sábado, fevereiro 17, 2007

Inside Trading na OPA do BCP ao BPI

Foi hoje divulgado pelo Expresso indicios de utilização de informação priviligiada na OPA do BCP ao BPI, em que alguns investidores teriam comprado acções do BPI 3 dias antes do anuncio da operação, incluindo o empresário Monteiro de Barros, e sob o upgrade da Lisbon Brokers para "strong buy" também dias antes do anuncio da oferta de compra.

Tais acções, a provarem-se verdadeiras, são um choque muito negativo para um mercado. É a evidência da falta de eficiencia e de supervisão que pode levar à descredibilização de um mercado. Portugal nao pode dar-se a esse luxo. Teriamos muito a perder se os investidores estrangeiros deixassem de olhar para a nossa Bolsa como um mercado desenvolvido.

2 comentários:

Anónimo disse...

Confesso que até gostava de tentar perceber estes "moralismos" da bolsa.
Parece que o homem seguiu um instrução "muito forte de compra" da Lisbon Brokers e depois vendeu no dia seguinte ganhando uma pipa de massa.
è estranho mas possivel ou não será a bolsa básicamente especulação.

Mas também não estão preocupados com a OPAs da SONAE à PT em que o comprador vai pedir empréstimos e depois de comprar paga com os activos da nova empresa?

OU há moral ou lixem-se todos

AG

Carlos Martins disse...

Se o investidor tiver seguido apenas a indicação de "strong buy" do broker, então não incorreu em nenhum crime. Pelo contrário, e dado o volume do investimento (e consequente rápida tomada de mais-valias) é natural a suspeita de "inside trading", uma conduta considerada crime, e como tal passivel de punição.

Já quanto à OPA da PT, a Sonae não incorre em nenhum crime por alavancar o seu investimento com activos da PT. Se tal for prejudicial para a empresa, certamente se reflectirá no preço das acções de cada uma das empresas. E mais, se o investidor achar que a PT irá ser pior gerida e terá pior performance que com o actual management tem um excelente remédio: vender as suas acções a 10,50 Eur.

Repare que se a Sonae está a usar activos da PT para se financiar é porque actualmente esses activos estão a ser mal geridos e não são fundamentais para o seu core business...