domingo, junho 14, 2009

As eleições europeias

Parece que, ironicamente, só as equipas de sondagens se surpreenderam em tom cinicamente assustado quando saíram os resultados das europeias.

O PS provavelmente até deliberadamente escolheu um candidato reconhecidamente MAU para poder invocar a ingovernabilidade do País nas próximas legislativas. A questão é saber se os eleitores gostam que se brinque com eles, com o seu direito de voto e com os seus representantes. Por outro lado, pode ser perigoso para o PS deixar o PSD crescer animicamente.

O PSD parece que renasceu para a política com estas eleições, mas tudo parece muito pouco sustentável. Um partido que vive para o poder, se reune para o poder, sem ideologia própria, dificilmente consegue sustentabilidade fora da aleatoriedade das escolhas alheias. E ja agora, uma líder antipática que "nao gosta de comícios" também não ajuda. Apesar de lembrar a senhora Tatcher, não lhe chega aos calcanhares. Infelizmente.

A extrema-esquerda e a esquerda radical em Portugal nestas europeias é que cresceu assustadoramente. Aconselho vivamente a todos os jovens que votaram cegamente num desses partidos para se informarem um pouco melhor do tipo de ideologia que estão a apoiar e assim poderem justificar racionalmente a razao da seu sentido de voto. Nenhum desses partidos tem na sua genese ideologica qualquer apego pelos mais basicos fundamentos democráticos ou de liberdade, pelo este radicalismo é deveras assustador.

Já o CDS-PP registou um agradabilissimo resultado, fruto de um esforço e da competência unanimemente aceite dos seus candidatos, em particular o cabeça-de-lista Nuno Melo, cujo trabalho na Assembleia da Republica é elogiado por todos. É uma enorme prova que a meritocracia em Portugal tem apoiantes, e que os portugueses sabem reconhecer e premiar quem realmente se empenha pela causa pública.

Em suma, com o nível de abstenção registada, pouco ou nada se poderá concluir para as legislativas, embora seja claro o sinal de protesto em relação ao Governo PS. A legitimidade do PS para governar tecnicamente é a mesma, mas politicamente saiu extraordinariamente fragilizada a capacidade de implementar medidas que afectem recursos dos contribuintes por várias gerações.

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