que o PS tem tudo a ganhar: menos instabilidade, mais apoio, mais cooperação.
Mas Cavaco Silva teve uma vitória tangencial. Mesmo apesar de ter ganho à primeira volta. A verdade é que indubitavelmente Cavaco Silva não teria ganho sem os votos do Partido Popular. E este é um sapo que ele, eles e nós temos que engolir. Ele por tudo o que fez no passado; eles porque mais uma vez precisaram do apoio do PP; e nós porque apesar de tudo, não é o nosso candidato ideal. Mas foi, é e será - apesar de tudo -, também o nosso candidato.
Uma palavra para Manuel Alegre: Pátria! Admiro e respeito muito este candidato, por todo o esforço, toda a coragem e crença que mostrou ter. 20.7% é um excelente resultado. Por isso e por toda a campanha (mais ou menos bem conseguida) os meus parabéns pelo sinal de cidadania (espero que Manuel Alegre ainda não tenha feito o copyright da palavra...). Não era, contudo, um candidato que defendesse um espaço político em que acredito.
Agora Anibal Cavaco Silva é o Presidente da Républica Portuguesa. Para o bem e o para o mal cá estaremos para analisar. Mas nunca esquecendo quais eram as alternativas...
Parabéns Cavaco Silva, Parabéns PSD e JSD pelo esforço de campanha, Parabéns CDS-PP pelo acto patriótico, onde pos o interesse nacional acima dos interesses partidários e Parabéns à JP pela liberdade que sempre tiveram/tivemos na escolha da posição nestas eleições.
domingo, janeiro 22, 2006
sábado, janeiro 21, 2006
Ainda o MIT...
A polémica à volta do chamado "Projecto MIT Portugal" ainda dá que falar. Um ex-responsável do Plano Tecnológico afirma que há contactos com o MIT desde Julho, pelo menos. Um Ministro que até costuma primar pelo rigor e pelas posições ponderadas e longe de polémicas partidárias, afirma que esses contactos foram efectuados apenas ha poucos dias atrás.
Ora, ou alguem mente, ou alguém não está a par do que se passa. Qualquer uma das situações é grave.
Eu gosto sempre de usar a Teoria Económica para explicar comportamentos. Afinal, a Economia é uma Ciência Social e Humana...
Entao, que incentivos teria José Tavares para desencadear toda esta polémica? Talvez desejos de protagonismo, vingança pessoal...Ou mesmo querer ligar a eventual vinda do MIT ao seu trabalho, como mérito seu. É possivel. Em alguns pontos, até compreensível.
E o Ministro? Se é verdade que a vontade do Ministro é juntar o MIT apenas ao IST de Lisboa, então tem obviamente um incentivo a não expor as negociações ate aqui feitas; tem incentivo a esconder também os contactos, pois desse modo não pode ser responsabilizado por um possível falhanço... Claro que neste caso, esse cenário é já impossível. Caso falhe, a demissão do Ministro parece-me a única saída...
Ora, ou alguem mente, ou alguém não está a par do que se passa. Qualquer uma das situações é grave.
Eu gosto sempre de usar a Teoria Económica para explicar comportamentos. Afinal, a Economia é uma Ciência Social e Humana...
Entao, que incentivos teria José Tavares para desencadear toda esta polémica? Talvez desejos de protagonismo, vingança pessoal...Ou mesmo querer ligar a eventual vinda do MIT ao seu trabalho, como mérito seu. É possivel. Em alguns pontos, até compreensível.
E o Ministro? Se é verdade que a vontade do Ministro é juntar o MIT apenas ao IST de Lisboa, então tem obviamente um incentivo a não expor as negociações ate aqui feitas; tem incentivo a esconder também os contactos, pois desse modo não pode ser responsabilizado por um possível falhanço... Claro que neste caso, esse cenário é já impossível. Caso falhe, a demissão do Ministro parece-me a única saída...
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Ainda a Segurança Social
Em resposta ao comentário aqui deixado por David Martins, onde lançou o desafio de apontar soluções para o problema da ruptura da Segurança Social, aqui ficam alguns pontos que, do meu ponto de vista, poderão não solucionar, mas ajudar a minorar o problema, cuja resolução total só é possível com implementação progressiva de reformas e cujos resultados só serão visíveis no longo prazo.
E começaria até por aí. De facto, um dos problemas reside nos ciclos políticos e na falta de coragem de implementação de reformas pouco populares. Para evitar a ruptura da segurança social há uma série de medidas que devem ser tomadas, mas cujas consequencias eleitorais poderão ser nefastas aos governantes que as imponham, resultando disto a eleição de outros governantes, cuja eleição possa ter dependido em parte de promessas de não continuar tais medidas. É um trade-off e uma contradição estranha do sistema democrático, em que o bem estar das pessoas em geral é comprometido face às promessas eleitorais, e à visão de curto prazo dos eleitores, que olham - e digo isto com todo o respeito democrático - unicamente para o seu umbigo. É certo que uma série de políticas de governos sucessivos que tem delapidado as poupanças e qualidade de vida de uma classe média com cada vez menos poder de compra também contribui decisivamente para este estado de coisas.
Havendo, então, a estabilidade política suficiente para implementação destas reformas, nomeadamente governos que durem pelo menos duas legislaturas é possivel começar a solucionar o problema (isto é, claro, uma suposição teórica, cuja realidade fará questão de contrariar pelos motivos mencionados no parágrafo anterior).
Passando às medidas concretas:
1. medidas gerais:
- equilibrar contas do Estado
- redimensionar peso do sector Estado na economia, nomeadamente na função pública
- incentivos fiscais à natalidade, ao casamento entre heterossexuais, ao acolhimento e adopção de crianças;
- política de imigração coerente com as necessidades de mão-de-obra do País e com condições de trabalho que incluam descontos para a Seg. Social;
2. medidas concretas:
- diminuir regalias claramente nao utilizadas, utilizando o tratamento desigual a situações desiguais, tais como abolir subsídios do Estado a situações onde claramente o utente não usufrui.
- progressivamente introduzir possibilidade de desconto para esquemas de pensões privados;
- fiscalizar fortemente situações de ilegalidade, onde pensões são pagas a cidadãos que continuam na vida activa, actuar criminalmente nestes casos, procedendo a indemnizações se necessário;
- fiscalizar situações onde descontos não são pagos, quer no seu todo, quer em parte;
- profissionalizar a gestão dos fundos, acabando sucessivamente com o actual esquema de população activa financiar população reformada.
- assumir ruptura desde já, assumindo como dívida pública as pensões a pagar actualmente, recolhendo os descontos actuais para pensões futuras.
Aqui está o problema fulcral: o esquema de pensões foipensado para uma estrutura demográfica onde o quantidade de população activa igualava a população na reforma. Ora com a alteração deste cenário, o modelo cai. É necessário o novo modelo que sugeri. As pessoas vivem mais tempo e demoram mais a entrar na vida activa. Só faz sentido que cada um financie realmente a SUA reforma. E será através de impostos redistributivos que se poderá efectuar os subsídios de sobrevivência.
