A sua visibilidade tem vindo a ser gradualmente reduzida ao longos dos tempos, fruto das taxas de juro historicamente baixas. Contudo, e com o progressivo aumento que ultimamente se tem vindo a assistir, a sua preponderancia volta a ser notada.
Esta semana será com certeza um desses momentos. Tanto o Banco do Japão como a Reserva Federal americana vão pronunciar-se sobre o nivel do preço do dinheiro e com repercussões a nivel global.
Senão veja-se. Ultimamente os investidores tem vindo a utilizar o chamado carry trade, ou seja, vendem activos com reduzido funding para investir em activos com maior rentabilidade. O mais comum tem sido a venda (ou a tomada de posições curtas) no Iene (moeda japonesa) para compra de dollars e sobretudo de titulos do tesouro americano. Tal operação é possivel porque a taxa de juro japonesa encontra-se demasiado baixa, e o iene estável em subvalorização.
Por outro lado, nos EUA, há um duplo problema que possivelmente conduz a um dilema do FED: se por um lado há uma crise instalada nos chamados subprime mortgages (hipotecas para faixa da população com maior nivel de risco e de incumprimento) onde os defaults dispararam para os 14%, por outro lado a inflação continua a ser um problema sério. Para agudizar a situação, os futuros dos titulos do tesouro americanos de curto prazo já descontam mais de 2 cortes do FED, ou seja, taxas de juro a 4,60%, contra a actual de 5,25%.
Ora, um corte das taxas do FED se por um lado poderia dinamizar a economia e dar lhe um maior impulso, resolvendo o grave problema que se anteve no mercado da habitação e construção, por outro lado poderia compromenter o crescimento, folgando o combate à inflação. É a vez de Bernanke falar (actual responsável do FED) apesar dos constantes avisos do anterior responsável e sobejamente conhecido Alan Greenspan, agora conferencista profissional.
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