Este nao é de todo um assunto simples de resolver, nem tão pouco de resolução imediata. Estas são apenas mais umas sugestões, que desejo sempre arrojadas, para indicar um possível caminho. Mas a morte do Estado Providência está anunciado... pelo menos moribundo já está...
post sriptum: já agora, caro David Martins, bela foto da Matilde...
E começaria até por aí. De facto, um dos problemas reside nos ciclos políticos e na falta de coragem de implementação de reformas pouco populares. Para evitar a ruptura da segurança social há uma série de medidas que devem ser tomadas, mas cujas consequencias eleitorais poderão ser nefastas aos governantes que as imponham, resultando disto a eleição de outros governantes, cuja eleição possa ter dependido em parte de promessas de não continuar tais medidas. É um trade-off e uma contradição estranha do sistema democrático, em que o bem estar das pessoas em geral é comprometido face às promessas eleitorais, e à visão de curto prazo dos eleitores, que olham - e digo isto com todo o respeito democrático - unicamente para o seu umbigo. É certo que uma série de políticas de governos sucessivos que tem delapidado as poupanças e qualidade de vida de uma classe média com cada vez menos poder de compra também contribui decisivamente para este estado de coisas.
Havendo, então, a estabilidade política suficiente para implementação destas reformas, nomeadamente governos que durem pelo menos duas legislaturas é possivel começar a solucionar o problema (isto é, claro, uma suposição teórica, cuja realidade fará questão de contrariar pelos motivos mencionados no parágrafo anterior).
Passando às medidas concretas:
1. medidas gerais:
- equilibrar contas do Estado
- redimensionar peso do sector Estado na economia, nomeadamente na função pública
- incentivos fiscais à natalidade, ao casamento entre heterossexuais, ao acolhimento e adopção de crianças;
- política de imigração coerente com as necessidades de mão-de-obra do País e com condições de trabalho que incluam descontos para a Seg. Social;
2. medidas concretas:
- diminuir regalias claramente nao utilizadas, utilizando o tratamento desigual a situações desiguais, tais como abolir subsídios do Estado a situações onde claramente o utente não usufrui.
- progressivamente introduzir possibilidade de desconto para esquemas de pensões privados;
- fiscalizar fortemente situações de ilegalidade, onde pensões são pagas a cidadãos que continuam na vida activa, actuar criminalmente nestes casos, procedendo a indemnizações se necessário;
- fiscalizar situações onde descontos não são pagos, quer no seu todo, quer em parte;
- profissionalizar a gestão dos fundos, acabando sucessivamente com o actual esquema de população activa financiar população reformada.
- assumir ruptura desde já, assumindo como dívida pública as pensões a pagar actualmente, recolhendo os descontos actuais para pensões futuras.
Aqui está o problema fulcral: o esquema de pensões foipensado para uma estrutura demográfica onde o quantidade de população activa igualava a população na reforma. Ora com a alteração deste cenário, o modelo cai. É necessário o novo modelo que sugeri. As pessoas vivem mais tempo e demoram mais a entrar na vida activa. Só faz sentido que cada um financie realmente a SUA reforma. E será através de impostos redistributivos que se poderá efectuar os subsídios de sobrevivência.
Este nao é de todo um assunto simples de resolver, nem tão pouco de resolução imediata. Estas são apenas mais umas sugestões, que desejo sempre arrojadas, para indicar um possível caminho. Mas a morte do Estado Providência está anunciado... pelo menos moribundo já está...
post sriptum: já agora, caro David Martins, bela foto da Matilde...
Energias Renováveis
As últimas medidas apresentadas pelo governo no âmbito das energias renováveis poder-se-ão de um modo geral considerar positivas.
De facto, a introdução na agenda de incentivo ao uso e produção de energias como eólica, biomassa, biocombustíveis, solar e fotovoltaíca só peca por tardia. Urge dotar o País de condições de produção de energias alternativas, tornando-o não só autosuficiente em termos energéticos, mas essencialmente exportador de energia e principalmente de tecnologia cutting edge. É um mercado claramente com potencial de expansão e Portugal um país que pode ter neste campo uma vantagem competitiva relativa e absoluta.
Neste campo, institutos como o MIT podem trazer muito de positivo, assim como as empresas dispostas a investir na área, tais como a Gemasa, a Iberdrola e os investidores da Malásia. Não podemos ter a ilusão de ser possível tornar o País num autentico cluster da energia alternativa sem o recurso a capitais estrangeiros. Claro que não devem ser excluidos nem descorados os centros de investigação nacionais, nomeadamente as Universidades, de onde sublinharia a Universidade de Aveiro e o IST de Lisboa. De facto, Portugal tem excelentes profissionais para num futuro muito próximo ser um exportador de energia e de tecnologia energética para a Europa. Com claros benefícios para a economia nacional.
Neste contexto, parece-me relevante começar a introduzir a discussão do nuclear em Portugal. Centrais nucleares de 3ª geração podem também ser um impulso importante para não só aproveitar as minas de urânio abandonadas, como também dotar o país de maior autonomia energética também em tempos de menor produção de energia electrica.
Para finalizar, queria apenas deixar claro que não obstante a minha concordância com estas medidas, outras decisões anunciadas ao mesmo tempo deixam-me ainda reticente quanto a este Governo. Falo da contínua necessidade que parece existir em se emiscuir nas decisões das empresas participadas, tais como a GalpEnergia e a EDP, como referencia o JN. O Governo tem que perceber a urgente necessidade de libertar o mercado das influências do Estado neste campo. O mercado deve actuar por si próprio. Ao Governo cabe apenas zelar pela salutar concorrência e tal é feito não a partir das empresas participadas, mas sim pela Autoridade da Concorrência. Quaisquer outro tipo de medidas, como politicas de incentivo, também devem ser feitas no âmbito da actuação directa do Governo.
De facto, a introdução na agenda de incentivo ao uso e produção de energias como eólica, biomassa, biocombustíveis, solar e fotovoltaíca só peca por tardia. Urge dotar o País de condições de produção de energias alternativas, tornando-o não só autosuficiente em termos energéticos, mas essencialmente exportador de energia e principalmente de tecnologia cutting edge. É um mercado claramente com potencial de expansão e Portugal um país que pode ter neste campo uma vantagem competitiva relativa e absoluta.
Neste campo, institutos como o MIT podem trazer muito de positivo, assim como as empresas dispostas a investir na área, tais como a Gemasa, a Iberdrola e os investidores da Malásia. Não podemos ter a ilusão de ser possível tornar o País num autentico cluster da energia alternativa sem o recurso a capitais estrangeiros. Claro que não devem ser excluidos nem descorados os centros de investigação nacionais, nomeadamente as Universidades, de onde sublinharia a Universidade de Aveiro e o IST de Lisboa. De facto, Portugal tem excelentes profissionais para num futuro muito próximo ser um exportador de energia e de tecnologia energética para a Europa. Com claros benefícios para a economia nacional.
Neste contexto, parece-me relevante começar a introduzir a discussão do nuclear em Portugal. Centrais nucleares de 3ª geração podem também ser um impulso importante para não só aproveitar as minas de urânio abandonadas, como também dotar o país de maior autonomia energética também em tempos de menor produção de energia electrica.
Para finalizar, queria apenas deixar claro que não obstante a minha concordância com estas medidas, outras decisões anunciadas ao mesmo tempo deixam-me ainda reticente quanto a este Governo. Falo da contínua necessidade que parece existir em se emiscuir nas decisões das empresas participadas, tais como a GalpEnergia e a EDP, como referencia o JN. O Governo tem que perceber a urgente necessidade de libertar o mercado das influências do Estado neste campo. O mercado deve actuar por si próprio. Ao Governo cabe apenas zelar pela salutar concorrência e tal é feito não a partir das empresas participadas, mas sim pela Autoridade da Concorrência. Quaisquer outro tipo de medidas, como politicas de incentivo, também devem ser feitas no âmbito da actuação directa do Governo.
Aveiro - Rotunda da Policlínica
aveiro
Rotunda acidentada
PSP registou 33 acidentes em pouco mais de um mês na EN 109 Polícia diz que os condutores não estão habituados a uma praça tão rápida
por João Paulo Costa
Amais recente rotunda de Aveiro, na Estrada Nacional 109 (EN109) está a transformar-se num "abono" para as oficinas da cidade. Diariamente ocorrem acidentes. Não há registo de feridos graves, mas as colisões provocam engarrafamentos e receio entre os automobilistas. Concluída há pouco mais de um mês, a rotunda já entrou 33 vezes nas folhas de ocorrências da Polícia. Um número que fica aquém da realidade, visto que muitos outros acidentes foram resolvidos com recurso à declaração amigável, sem interferência da PSP.
O comissário Sérgio Loureiro, da PSP de Aveiro, confirma que a rotunda é uma zona de acumulação de acidentes, avançando algumas explicações. "É uma rotunda rápida, como não havia na cidade, as pessoas não estão habituadas, havendo ainda alguma confusão entre os automobilistas, muitos dos quais parecem não saber como circular no local".
O responsável da Polícia recorda que a faixa da direita deve ser usada por quem entra na rotunda para sair na primeira cortada, devendo a faixa do meio ser a escolhida pelos automobilistas que pretendam sair nas seguintes. "É por não cumprirem esta regra que a maioria dos acidentes acontece, colisões laterais provocadas pelas mudanças de direcção", revela Sérgio Loureiro, que defende a possibilidade de reduzir de três para duas as faixas de rodagem.
O comissário confirma haver registo na PSP de 33 colisões, mas admite que há muitas outras que foram ultrapassadas sem a presença da polícia.
Mesmo que no local, durante parte do dia, estejam elementos da PSP. "Estamos lá porque há muitos acidentes e a presença da polícia leva os condutores a reduzirem a velocidade. Além disso, como é um dos principais acessos à cidade, constitui um excelente local para controlarmos outras situações".
A PSP, para já, não vai sugerir à Estradas de Portugal (EP) qualquer alteração. "A sinalização está bem colocada, há bandas sonoras, e, nos últimos dias, houve uma redução de acidentes", adiantou o comissário. Uma opinião corroborada pela EP. Fonte da empresa revelou, ao JN, que não está prevista qualquer alteração na rotunda.
in JN 2006-01-20
Rotunda acidentada
PSP registou 33 acidentes em pouco mais de um mês na EN 109 Polícia diz que os condutores não estão habituados a uma praça tão rápida
por João Paulo Costa
Amais recente rotunda de Aveiro, na Estrada Nacional 109 (EN109) está a transformar-se num "abono" para as oficinas da cidade. Diariamente ocorrem acidentes. Não há registo de feridos graves, mas as colisões provocam engarrafamentos e receio entre os automobilistas. Concluída há pouco mais de um mês, a rotunda já entrou 33 vezes nas folhas de ocorrências da Polícia. Um número que fica aquém da realidade, visto que muitos outros acidentes foram resolvidos com recurso à declaração amigável, sem interferência da PSP.
O comissário Sérgio Loureiro, da PSP de Aveiro, confirma que a rotunda é uma zona de acumulação de acidentes, avançando algumas explicações. "É uma rotunda rápida, como não havia na cidade, as pessoas não estão habituadas, havendo ainda alguma confusão entre os automobilistas, muitos dos quais parecem não saber como circular no local".
O responsável da Polícia recorda que a faixa da direita deve ser usada por quem entra na rotunda para sair na primeira cortada, devendo a faixa do meio ser a escolhida pelos automobilistas que pretendam sair nas seguintes. "É por não cumprirem esta regra que a maioria dos acidentes acontece, colisões laterais provocadas pelas mudanças de direcção", revela Sérgio Loureiro, que defende a possibilidade de reduzir de três para duas as faixas de rodagem.
O comissário confirma haver registo na PSP de 33 colisões, mas admite que há muitas outras que foram ultrapassadas sem a presença da polícia.
Mesmo que no local, durante parte do dia, estejam elementos da PSP. "Estamos lá porque há muitos acidentes e a presença da polícia leva os condutores a reduzirem a velocidade. Além disso, como é um dos principais acessos à cidade, constitui um excelente local para controlarmos outras situações".
A PSP, para já, não vai sugerir à Estradas de Portugal (EP) qualquer alteração. "A sinalização está bem colocada, há bandas sonoras, e, nos últimos dias, houve uma redução de acidentes", adiantou o comissário. Uma opinião corroborada pela EP. Fonte da empresa revelou, ao JN, que não está prevista qualquer alteração na rotunda.
in JN 2006-01-20
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Oil Futures
Numa altura que o preço dos combustíveis foram aumentados por imperativos orçamentais, cujas políticas são discutíveis, resolvi deixar aqui um quadro sobre o actual estado dos contratos de futuros para crude oil no NYMEX hoje.
O mercado de futuros por ser o mais liquido e o menos influenciado por acções externas à eficiencia do mercado, tais como comissões, impostos e dada o seu volume por especulação, é o melhor indicador para o panorama dos preços do petroleo nos proximos tempos. Isto claro, não contemplando qualquer imprevisto ainda não absorvido pelo mercado nem pelo risco associado ao preço do activo subjacente.
Depreende-se a convicção do mercado que os preços deverão continuar a subir ate pelo menos meio de 2007, o que não indica nada de bom para as economias com dificuldades em retomar o crescimento e dependentes da importação de petroleo, nomeadamente as economias europeias, onde se inclui a nossa.
Political Quiz
http://www.theadvocates.org/quiz.html
Aqui está o meu resultado:
LIBERTARIANS support maximum liberty in both personal and
economic matters. They advocate a much smaller government; one
that is limited to protecting individuals from coercion and violence.
Libertarians tend to embrace individual responsibility, oppose
government bureaucracy and taxes, promote private charity, tolerate
diverse lifestyles, support the free market, and defend civil liberties.
How People Have Scored
Centrist 30.17 %
Right (Conservative) 7.50 %
Libertarian 34.85 %
Left (Liberal) 18.84 %
Statist (Big Government) 8.64 %
Quem no seu perfeito juizo pode por entraves ao MIT em Portugal!?
Bombásticas foram as declarações do ex-responsável sobre o Plano Tecnológico sob a forma de questão (embaraçosa) ao Primeiro Ministro na Conferencia do The Economist em Portugal.
De facto, parece que um dos ministros de Socrates opõe-se à entrada do MIT em Portugal nas condições já negociadas. Aparentemente, essas condições baseiam-se no princípio de alargar o centro de investigação a todas as universidades; ao invés, segundo o que já se ouve pelo ar, o ministro da ciencia e ensino superior, prof. Mariano Gago, o objectivo é restringir o MIT ao IST de Lisboa.
Devo dizer que me surpreende se tal corresponder à verdade, pois tenho o prof. Mariano Gago como alguém bastante ponderado e inteligente. Espero, portanto, que toda esta situação seja devidamente esclarecida, sem obedecer a expedientes no ambito de calendários politicos, mas que sejam sim defendidos incondicionalmente os interesses do País. Acho imprescindível que toda esta situação seja prontamente esclarecida.
A ver vamos. E aqui estaremos à espera e à espreita. Mas o MIT não pode fugir a Portugal, é uma grande oportunidade para o futuro da nação!
De facto, parece que um dos ministros de Socrates opõe-se à entrada do MIT em Portugal nas condições já negociadas. Aparentemente, essas condições baseiam-se no princípio de alargar o centro de investigação a todas as universidades; ao invés, segundo o que já se ouve pelo ar, o ministro da ciencia e ensino superior, prof. Mariano Gago, o objectivo é restringir o MIT ao IST de Lisboa.
Devo dizer que me surpreende se tal corresponder à verdade, pois tenho o prof. Mariano Gago como alguém bastante ponderado e inteligente. Espero, portanto, que toda esta situação seja devidamente esclarecida, sem obedecer a expedientes no ambito de calendários politicos, mas que sejam sim defendidos incondicionalmente os interesses do País. Acho imprescindível que toda esta situação seja prontamente esclarecida.
A ver vamos. E aqui estaremos à espera e à espreita. Mas o MIT não pode fugir a Portugal, é uma grande oportunidade para o futuro da nação!
quarta-feira, janeiro 18, 2006
Afinal não é em Ponte de Lima, mas até pode ser...
É verdade, parece que a localização da proxima fabrica do IKEA em Portugal ainda não está definida; parece realmente um leilão para ver quem dá mais...neste caso, quem dá melhores condições financeiras e fisicas para o IKEA implementar a sua base em Portugal.
Apesar de tudo, penso que foi um trabalho em tudo meritório por parte da API, onde o novo presidente Basilio Horta, apesar de ter querido manter um low profile, já mostra resultados. O que realmente importa.
Apesar de tudo, penso que foi um trabalho em tudo meritório por parte da API, onde o novo presidente Basilio Horta, apesar de ter querido manter um low profile, já mostra resultados. O que realmente importa.
terça-feira, janeiro 17, 2006
Airbus supera Boeing
"Airbus shocks industry as orders beat rival BoeingBy Kevin Done, Aerospace Correspondent in Paris Published: January 17 2006 09:39 Last updated: January 17 2006 09:39
Airbus surprised the aircraft industry by claiming it had outsold Boeing last year by winning the most new orders for commercial aircraft despite a record sales drive by its US rival.
The announcement took the aerospace industry by surprise, as Airbus disclosed that it had secured 1,111 gross new orders in 2005 compared with the 1,029 claimed earlier this month by Boeing and said it had booked 38 per cent of the orders in December alone after trailing Boeing for the rest of the year."
in FT, 2006-01-17
Airbus surprised the aircraft industry by claiming it had outsold Boeing last year by winning the most new orders for commercial aircraft despite a record sales drive by its US rival.
The announcement took the aerospace industry by surprise, as Airbus disclosed that it had secured 1,111 gross new orders in 2005 compared with the 1,029 claimed earlier this month by Boeing and said it had booked 38 per cent of the orders in December alone after trailing Boeing for the rest of the year."
in FT, 2006-01-17
IKEA no Norte do País
Segundo o JN, a fabrica da IKEA que irá fornecer e abastecer o mercado europeu localizar-se-á em Portugal, mais especificamente em Ponte de Lima.
Para além dos postos de trabalho criados, isto representa um considerável investimento no nosso País, que nos deverá fazer pensar ácerca das reais condições de competitividade que temos. Isto, porque a IKEA é claramente uma marca que aposta no valor acrescentado dos seus produtos via estétitica e porque, como tal, irá empregar mão de obra qualificada.
Ora, neste caso, conseguimos suplantar a concorrencia do Leste Europeu; se tal acontece, alguma vantagem competitiva detemos, pelo que a devemos explorar.
Importante tambem quando vejo na noticia: "Também importante para a economia nacional é o facto do grupo sueco indicar, de acordo com o Ministério da Economia, que 60% a 70% dos fornecedores da nova fábrica serão portugueses. A fábrica terá uma dimensão de 30 mil metros quadrados. "
Embora ja um pouco desactualizado, o conceito dos clusters de Michael Porter continua bem presente, funciona em Palmela na AutoEuropa e pelos vistos tambem em Ponte de Lima.
Por último, queria só expressar a minha vontade de ver uma loja da IKEA em Aveiro. Estejam atentos Srs Vereadores e Srs. Administradores da EMA (excelente forma de rentabilizar a zona contígua ao Estadio, não?).
Para além dos postos de trabalho criados, isto representa um considerável investimento no nosso País, que nos deverá fazer pensar ácerca das reais condições de competitividade que temos. Isto, porque a IKEA é claramente uma marca que aposta no valor acrescentado dos seus produtos via estétitica e porque, como tal, irá empregar mão de obra qualificada.
Ora, neste caso, conseguimos suplantar a concorrencia do Leste Europeu; se tal acontece, alguma vantagem competitiva detemos, pelo que a devemos explorar.
Importante tambem quando vejo na noticia: "Também importante para a economia nacional é o facto do grupo sueco indicar, de acordo com o Ministério da Economia, que 60% a 70% dos fornecedores da nova fábrica serão portugueses. A fábrica terá uma dimensão de 30 mil metros quadrados. "
Embora ja um pouco desactualizado, o conceito dos clusters de Michael Porter continua bem presente, funciona em Palmela na AutoEuropa e pelos vistos tambem em Ponte de Lima.
Por último, queria só expressar a minha vontade de ver uma loja da IKEA em Aveiro. Estejam atentos Srs Vereadores e Srs. Administradores da EMA (excelente forma de rentabilizar a zona contígua ao Estadio, não?).
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Derivados em Portugal
Andava eu hoje a vaguear pela world wide web, quando parei no site da Euronext Lisbon e deparei-me com algo que, sinceramente, nunca me tinha passado pela cabeça.
Durante o último ano, quando estive em Inglaterra a tirar o MSc in Finance, varias foram as vezes que fui confrontado com estudos sobre mercados de futuros e opções, principalmente mercado britânico e americano.
Ora, muitas vezes tinha pensado em como seria o caso português, até pensei em realizar mais tarde o mesmo estudo extensivo aplicando à Euronext Lisbon.
O que eu não fazia ideia é da profundidade (neste caso a falta dela) do mercado de derivados em Portugal. Sabia que a liquidez dos Warrants Autonómos era fraquissima, mas dado o panorama internacional em que os derivados suplantam em muito o volume do mercado à vista, realmente nunca me passou pela cabeça que este fosse a realidade nacional.
Fica entao já prometido um estudo académico e detalhado sobre a realidade dos derivados nacionais, e consequencias na eficiencia do mercado. Um mercado nao pode ser completo nem desenvolvido sem um mercado de derivados activo e participado.
Fica prometido basear-me no guru da econometria financeira, professor Stephen Taylor, que muito me orgulho que tenha sido meu professor, para este estudo.
Haja tempo e dados disponíveis!
Carlos Martins
MSc in Finance, Lancaster University Management School
Durante o último ano, quando estive em Inglaterra a tirar o MSc in Finance, varias foram as vezes que fui confrontado com estudos sobre mercados de futuros e opções, principalmente mercado britânico e americano.
Ora, muitas vezes tinha pensado em como seria o caso português, até pensei em realizar mais tarde o mesmo estudo extensivo aplicando à Euronext Lisbon.
O que eu não fazia ideia é da profundidade (neste caso a falta dela) do mercado de derivados em Portugal. Sabia que a liquidez dos Warrants Autonómos era fraquissima, mas dado o panorama internacional em que os derivados suplantam em muito o volume do mercado à vista, realmente nunca me passou pela cabeça que este fosse a realidade nacional.
Fica entao já prometido um estudo académico e detalhado sobre a realidade dos derivados nacionais, e consequencias na eficiencia do mercado. Um mercado nao pode ser completo nem desenvolvido sem um mercado de derivados activo e participado.
Fica prometido basear-me no guru da econometria financeira, professor Stephen Taylor, que muito me orgulho que tenha sido meu professor, para este estudo.
Haja tempo e dados disponíveis!
Carlos Martins
MSc in Finance, Lancaster University Management School
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Taxas de juro, estabilidade de preços e crescimento económico
Todos aqueles que, como eu, tiveram a sua formação académica em Economia, estudaram modelos como o famoso IS-LM, e viram a relação entre inflação, taxas de juro e crescimento económico.
Um dos pressupostos desse modelo era ser analisada uma economia que detivesse o poder de decisão da política monetária e cambial (sendo que são a mesma coisa, na prática).
Ora, neste momento, Portugal não decide a sua política monetária, o mesmo será dizer, não tem capacidade de emanar uma taxa de juro de referencia, ou de alterar a quantidade de moeda, seja para influenciar a taxa de redesconto e as taxas de juro praticadas no crédito, seja para valorizar ou desvalorizar a moeda.
Nada disto seria problemático se a taxa de juro que é praticada no Banco Central fosse mais baixa do que necessitamos, sem termos o problema da inflação (pois há moeda única, pelo que o recurso ao crédito e o consumo são incentivados numa epoca de crescimento, dissipando-se no efeito moeda única, com consequencias apenas marginais na inflação).
O problema surge quando a economia necessita de incentivos do banco central, tais como taxas de juro baixas (neste caso manutenção) e o BCE decide que a pressão inflacionista na zona euro obriga a um aumento das taxas de referencia. O consumo retrai-se quando estaria a retomar o seu rumo de crescimento.
Surgem então críticas ao modelo do BCE. Nada de mais errado. Não é por acaso que o único objectivo do BCE é zelar pela estabilidade de preços. Trata-se de um problema de agencia (agency conflict). Se o BCE tivesse tambem como objectivo o crescimento económico, poderia ser levado a fazer crescer o ritmo económico atraves do aumento da massa monetária, e isto nao é mais do que o modelo keynesiano, onde o aumento dos Gastos Publicos, leva a um aumento do Rendimento Disponível via aumento da massa monetária em circulação. Obviamente, tal é uma medida que resulta no curto prazo.
É portanto importante que as politicas do BCE continuem como estão. Não porque sejam populares, mas porque são as correctas para zelar por condições propicias às actividades económicas. E o BCE é extremamente conservador nas suas acções, esticando ao maximo para evitar efeitos negativos na economia via aumento das taxas, sem a respectiva justificação inflacionista. Mas o efeito petroleo deve ser suficiente. Alias, os bancos ja anteciparam este aumento. Tudo isto torna, ao meu ver, o crescimento mais rapido da zona euro cada vez mais dificil, sendo que só provavelmente em 2008 teremos crescimento económico propriamente dito.
Um dos pressupostos desse modelo era ser analisada uma economia que detivesse o poder de decisão da política monetária e cambial (sendo que são a mesma coisa, na prática).
Ora, neste momento, Portugal não decide a sua política monetária, o mesmo será dizer, não tem capacidade de emanar uma taxa de juro de referencia, ou de alterar a quantidade de moeda, seja para influenciar a taxa de redesconto e as taxas de juro praticadas no crédito, seja para valorizar ou desvalorizar a moeda.
Nada disto seria problemático se a taxa de juro que é praticada no Banco Central fosse mais baixa do que necessitamos, sem termos o problema da inflação (pois há moeda única, pelo que o recurso ao crédito e o consumo são incentivados numa epoca de crescimento, dissipando-se no efeito moeda única, com consequencias apenas marginais na inflação).
O problema surge quando a economia necessita de incentivos do banco central, tais como taxas de juro baixas (neste caso manutenção) e o BCE decide que a pressão inflacionista na zona euro obriga a um aumento das taxas de referencia. O consumo retrai-se quando estaria a retomar o seu rumo de crescimento.
Surgem então críticas ao modelo do BCE. Nada de mais errado. Não é por acaso que o único objectivo do BCE é zelar pela estabilidade de preços. Trata-se de um problema de agencia (agency conflict). Se o BCE tivesse tambem como objectivo o crescimento económico, poderia ser levado a fazer crescer o ritmo económico atraves do aumento da massa monetária, e isto nao é mais do que o modelo keynesiano, onde o aumento dos Gastos Publicos, leva a um aumento do Rendimento Disponível via aumento da massa monetária em circulação. Obviamente, tal é uma medida que resulta no curto prazo.
É portanto importante que as politicas do BCE continuem como estão. Não porque sejam populares, mas porque são as correctas para zelar por condições propicias às actividades económicas. E o BCE é extremamente conservador nas suas acções, esticando ao maximo para evitar efeitos negativos na economia via aumento das taxas, sem a respectiva justificação inflacionista. Mas o efeito petroleo deve ser suficiente. Alias, os bancos ja anteciparam este aumento. Tudo isto torna, ao meu ver, o crescimento mais rapido da zona euro cada vez mais dificil, sendo que só provavelmente em 2008 teremos crescimento económico propriamente dito.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Segurança Social: ruptura inevitável?
Ainda ecoam as declarações do Ministro das Finanças acerca da questão da sustentabilidade da Segurança Social em Portugal.
O problema é de facto grave e tem várias vertentes. Senão, vejamos:
1. O estrangulamento demográfico torna Portugal com uma percentagem de reformados muito acima do que estavamos habituados.
2. A sustentabilidade do modelo baseava-se na contribuição da população activa para a segurança social que iria financiar as pensões dos reformados, sendo que isto é, no minimo discutivel se será justo quer em termos morais quer em termos geracionais.
3. A população activa tem vindo a diminuir drásticamente.
4. O desemprego tem vindo a aumentar, o que por lado diminui as contribuições e por outro aumenta a necessidade de fundos para pagar subsídios. Neste lote de subsídios, inclui-se o Rendimento Minimo Garantido.
5. Fuga constante aos impostos e às contribuições à segurança social.
6. Situações fraudulentas de população que apesar de reformados antecipadamente, continuam a trabalhar.
7. Estado incapaz de gerir fundos de pensões e pior que isso, incapaz de planear no longo prazo.
Ora, neste cenário, a solução foi aumentar a idade da reforma. Se no curto prazo, é perceptível a intenção (aumentar as contribuições, diminuir as pessoas reformadas), no longo prazo é não só insustentável (a certo ponto leia-se idade, as pessoas deixar de ser tão produtivas, pelo que não só a economia perde pela produtividade diminuida, como por impedir jovens de ter mais uma oportunidade de emprego) mas insustentável tambem porque esta medida impede que se crie uma dinâmica de emprego, insiste na rigidez laboral induzindo a economia a mais desemprego.
O desemprego é o ponto fulcral aqui. Se o sistema está insustentável, mais emprego solucionaria o problema. A questão não são os reformados a mais, são os empregos a menos. O que leva à questão do costume: o crescimento económico.
Crescimento económico que crie emprego, que incentive o investimento privado, que crie condições legais ao estabelecimento de empresas, que seja menos penalizante em termos fiscais, enfim, que crie liberdade aos agentes económicos.
Mas essa liberdade não é total sem dotar a população activa de opção de escolher. Escolher que querem que faça a gestão dos seus fundos de pensões. Escolher quem melhor garante que depois da entrada na reforma tenha os seus rendimentos de descontos mensais durante inumeros anos entregues.
Como quer o Estado que eu, ou qualquer outro trabalhador, desconte para a segurança social sem pensar que o dinheiro cai em saco roto? Ainda para mais sendo o próprio Ministro a assumi-lo!
E se me falam em solidariedade social, eu pergunto (mesmo correndo o risco de ser frio e cruel): porque ha-de esta geração que aí vem ser solidária com a anterior, se a herança que nos deixaram foi um País que um buraco orçamental enorme, com dívida publica acumulada (que significa em Finanças Publicas, mais impostos no futuro), com baixa produtividade, com elevadíssima carga fiscal, com poucas oportunidades para jovens, com elevadissima codificação legal? Porque haverá esta geração que aí vem de ser solidária com uma geração que foi tão egoista?
O problema é de facto grave e tem várias vertentes. Senão, vejamos:
1. O estrangulamento demográfico torna Portugal com uma percentagem de reformados muito acima do que estavamos habituados.
2. A sustentabilidade do modelo baseava-se na contribuição da população activa para a segurança social que iria financiar as pensões dos reformados, sendo que isto é, no minimo discutivel se será justo quer em termos morais quer em termos geracionais.
3. A população activa tem vindo a diminuir drásticamente.
4. O desemprego tem vindo a aumentar, o que por lado diminui as contribuições e por outro aumenta a necessidade de fundos para pagar subsídios. Neste lote de subsídios, inclui-se o Rendimento Minimo Garantido.
5. Fuga constante aos impostos e às contribuições à segurança social.
6. Situações fraudulentas de população que apesar de reformados antecipadamente, continuam a trabalhar.
7. Estado incapaz de gerir fundos de pensões e pior que isso, incapaz de planear no longo prazo.
Ora, neste cenário, a solução foi aumentar a idade da reforma. Se no curto prazo, é perceptível a intenção (aumentar as contribuições, diminuir as pessoas reformadas), no longo prazo é não só insustentável (a certo ponto leia-se idade, as pessoas deixar de ser tão produtivas, pelo que não só a economia perde pela produtividade diminuida, como por impedir jovens de ter mais uma oportunidade de emprego) mas insustentável tambem porque esta medida impede que se crie uma dinâmica de emprego, insiste na rigidez laboral induzindo a economia a mais desemprego.
O desemprego é o ponto fulcral aqui. Se o sistema está insustentável, mais emprego solucionaria o problema. A questão não são os reformados a mais, são os empregos a menos. O que leva à questão do costume: o crescimento económico.
Crescimento económico que crie emprego, que incentive o investimento privado, que crie condições legais ao estabelecimento de empresas, que seja menos penalizante em termos fiscais, enfim, que crie liberdade aos agentes económicos.
Mas essa liberdade não é total sem dotar a população activa de opção de escolher. Escolher que querem que faça a gestão dos seus fundos de pensões. Escolher quem melhor garante que depois da entrada na reforma tenha os seus rendimentos de descontos mensais durante inumeros anos entregues.
Como quer o Estado que eu, ou qualquer outro trabalhador, desconte para a segurança social sem pensar que o dinheiro cai em saco roto? Ainda para mais sendo o próprio Ministro a assumi-lo!
E se me falam em solidariedade social, eu pergunto (mesmo correndo o risco de ser frio e cruel): porque ha-de esta geração que aí vem ser solidária com a anterior, se a herança que nos deixaram foi um País que um buraco orçamental enorme, com dívida publica acumulada (que significa em Finanças Publicas, mais impostos no futuro), com baixa produtividade, com elevadíssima carga fiscal, com poucas oportunidades para jovens, com elevadissima codificação legal? Porque haverá esta geração que aí vem de ser solidária com uma geração que foi tão egoista?
terça-feira, janeiro 10, 2006
Aveiro
Participei ontem em mais um programa "É notícia" da AveiroFM no qual os representantes de cada partido politico presente na AM de Aveiro discutem a sua opinião sobre temas da actualidade local.
O tema de ontem era o orçamento para 2006 da CMA e o futuro da autarquia, mas foi, mais uma vez, a manifestação inequivoca das graves diferenças ideologicas entre uma direita progressista, liberal, democratica, de valores conservadores e uma esquerda sem ideias, despesista.
O PS está numa situação incomoda, face a um anterior executivo que deixou a situação financeira da autarquia numa situação particularmente dificil, onde muito provavelmente o direito da geração seguinte decidir onde e como aplicar os fundos públicos foi, e muito, compromentida. Mas nem era sobre o PS que gostaria de reflectir aqui hoje.
Era sobre o que representa hoje o PCP e o BE.
Ambos se dizem diferentes, e no entanto, tão iguais no disparate. Ambos face a esta situação incomportavel para a autarquia defendem...mais investimento publico e recusam a alienação de património... Também a mim me custa ver a autarquia perder áreas nobres da cidade, como sejam a zona do Mário Duarte ou os terrenos da antiga Feira de Março (Plano de Pormenor do Centro). O facto é que tal é já irreversível. Mais que isso, ja foi feito, encoberto pela operação de leaseback concretizada pelo anterior executivo. Na prática, a CMA ja não é proprietária desses terrenos. Até posso concordar que este não é a altura ideal para maximizar mais valias na venda desses terrenos. Mas a situação financeira assim o obriga. Só tenho pena que a atitude destes partidos que nao aspiram a ser poder nunca seja construtiva, seja de critica pela critica; tenho pena por Aveiro.
Carlos Martins
Deputado Municipal CDS-PP
JP Aveiro
O tema de ontem era o orçamento para 2006 da CMA e o futuro da autarquia, mas foi, mais uma vez, a manifestação inequivoca das graves diferenças ideologicas entre uma direita progressista, liberal, democratica, de valores conservadores e uma esquerda sem ideias, despesista.
O PS está numa situação incomoda, face a um anterior executivo que deixou a situação financeira da autarquia numa situação particularmente dificil, onde muito provavelmente o direito da geração seguinte decidir onde e como aplicar os fundos públicos foi, e muito, compromentida. Mas nem era sobre o PS que gostaria de reflectir aqui hoje.
Era sobre o que representa hoje o PCP e o BE.
Ambos se dizem diferentes, e no entanto, tão iguais no disparate. Ambos face a esta situação incomportavel para a autarquia defendem...mais investimento publico e recusam a alienação de património... Também a mim me custa ver a autarquia perder áreas nobres da cidade, como sejam a zona do Mário Duarte ou os terrenos da antiga Feira de Março (Plano de Pormenor do Centro). O facto é que tal é já irreversível. Mais que isso, ja foi feito, encoberto pela operação de leaseback concretizada pelo anterior executivo. Na prática, a CMA ja não é proprietária desses terrenos. Até posso concordar que este não é a altura ideal para maximizar mais valias na venda desses terrenos. Mas a situação financeira assim o obriga. Só tenho pena que a atitude destes partidos que nao aspiram a ser poder nunca seja construtiva, seja de critica pela critica; tenho pena por Aveiro.
Carlos Martins
Deputado Municipal CDS-PP
JP Aveiro
segunda-feira, janeiro 09, 2006
Economia Americana em queda em 2007
Segundo o FT citando o George Soros, é de esperar uma queda na economia americana pelo ano de 2007.
As implicações disto podem ser dramáticas para uma ainda muito US-dependente economia europeia em crescimento muito lento e pouco convicto.
Se há a vantagem do enfraquecimento do dolar com o respectivo impacto no preço do petroleo, a subida constante do preço dos combustiveis é apenas amenizado. Mais, em termos de exportações, o risco é enorme. A politica de abertura continuada da UE aos mercados exteriores pode revelar-se prejudicial neste momento.
Na minha opinião, o mercado europeu dever-se-á virar para os seus próprios problemas no futuro próximo, tornando as suas industrias mais competitivas, apostando claramente nas energias alternativas, que são ao mesmo tempo, produtos de industrias inovadoras, com valor acrescentado, que possibilitam retirar dependencia do exterior e aumentar os niveis de produção de riqueza interna. Liberalismo económico não é, necessáriamente, abolição de fronteiras em termos de comércio internacional. Sem tornar os agentes económicos ao nivel interno preparados para tal, de pouco serve competir directamente com as grandes potencias extra-Europa, seja Japão, China, US ou mesmo India (este último, o grande novo polo de desenvolvimento do conhecimento e inovação em termos informáticos).
Há que pois ficar atento, quem sabe até haver uma revisão por parte do BCE da politica de aumento das taxas de juro de referencia. A inflação nao parece ser de momento um problema grave, pelo que urge dinamizar a economia europeia. Tal não é, importa referir, uma responsabilidade do BCE, cuja unica função é zelar pela estabilidade dos preços da zona euro.
As implicações disto podem ser dramáticas para uma ainda muito US-dependente economia europeia em crescimento muito lento e pouco convicto.
Se há a vantagem do enfraquecimento do dolar com o respectivo impacto no preço do petroleo, a subida constante do preço dos combustiveis é apenas amenizado. Mais, em termos de exportações, o risco é enorme. A politica de abertura continuada da UE aos mercados exteriores pode revelar-se prejudicial neste momento.
Na minha opinião, o mercado europeu dever-se-á virar para os seus próprios problemas no futuro próximo, tornando as suas industrias mais competitivas, apostando claramente nas energias alternativas, que são ao mesmo tempo, produtos de industrias inovadoras, com valor acrescentado, que possibilitam retirar dependencia do exterior e aumentar os niveis de produção de riqueza interna. Liberalismo económico não é, necessáriamente, abolição de fronteiras em termos de comércio internacional. Sem tornar os agentes económicos ao nivel interno preparados para tal, de pouco serve competir directamente com as grandes potencias extra-Europa, seja Japão, China, US ou mesmo India (este último, o grande novo polo de desenvolvimento do conhecimento e inovação em termos informáticos).
Há que pois ficar atento, quem sabe até haver uma revisão por parte do BCE da politica de aumento das taxas de juro de referencia. A inflação nao parece ser de momento um problema grave, pelo que urge dinamizar a economia europeia. Tal não é, importa referir, uma responsabilidade do BCE, cuja unica função é zelar pela estabilidade dos preços da zona euro.
sábado, janeiro 07, 2006
Sampaio tropeça
"Comunicado da Direcção do Diário Económico
A direcção do Diário EconómicoA Direcção do Diário Económico foi hoje surpreendida por um comunicado do Palácio de Belém dizendo que as declarações apontadas ao Presidente da República são falsas. Não são. Foram ditas, ontem, expressamente, ao director do Diário Económico. É esta a verdade. Mas o comunicado do Presidente da República é de tal forma grave e surpreendente que exige uma explicação de como tudo se passou. Para que os portugueses conheçam a verdade. (...)"
in Diário Económico, 2006-01-06
Só me atrevo a deixar o seguinte comentário:
É o que dá o Estado (seja o governo, empresas públicas ou o próprio Presidente) emiscuirem-se em assuntos que só ao mercado dizem respeito!
Aprendamos a lidar com os nossos erros, mas assumam-nos!
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Cheques Carecas
Cheque é cada vez mais um titulo de divida. Sem taxa de juro.
Se há transferencias bancárias baratas, cartoes de debito e crédito entre inumeras outras serviços bancários, quem é que sua cheque? É a lei da adverse selection. Cada vez mais, só usa cheque quem não consegue crédito de outra forma. E a provar isso está a quantidade de cheques carecas em Portugal. 1 Milhão. 5 Milhoes de Euros, por dia! Sintomático.
Cheque é cada vez mais um titulo de divida. Sem taxa de juro.
Se há transferencias bancárias baratas, cartoes de debito e crédito entre inumeras outras serviços bancários, quem é que sua cheque? É a lei da adverse selection. Cada vez mais, só usa cheque quem não consegue crédito de outra forma. E a provar isso está a quantidade de cheques carecas em Portugal. 1 Milhão. 5 Milhoes de Euros, por dia! Sintomático.
Orçamento e Fundos de Pensões
Voltaram à carga os críticos iletrados das decisões dos governos PSD / CDS-PP.
Até aceito que do ponto de vista dos trabalhadores da CGD, CTT e outros, a opção de juntar estes fundos de pensões ao orçamento do Estado não seja nada favorável. Mais, ate pode por em risco algum dos retornos esperados no futuro. Mas, foi a opção, o sacrificio que lhes foi pedido para ajudar ao reequilibrio das contas publicas.
Enganem-se aqueles que acham que defendo de forma intransigente estas medidas. De facto, so de uma perspectiva puramente desesperada posso aceita-las. Mas os males vieram de trás, de sucessivos governos despesistas, que engordaram o Estado em periodo de vacas gordas, e depois nao têm como alimenta-lo em periodo de recessão.
Não fosse isto, e já deveriamos estar a discutir um sistema privado de pensões. Porque motivo é que eu e qualquer outro contribuinte temos que entregar ao Estado a nossa contribuição para futura pensão de reforma quando não é reconhecido ao Estado qualquer mérito nem especial capacidade de gerir os fundos que recebe dos contribuintes... Antes pelo contrário, o Estado é cada vez mais reconhecido como um mau gestor de recursos, humanos ou financeiros. Pior ainda, é o agente económico mais ineficiente.
E mais, a contribuição para a segurança social pouco tem a ver com isto. Essa sim, é de natureza solidária com os menos favorecidos (mesmo assim discutivel em termos práticos, pois mais uma vez se denota a total incapacidade do Estado em redistribuir correctamente os rendimentos pelos mais pobres).
Que culpa terei eu que os meus antepassados tenham deixado um buraco tremendo nas contas do Estado e na Segurança Social ? Que culpa terão os meus descendentes?
"Nós não herdamos este mundo os nossos pais, pedimo-lo emprestado aos nossos filhos."
Que sejam responsabilizados os que geriram mal os fundos de todos os contribuintes, que o Estado assuma a divida, mas que deixe de uma vez por todas de se meter onde não deve. A politica de subsidiariedade tambem aqui se aplica: é quem tem mais eficiencia que deve fazer/produzir/decidir. Não é para quem quer, é para quem pode. Diria mais, para sabe fazer!
Voltaram à carga os críticos iletrados das decisões dos governos PSD / CDS-PP.
Até aceito que do ponto de vista dos trabalhadores da CGD, CTT e outros, a opção de juntar estes fundos de pensões ao orçamento do Estado não seja nada favorável. Mais, ate pode por em risco algum dos retornos esperados no futuro. Mas, foi a opção, o sacrificio que lhes foi pedido para ajudar ao reequilibrio das contas publicas.
Enganem-se aqueles que acham que defendo de forma intransigente estas medidas. De facto, so de uma perspectiva puramente desesperada posso aceita-las. Mas os males vieram de trás, de sucessivos governos despesistas, que engordaram o Estado em periodo de vacas gordas, e depois nao têm como alimenta-lo em periodo de recessão.
Não fosse isto, e já deveriamos estar a discutir um sistema privado de pensões. Porque motivo é que eu e qualquer outro contribuinte temos que entregar ao Estado a nossa contribuição para futura pensão de reforma quando não é reconhecido ao Estado qualquer mérito nem especial capacidade de gerir os fundos que recebe dos contribuintes... Antes pelo contrário, o Estado é cada vez mais reconhecido como um mau gestor de recursos, humanos ou financeiros. Pior ainda, é o agente económico mais ineficiente.
E mais, a contribuição para a segurança social pouco tem a ver com isto. Essa sim, é de natureza solidária com os menos favorecidos (mesmo assim discutivel em termos práticos, pois mais uma vez se denota a total incapacidade do Estado em redistribuir correctamente os rendimentos pelos mais pobres).
Que culpa terei eu que os meus antepassados tenham deixado um buraco tremendo nas contas do Estado e na Segurança Social ? Que culpa terão os meus descendentes?
"Nós não herdamos este mundo os nossos pais, pedimo-lo emprestado aos nossos filhos."
Que sejam responsabilizados os que geriram mal os fundos de todos os contribuintes, que o Estado assuma a divida, mas que deixe de uma vez por todas de se meter onde não deve. A politica de subsidiariedade tambem aqui se aplica: é quem tem mais eficiencia que deve fazer/produzir/decidir. Não é para quem quer, é para quem pode. Diria mais, para sabe fazer!
terça-feira, janeiro 03, 2006
EdP e Iberdrola: cooperação, concorrência ou conspiração?
A polémica instalou-se: a Iberdrola poderá em breve ter poder de influenciar as decisões estratégicas da EdP.
Antes de tecer qualquer tipo de comentário, convem referir um ou dois pontos:
- os accionistas privados da EdP decidiram e aprovaram um novo plano estratégico, sugerindo a nomeação de António Mexia para liderar a empresa;
- o Estado ainda nao se pronunciou, mas lembremo-nos que foi Pina Moura quem nomeou Mexia para a GalpEnergia;
- Pina Moura é neste momento presidente da Iberdrola Portugal;
- Mexia foi Ministro da Economia de Santana Lopes;
Devo dizer que à luz do meu Neo-Liberalismo, não é facil comentar. Por um lado, vemos que em Espanha, a entrada de capitais portugueses é barrada na maior parte dos casos. Por outro, o capital não tem nacionalidade.
E se calhar é essa a resposta. De que interessa de onde vem o capital? Qual será a melhor opção para os accionistas? Porque, relembro, o grande objectivo de uma empresa é maximizar o valor para os accionistas. Nesse caso, ganham todos os accionistas, incluindo o Estado.
Só ha uma ressalva. Havendo entao uma - não direi fusão, mas - conjugação de esforços entre EdP e Iberdrola, como fica o tao falado mercado ibérico? De facto, à luz da lei da concorrência não me parece linear que a entrada da Iberdrola na EdP seja totalmente legitima. E isto tambem é Neo-Liberalismo: o Estado com a sua função reguladora deve zelar pelo bom funcionamento do mercado. Mas não deve influenciar decisões nem de privados nem de empresas que joguem num mercado aberto.
A polémica instalou-se: a Iberdrola poderá em breve ter poder de influenciar as decisões estratégicas da EdP.
Antes de tecer qualquer tipo de comentário, convem referir um ou dois pontos:
- os accionistas privados da EdP decidiram e aprovaram um novo plano estratégico, sugerindo a nomeação de António Mexia para liderar a empresa;
- o Estado ainda nao se pronunciou, mas lembremo-nos que foi Pina Moura quem nomeou Mexia para a GalpEnergia;
- Pina Moura é neste momento presidente da Iberdrola Portugal;
- Mexia foi Ministro da Economia de Santana Lopes;
Devo dizer que à luz do meu Neo-Liberalismo, não é facil comentar. Por um lado, vemos que em Espanha, a entrada de capitais portugueses é barrada na maior parte dos casos. Por outro, o capital não tem nacionalidade.
E se calhar é essa a resposta. De que interessa de onde vem o capital? Qual será a melhor opção para os accionistas? Porque, relembro, o grande objectivo de uma empresa é maximizar o valor para os accionistas. Nesse caso, ganham todos os accionistas, incluindo o Estado.
Só ha uma ressalva. Havendo entao uma - não direi fusão, mas - conjugação de esforços entre EdP e Iberdrola, como fica o tao falado mercado ibérico? De facto, à luz da lei da concorrência não me parece linear que a entrada da Iberdrola na EdP seja totalmente legitima. E isto tambem é Neo-Liberalismo: o Estado com a sua função reguladora deve zelar pelo bom funcionamento do mercado. Mas não deve influenciar decisões nem de privados nem de empresas que joguem num mercado aberto.
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